O Kicks foi lançado no Brasil durante a copa de 2014, importado e somente na versão SL, a mais completa. Rapidamente foi conquistando consumidores de SUVS compactos com seu design inovador cheio de curvas e ângulos. No ano passado começou a ser fabricado no Brasil e ganhou mais duas versões, a intermediária SV e a de entrada S. A Now Boarding foi até São Paulo buscar uma unidade do Kicks S com câmbio CVT da Nissan. Avaliamos até que ponto o investimento de R$ 80.990 nesta versão vale a pena, pois as fábricas costumam ser cruéis, despojando ao máximo suas versões de entrada.

No Kicks S CVT isso foi amenizado e, por fora, a diferença é sutil. O carro tem rodas de liga leve 16” e pneus 205/60 R16, controle de estabilidade e tração, sistema inteligente de partida em rampa, direção elétrica com controle de áudio e telefone no volante, rádio com entrada auxiliar para MP3 Player, conector USB e Bluetooth, sistema de som com 4 alto-falantes, 2 tomadas de 12 volts, ar-condicionado manual, alarme, excelentes bancos dianteiros  com espuma “Zero Gravity” revestidos em tecido, banco traseiro bipartido com isofix.

Rodagem ágil

O painel perdeu o revestimento parcial em couro e é todo em plástico duro com texturas diferenciadas que avançam para as portas sobrando nelas apenas uma pequena faixa de tecido. O computador possui  funções básicas e mostra o resultado em um visor central entre o velocímetro e o conta giros, dividindo espaço com o odômetro e os marcadores de marcha e combustível. Faz falta um sensor de temperatura externa. Também, nada de sensores de estacionamento, faróis em LED ou de neblina. Imperdoável, convenhamos, um carro com transmissão CVT não possuir piloto automático, bem como um apoio de braço no console central.

Recebemos uma unidade com um ano de uso e 18 mil km rodados, perfeito para uma avaliação mais consistente.

O motor 1.6 16v com 114 cv, aliado ao câmbio Xtronic CVT e ao baixo peso do veículo (são  apenas 1.129 kg), se traduz em uma rodagem ágil, confortável e econômica. Sem dúvida, um dos melhores conjuntos da categoria. Tanto na cidade quanto na estrada, vazio ou carregado, a condução sempre transmitiu segurança. Mesmo usando o modo Sport em subidas de serra, o nível de ruído da cabine é aceitável, mas poderia sim haver um maior uso de materiais fonoabsorventes. Uma fonte de ruído adicional foi localizada na porta do passageiro ao se transitar em pisos irregulares. O porta malas comporta 432 litros e o tanque de combustível somente 41 litros. Faltam freios a disco nas rodas traseiras, que completariam bem o conjunto. É elogiável o sistema de partida a frio com aquecimento automático do combustível, que funcionou perfeitamente à temperatura de zero grau.

Consumo

Neste teste rodamos 1.232 km exclusivamente com etanol e fizemos as seguintes médias de consumo: estrada: 11,95 km/l, cidade: 6,5 km/l,  uso misto: 8,2 km/l.

O veículo foi cedido pela fábrica e retirado na concessionária Nissan Carrera Butantã, na capital paulista.

Carlos Fernando Schrappe Borges

Publicada na Now Boarding – agosto/2018

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