Representando cerca de 290 companhias aéreas que compõem 82% do tráfego aéreo global, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata – International Air Transport Association) divulgou hoje (28) uma análise que constata que o setor aéreo não pode cortar custos o suficiente para neutralizar o uso de caixa para evitar falências e preservar empregos em 2021. Correm risco 1.3 milhão de empregos correm risco no setor aéreo.

A receita total da indústria aérea em 2021 deve cair 46% em relação aos US$ 838 bilhões de receita em 2019. A análise anterior sugeria queda na receita de aproximadamente 29% em 2021 em relação a 2019, com base nas expectativas de uma recuperação da demanda a partir do quarto trimestre de 2020. A recuperação não ocorreu devido aos novos surtos da Covid-19 e restrições de viagens impostas pelos governos, incluindo o fechamento de fronteiras e medidas de quarentena. Segundo estimativas da Iata, o tráfego do ano todo de 2020 deve cair 66% em relação a 2019, com queda de 68% na demanda de dezembro.

Por causa desses números a Iata reforçou seu apelo aos governos pedindo medidas de alívio financeiro para que as companhias aéreas evitem demissões em massa. A Associação também solicitou a realização de testes de Covid-19 antes do embarque para que as fronteiras sejam abertas, permitindo viagens sem quarentena.

Empregos em risco

“O último trimestre de 2020 será extremamente difícil, com poucos indícios de melhoria significativa no primeiro semestre de 2021 enquanto as fronteiras continuarem fechadas e/ou medidas de quarentena na chegada ao destino permanecerem em vigor. Sem alívio financeiro adicional do governo, as companhias aéreas de médio porte têm apenas 8,5 meses de caixa restante, considerando o uso rápido de suas reservas. Além disso, não podemos cortar custos com a rapidez suficiente para recuperar as receitas”, disse Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da Iata.

Embora as companhias aéreas tenham tomado medidas drásticas para reduzir custos, cerca de 50% dos seus custos são fixos ou quase fixos, pelo menos no curto prazo. Com isso, os custos não caíram tão rápido quanto as receitas. Por exemplo, a redução dos custos operacionais no segundo trimestre foi de 48% em comparação com o ano passado; já a redução das receitas operacionais foi de 73%, com base na análise de 76 companhias aéreas.

“A perspectiva não é boa. A cada dia em que a crise continua, aumenta a possibilidade de perda de empregos e devastação econômica. A menos que os governos ajam rapidamente, cerca de 1,3 milhão de empregos em companhias aéreas correm risco. Isso causaria um efeito dominó, colocando em risco outros 3,5 milhões de empregos do setor de aviação, além de um total de 46 milhões de pessoas na economia mais ampla, cujos empregos são mantidos pela aviação. Isso sem contar que a perda de conectividade da aviação terá um impacto dramático no PIB global, ameaçando US$ 1,8 trilhão em atividades econômicas. Os governos devem tomar medidas firmes para evitar essa iminente catástrofe econômica e no mercado de trabalho, e devem dar um passo à frente com medidas adicionais de alívio financeiro. Além disso, devem implementar testes de Covid-19 sistemáticos para reabrir as fronteiras com segurança e sem quarentena”, disse de Juniac.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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