O turismo perdeu R$ 121 bi em quatro meses. A informação é da Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) tendo por base a Pesquisa Mensal de Serviços Brasil – maio de 2020 (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa diz que o turismo cresceu 6,6% de abril para maio mas se comparado maio/2019 e maio/2020, a atividade turismo teve um recuo de 65,6%. No Paraná, a queda foi um pouco menor: 62,5%.

“Ao contrário de outros setores da economia, como o comércio, os serviços não apresentaram reação em maio”, destaca o presidente da CNC, José Roberto Tadros, referindo-se ao resultado positivo da última Pesquisa Mensal de Comércio (PMC). Segundo Tadros, além da evolução recente do nível de atividades dos serviços, pesaram na projeção negativa para o setor as expectativas quanto ao desempenho da economia nos próximos trimestres.

Atividades turísticas

O índice de atividades turísticas apontou expansão de 6,6% na passagem de abril de 2020 para maio de 2020, recuperando uma parcela da queda acumulada entre março e abril (-68,1%), reflexo do impacto das medidas preventivas para combate da pandemia de Covid-19, como o isolamento social, em parte das empresas que compõem as atividades correlatas ao quatrturismo, como transporte aéreo de passageiros, restaurantes e hotéis.

Regionalmente, 10 das 12 unidades da federação acompanharam este movimento de expansão observado no Brasil, com destaque para Rio de Janeiro (15,5%), seguido por Minas Gerais (13,5%), Paraná (19,3%) e Santa Catarina (25,4%).

Na comparação maio de 2020 frente a maio de 2019, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil recuou 65,6%, terceira taxa negativa seguida, pressionado, principalmente, pela queda de receita de transporte aéreo, restaurantes, hotéis, rodoviário coletivo de passageiros e serviços de bufê. Em termos regionais, todas as doze unidades da federação onde o indicador é investigado mostraram recuo nos serviços voltados ao turismo, com destaque para São Paulo (-66,1%), seguido por Rio de Janeiro (-60,8%), Minas Gerais (-61,1%), Bahia (-73,0%), Paraná(-62,3%) e Rio Grande do Sul (-71,7%).

No acumulado do ano, o agregado especial de atividades turísticas mostrou retração de 29,9% frente a igual período do ano passado, pressionado, sobretudo, pelos ramos de restaurantes; transporte aéreo; hotéis; rodoviário coletivo de passageiros; e catering, bufê e outros serviços de comida preparada.

Regionalmente, todos os doze locais investigados também registraram taxas negativas, com destaque para São Paulo (-31,5%), seguido por Rio de Janeiro (-25,4%), Minas Gerais (-30,2%), Rio Grande do Sul (-35,8%), Paraná (-30,2%) e Bahia (-27,9%).

Perdas

A CNC calcula que, em quatro meses, o segmento de turismo perdeu R$ 121,97 bilhões. “A tendência é que o faturamento real do setor encolha 39% em 2020, com perspectiva de volta ao nível pré-pandemia somente no terceiro trimestre de 2023”, projeta Fabio Bentes. Do ponto de vista do emprego, os dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelaram que, entre as 21 principais atividades econômicas, os subsetores de alojamento e alimentação fora do domicílio, responsáveis por mais da metade (57%) da ocupação no turismo, eliminaram 275,7 mil postos formais de trabalho entre os meses de março e maio deste ano, acumulando, naquele trimestre, uma retração de 13,7% no seu nível de ocupação.

O turismo tem sido um dos setores mais impactados pela crise provocada pelo surto de covid-19, sobretudo com o fechamento das fronteiras em diversos países, o que fez reduzir drasticamente o fluxo de turistas no País desde março.

Fontes: IBGE e CNC

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