Organização que representa 290 companhias aéreas que são responsáveis por 82% do tráfego aéreo mundial, a Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo) está pedindo o desenvolvimento e a implementação de testes de Covid-19 rápidos, precisos, de baixo custo, fáceis de usar, escalonáveis e sistemáticos para todos os passageiros antes do embarque como uma alternativa à quarentena para restabelecer a conectividade aérea global. A Iata vai se juntar à Organização da Aviação Civil Internacional (Oaci) e autoridades de saúde para a busca rápida dessa solução.
A Associação constatou que mais de meio ano se passou desde que a conectividade global foi paralisada depois que os países fecharam suas fronteiras para lutar contra a pandemia. Alguns governos reabriram as fronteiras com bastante cautela mas a retomada tem sido limitada já que as medidas de quarentena inviabilizam as viagens ou porque as frequentes mudanças nas medidas da Covid-19 impossibilitam planejamentos. As viagens internacionais estão 92% abaixo dos níveis de 2019.
US$ 400 bi perdidos
“A saída para restaurar a liberdade da mobilidade entre as fronteiras é o teste sistemático de Covid-19 de todos os viajantes antes do embarque. Assim, os governos terão a confiança necessária para abrir suas fronteiras sem modelos de risco complicados com mudanças constantes nas regras de viagens. O teste de todos os passageiros garante às pessoas a liberdade de viajar com confiança. E isso colocará milhões de pessoas de volta ao trabalho”, disse Alexandre de Juniac, Diretor Geral e CEO da Iata.
O custo econômico da restrição de entrada de estrangeiros em países coloca o investimento em uma solução de teste para abertura de fronteiras como uma prioridade para os governos. Os problemas sociais e econômicos globais dessa crise se estenderão se o setor da aviação – do qual dependem pelo menos 65,5 milhões de empregos – entrar em colapso antes que a pandemia termine. E o apoio necessário dos governos para evitar esse colapso está aumentando. As receitas perdidas devem ultrapassar US$ 400 bilhões, com estimativa de perda líquida recorde acima de US$ 80 bilhões em 2020, em um cenário de recuperação mais otimista do que de fato ocorreu.
Passageiros querem fazer o teste
Pesquisa encomendada pela Iata com 4,7 mil entrevistas realizadas on-line entre 25 e 31 de agosto em onze países (Austrália, Canadá, Chile, França, Alemanha, Índia, Japão, Cingapura, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos) mostrou que 88% estão dispostos a fazer o teste como parte do processo de viagem; que 84% concordam que todos os viajantes devem fazer o teste e que perto de 65% dos viajantes pesquisados disseram que a quarentena não deve ser exigida se o teste de uma pessoa for negativo para a Covid-19.
A Iata pede o desenvolvimento de testes rápidos que atendam aos critérios de rapidez, precisão, baixo custo e facilidade de uso, que possa ser administrado sistematicamente sob a autoridade dos governos, de acordo com os padrões internacionais acordados. A entidade busca essa medida por meio da Oaci, que lidera os esforços para desenvolver e implementar padrões globais para a operação segura de serviços aéreos internacionais em meio à pandemia.
“Ao solicitar o estabelecimento de uma abordagem global para os testes de Covid-19 a todos os passageiros antes do embarque, enviamos um sinal claro das necessidades da aviação. Enquanto isso, estamos adquirindo conhecimento prático com os programas de teste que já existem como parte das várias iniciativas de “bolha de viagem” ou “corredor de viagem” em todo o mundo. Devemos continuar com esses programas valiosos que nos levem na direção certa, construindo experiência em testes, facilitando viagens essenciais e comprovando a eficácia dos testes”, disse de Juniac.
Fonte: Iata