ESTAMOS INFORMALIZANDO O NOSSO VESTIR. Fato.

E esse processo está acontecendo também no ambiente de trabalho. A mudança, que começou principalmente pela entrada das startups há alguns anos, vem inspirando até mesmo setores tradicionais a revisar seus códigos de vestimenta. Terno e gravata está cada vez mais incomum.

A flexibilização desses códigos é parte de um processo de mudança mais profunda que as corporações estão enfrentando com a chegada de novas gerações, com novos estilos de liderança e, até mesmo, com uma relação menos formal com os clientes.

Enquanto eu acompanhava a cobertura do resultado do primeiro turno das eleições, reparava na roupa dos políticos e em como elas comunicam as mensagens dos seus partidos.

Desde que me conheço por gente, associo a aparência de um político a paletó e gravata. Pude observar esse estereótipo nos partidos tradicionais, que reforçaram essa posição em seus representantes por meio do uso de costumes de cores sóbrias e gravatas.

Já os partidos que surgiram recentemente e vêm com a proposta de uma nova forma de fazer política, trazem seus representantes vestidos de uma maneira muito mais informal: paletó sem gravata, às vezes somente a camisa sem paletó e até mesmo camisa polo de cor vibrante. Certamente estão imbuídos de passar uma mensagem de acessibilidade, de proximidade e, claro, de que algo mudou.

Geralmente, os políticos têm um profissional para cuidar da sua imagem, pois é a impressão que ele passa, não só por meio das roupas, mas pela forma como se expressa, sua voz e seus gestos, que vai fazer com que o eleitor acredite – ou não – no que ele tem a dizer.

Qualquer que seja a profissão ou área de atuação, todos nós precisamos ter em mente que a aparência pode abrir portas ou fechá-las. Ela pode funcionar como um elemento impulsionador ou sabotador da nossa imagem profissional.

É bom lembrar que informalidade não significa que pode tudo, mas, sim, que não existe formalidade. Independente de qual seja seu ambiente profissional. Não existe brecha para falta de atenção com a aparência, incluindo os cuidados pessoais (barba, cabelo, odores, pele e unhas), com a postura e dicção. Quando isso acontece, chamo de desleixo, e não de informalidade.

Karla Giacomet, consultora de Imagem

Publicado na Now Boarding – novembro/2018

Foto: Free-Photos/Pixabay

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