A União Europeia (UE) recomendou dia 25 de janeiro de 2021 que viagens não essenciais para áreas de risco de transmissão do novo coronavírus Sars-CoV-2, a Covid-19, incluindo territórios na Itália, sejam evitadas até que os dados da pandemia registrem uma melhora considerável. A recomendação pede quarentena de 14 dias para viajantes que tenham como origem o Brasil.

“A Comissão Europeia propõe que todas as viagens não essenciais sejam fortemente desencorajadas até que a situação epidemiológica tenha melhorado consideravelmente”, diz o bloco.

A recomendação foi feita pelos comissários da União Europeia para a Justiça, Didier Reynders, e para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, que apresentaram em uma coletiva de imprensa um plano de medidas para viagens dentro e fora da União Europeia para melhorar a coordenação entre os países membros.

O projeto inclui a adição de uma nova cor – vermelho escuro – no mapa de riscos do Centro Europeu de Controle de Doenças (ECDC) “para refletir o alto nível de infecções parcialmente ligadas às variantes do novo coronavírus”.

“A nova categoria de risco se aplica a áreas onde a taxa de notificação de infecção em 14 dias é de 500 ou mais”, explicou Reynders.

Com isso, a Itália está entre os países da UE com algumas áreas consideradas como “zona vermelho escuro”, por apresentarem alto risco de contaminação.

“Dez a vinte países da UE têm áreas de alto risco que passam para a categoria vermelho escuro, entre elas estão grandes áreas de Portugal, Espanha e alguns territórios na Itália, França, Alemanha e países escandinavos”, acrescentou o comissário para a Justiça, antecipando uma simulação do novo mapa de contágio na UE.

A medida também prevê a obrigatoriedade dos passageiros da UE e de países estrangeiros de zonas muito perigosas, que precisam viajar por motivos essenciais, a fazerem testes para detectar a Covid-19 72 horas antes do embarque.

Testes após a chegada e quarentenas devem ser obrigatórios para os que vierem dos países em que foram encontradas variantes. A recomendação de um isolamento de 14 dias também se aplicará a viajantes que chegam do Brasil, do Reino Unido e da África do Sul.

A Comissão recomenda que “uma vez que a capacidade de teste aumentou, os Estados deveriam usar mais testes antes da partida nas zonas laranja, vermelha ou cinzenta”. Além disso, quem regressa ao seu país de residência deve poder fazer o teste logo que desembarca.

Atualmente, a UE utiliza um sistema de cores sobre a propagação da Covid-19 nos países do bloco, que inicia no verde (situação favorável), passa pelo cinza, laranja e chega ao vermelho escuro (situação muito perigosa), superior ao máximo atual, o vermelho.

As regras, no entanto, não se aplicam para quem vive em regiões fronteiriças ou tem de atravessar frequentemente a fronteira por razões familiares ou de trabalho, prevendo-se ainda a introdução de ‘faixas verdes’ para assegurar o fluxo de bens e o funcionamento da cadeia de abastecimento.

A Comissão decidiu apresentar as novas propostas “à luz das novas variantes do vírus e do elevado número de infecções, e a necessidade de evitar o fechamento de fronteiras e proibições generalizadas de viagens”, ressalta a UE.

Além destas regras para viagens, o executivo sugere, como recomendado pelo ECDC, que os Estados-membros incluam restrições mais rigorosas como “medidas de permanência em casa e o encerramento temporário de certas empresas”.

Agora, caberá ao Conselho da UE, onde estão representados os Estados-membros, aprovar estas propostas. Cada país, porém, tem autonomia para determinar suas próprias restrições.

Fonte: Ansa

Foto: engin akyurt/Unsplash

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