Tradicionalmente o casal Eugênia (argentina) e Dario (italiano) comemoram o Dia da Pátria Argentina em 25 de maio. Nesta data, no ano de 1810 deu-se o primeiro grito da Independência da Argentina.

A comemoração é feita com comidas típicas argentinas com locro, pastelitos, empanadas e vinhos argentinas, principalmente Malbec.

O locro preparado por Eugênia.

O locro é um prato típico das Cordilheiras dos Andes, preparado com carne de boi, porco, linguiça, abóbora, bacon e temperos. É uma hipercalórica caldeirada que tem aspecto de ensopado, semelhante a feijoada.

Da esquerda para a direita, ao fundo: Orlando, Dario, Gustavo e Rosane; à frente, Eugênia, Raquel, Inês, Mel, Bete Yang e Verinha.

Os vinhos, todos argentinos, foram sendo servidos durante o jantar, na ordem a seguir.

Torrontés, Bodega Colomé

Começamos com este Torrontés, servido com os petiscos: pães, queijos, salames, patês…

A Bodega Colomé que elabora este vinho situa-se a 800 km ao Norte de Mendoza, principal região vinícola da Argentina, na região de Salta. Os vinhos desta região são brilhantes e aromatizados, de grandes altitudes, até 3 mil metros acima do nível do mar e latitude baixa de 24oS.

A Estância Colomé, na região de Molinos, sendo a mais antiga vinícola da Argentina, foi fundada em 1831. A propriedade é belíssima, com boas acomodações, vinícola, restaurantes e um Museu do James Turrell. Os vinhos são excelentes, principalmente o Torrontés e Malbec.

Torrontés, Bodega Colomé.

O Torrontés é um vinho branco característico da Argentina. As uvas provêm principalmente da Fazenda La Brava, em Cafayate a 1,7 mil metros acima do nível do mar. Quarenta por cento das vinhas tem mais de 90 anos de idade. O teor alcoólico é de 13,5%, com amadurecimento de 3 meses em tanques de inox.

Apresenta cor palha, com toques esverdeados brilhantes. Aroma e paladar de lichia, casca de laranja, lavanda, gengibre e jasmim. É um vinho untuoso com longo e perfumado fim de boca.

Malbec, Bodega Colomé

Estate Malbec, Bodega Colomé.

O Colomé Estate Malbec mostra todo o potencial dos vinhedos de alta atitude da Bodega Colomé. De coloração púrpura intensa e luminosa, apresenta aroma de frutas negras maduras, notas florais e toques de pimenta. Um vinho tinto complexo, com acidez refrescante e taninos aveludados. Seu teor alcoólico é de 14,9%.

O Estate Malbec amadurece em barris de carvalho francês por um período de 15 meses, estagiando por mais 6 meses na garrafa.

Iniciamos o jantar com locro e este delicioso Malbec.

E não deu para sentir a noite fria de Curitiba com 12ºC, degustando um locro maravilhoso, tomando um bom Malbec, se aquecendo com o calor da lareira, ouvindo o crepitar do fogo e a conversa animada dos presentes.

D.V Catena Cabernet Malbec, Catena Zapata

D.V. Catena Cabernet Malbec, Catena Zapata

Este vinho é elaborado com o emblemático corte argentino, combinando a exuberância do Malbec com a estrutura e elegância do Cabernet Sauvignon. A safra 2018 recebeu 94 pontos do James Suckling.

A vinícola Catena Zapata La Pirámide está na região de Mendoza. O teor alcoólico é de 14%.

É um vinho encorpado, maturado 12 meses em barricas de carvalho, 90% francesas e 10% americanas.

Aprecio muito este vinho e guardo algumas garrafas na minha adega particular.

La Mascota, Finca La Mascota

Não conhecia este vinho e fui procurar informações. Na minha próxima ida a Mendoza, quero visitar esta vinícola.

Vinhos da Mascota Vineyards refletem a paixão com que foram concebidos e a influência única exercida pela sua região de origem, em Mendoza, Argentina.

É na região da Cruz de Piedra, no Maipo, que surgem marcas de prestígio, historicamente reconhecidas como melhores expoentes da vitivinicultura argentina. Os vinhedos ficam no sopé da Cordilheira do Andes, apenas mil metros do rio Mendoza. Assim, Finca La Mascota se encontra em um ambiente perfeito, uma das regiões vitivinícolas mais renomadas e prestigiadas de Mendoza.

SAIBA MAIS: Vinhos argentinos

Tudo isso é resultado dos sonhos de Rodolfo Sadler, enólogo há 30 anos. A bodega já recebeu o prêmio de melhor produtor de vinhos da Argentina, no International Wine & Spirit Competition em 2014.

Com isso, o La Mascota Cabernet Sauvignon 2016 foi escolhido entre 3,5 mil rótulos o “Melhor vinho tinto do mundo” no prestigiado Vinalies Internationales 2018.
Seu portfólio de vinhos exclusivos está presente em mais de 35 países, como Dinamarca, Suécia, Suíça, Estados Unidos, China, Brasil e Reino Unido, entre outros.

La Mascota, Finca La Mascota.

Este vinho tem coloração vermelha escura. O teor alcoólico é de 14%. O aroma é de frutas vermelhas, como framboesa e amora. Em boca têm taninos macios e aveludados.

Harmoniza com massas, carnes vermelhas, queijos macios e principalmente com o locro servido neste jantar.

El Enemigo, El Enemigo

Os vinhos da El Enemigo foram criados em 2007, por Alejandro Vigil, enólogo chefe da Catena Zapata, e Adrianna Catena, filha mais nova de Nicolás Catena. Os vinhos El Enemigo têm a mesma qualidade dos Catena Zapata, mas com personalidade distintas. Seus vinhos possuem taninos profundos, com aromas e notas que remetem há algo rústico. Sua linha é formada por excelentes vinhos argentinos: Malbec, Cabernet Franc, Bonarda, Syrah/Viognier e Chardonnay.

El Enemigo.

Este Cabernet Franc recebeu 94 pontos do Guia Descorchados de 2018, 93 pontos de Robert Parker na safra 2017 e 93 pontos de James Suckling na safra 2017.

O teor alcoólico é de 13,5%.

O El Enemigo Cabernet Franc é um tinto elegante e encorpado, com sabor de frutas. Passa 16 meses em barricas de carvalho francês, sendo 20% novas. A sugestão de guarda é de 10 anos.

Para sobremesa foi servida uma caçarola de limão e mousse de chocolate.

Logo após o jantar e a degustação dos vinhos argentinos, o engenheiro Gustavo começou tocar seu violão e cantar. A festa que comemorou a independência da Argentina foi divertida e alegre.

Com os anfitriões, Dario Galloni e Maria Eugenio Graubassas, ambos à esquerda.

Tim tim!!!

Bete Yang, é Engenheira Civil, formada em 1975 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é enófila desde 1996 quando visitou região vinícola de Stellenbosch na África do Sul. Fez cursos de vinhos em Curitiba, no Vale dos Vinhedos (RS), na Associação Brasileira de Sommeliers/RJ, em Rioja (Espanha) e na Ecole du Vin de Saint-Émilion (França). Desde 2017 é membro do Viniep (Confraria de vinho do IEP- Instituto de Engenharia do Paraná). Visitou mais de 160 vinícolas na Europa, América do Norte e do Sul, África do Sul e Oceania. bete_yang@yahoo.com

Fotos: Bete Yang

 

Comentários

2 Comments

  1. Helio Sugai 7 de junho de 2022 at 20:03 - Reply

    Mais uma coluna confessional!!
    Que alegria ler um compartilhamento de sentimentos e experiências!!
    Muito obrigado!!

  2. Gustavo Amaral 7 de junho de 2022 at 21:26 - Reply

    Excelentes momentos com os amigos especiais merece todo o bom gosto de bons vinhos para essa comemoração típica e tradicional pelo amor a pátria. Parabéns pelo testo e fotos! Breve novos encontros!! Abcs

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