Situada em região de natureza e relevo privilegiados, a 78 km da capital Belo Horizonte, a pacata Belo Vale faz jus ao nome e possui potencial turístico de dar inveja a destinos consagrados de Minas Gerais. História, natureza exuberante, cachoeiras, festas tradicionais, museu, fazendas e aconchego, são os produtos turísticos da bucólica cidade mineira que encanta turistas que buscam sossego e natureza intocada para recarregar as baterias. Tudo isso a menos de uma hora de Belo Horizonte por acessos com paisagens cinematográficas.

A cidade abriga o Museu dos Escravos, com parte do acervo original, além de registros das histórias detalhadas dos negros que eram punidos pelos senhores de escravos. É o único do gênero no Brasil. Outro atrativo é o Forte das Casas Velhas, de importância histórica relevante, antiga alfândega e forte militar da época do ciclo do ouro, localizado no alto da serra do mascate, a 12 km do centro de Belo Vale Existe ainda o Casarão dos Araújo (sobrado da praça), datado de 1929, construído em estilo inglês, que pode vir a se tornar uma Pousada. O Conjunto Ferroviário é composto de duas residências, duas plataformas e foi sede da Estrada de Ferro Central do Brasil, inaugurada em 1917, construídas também em estilo inglês. Tudo conservado e servindo de atrativo turístico.

As cachoeiras

A Cachoeira da Boa Esperança é uma das mais belas, mas não está sozinha; são muitas: Cachoeira da Serra com vista exuberante de todo o município e seus arredores, Cachoeira da Usina, que fica no Povoado da Pedra e é formada por uma antiga usina hidrelétrica que fornecia energia para Belo Vale, Cachoeira do Moinho com quedas naturais e beleza rara, Cachoeira do Zé Pinto, no povoado de Boca Calada, a 7 km do centro de Belo Vale, Cachoeira do Geraldão, no povoado de Santana, a 8 km, e a Cachoeira das Lages, no povoado de Lages, a 20 km do centro. São muitos os cursos d’água em Belo Vale, além do Rio Paraopeba que serpenteia a o seu território.

Cachoeira do Moinho. Foto: Prefeitura

Belo Vale integra o Circuito Turístico Veredas do Paraopeba e seu atrativo mais famoso é a Fazenda Boa Esperança, construção datada de 1760 a 1780, com pinturas do famoso Mestre Athayde. A fazenda pertenceu ao Barão do Paraopeba e ali chegou a ter mais de mil escravos que trabalhavam na mineração de ouro na Serra do Mascate, onde viveram e pereceram. Atualmente, é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais. Na Fazenda Boa Esperança existe uma calçada que compõe um trecho da Estrada Real.

Fazenda Boa Esperança; Foto: IEPHA

Na Igreja de Santana, fundada em 1735 em São Pedro do Paraopeba, criada pela bandeira de Fernão Dias, ainda se pode ver ruínas do povoado, a 8 km da sede do município. A Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, fundada em 1760 por Gonçalo Alvares e Paiva Lopes, fica a 6 km da cidade e a Igreja de São Gonçalo, de 1764, está no centro de Belo Vale.

As plantações de mexerica são atrativos e o município exporta a fruta para várias partes do mundo além de abastecer o mercado interno.

Festas tradicionais

Em janeiro é a Festa de São Sebastião, entre os dias 19 e 20. Em fevereiro, normalmente um sábado antes do Carnaval, os blocos carnavalescos ganham as ruas da cidade. O mais famoso deles é o “Mamãe Virei Bicha”: são mais de quinze mil foliões desfilando pelas ladeiras da cidade. Nos meses de março e abril o destaque é para a Semana Santa e as encenações da Morte e Paixão de Cristo.

Contam que numa sexta-feira da Paixão, um fazendeiro queria trabalhar e pegou para isso um boi cargueiro. Foi quando teve a surpresa do boi falar com ele que não era dia de trabalho. Nascia aí uma das festas religiosas mais famosas da cidade, ocasião em que Belo Vale recebe turistas de várias partes de Minas e do Brasil.

Belo Vale com o Museu do Escravo e a Matriz. Foto: Júnior Vitarelli

Junho a cidade fervilha com as Festas Juninas. Em julho comemora-se o Dia de São Gonçalo na Paróquia que leva o nome do padroeiro com uma semana de Festa. Em setembro é a vez da Festa de Santana, também tradicional, e que acontece nos dias 25 e 26. No mês das flores além do habitual desfile da Independência, tem rodeio e o Festival da Mexerica, produto que o município ostenta o título de segundo maior produtor do Brasil.

A Festa de Nossa Senhora do Rosário, é comemorada no terceiro domingo de outubro e também é um espetáculo à parte com a apresentação de Congados. O ano encerra com a festa de aniversário da cidade às vésperas do Natal, dia 17, quando este ano serão comemorados os 341 anos de fundação por Paiva Lopes e Gonçalo Álvares, ambos participantes da expedição de Fernão Dias Paes Leme.

José Aparecido Ribeiro, jornalista e presidente da Abrajet-MG

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