O governo do Paraná vai usar a Nota Paraná para incentivar o turismo interno no Estado. Segundo o diretor presidente da Paraná Turismo, João Jacob Mehl, está será uma das ações governamentais para buscar a retomada do turismo que deverá, ser num primeiro momento, regional.

Jacob Mehl participou do evento on-line “A cidade de Curitiba conhece o impacto na economia do setor de eventos?” promovido pelo Curitiba e Região Convention & Visitors Bureau (CCVB) com a participação do G5 do turismo no Paraná que reúne Fecomércio, Associação Brasileira das Agências de Viagens do Paraná (Abav-PR), Associação Brasileira de Empresas de Eventos Regional Paraná (Abeoc-PR), Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Paraná (Abih-PR), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PR) e Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação (Seha-PR). A mediação foi do Sebrae-PR.

Jacob não deu mais detalhes sobre como seria essa operação com a Nota Paraná, mas a Now Boarding apurou que os créditos que os cerca de 4 milhões de paranaenses têm no programa poderão ser utilizados para serem gastos na cadeia de turismo do Estado: hotéis, restaurantes, passeios. Essa operação ainda está sendo definida.

No evento, Paulo Iglesias, presidente do CCVB afirmou que o “governo precisa ajudar para não termos que correr atrás de outras cidades” que poderão abrir o turismo antes que o Paraná. “Não podemos perder tempo. Temos que ganhar espaço na retomada”, afirma.

10 hotéis já fecharam

O evento serviu para que os representantes do G5 pudessem externar o quão complicado estão seus setores atingidos pelo Covid-19 e, praticamente, sem trabalhar desde março.

Orlando Kubo, presidente a Abih-PR, disse que pandemia “devastou” o mercado hoteleiro no Estado e “quem está abrindo está sofrendo muito com apenas 5% de ocupação”. Informou que pelo menos dez hotéis foram fechados definitivamente em Curitiba e pediu para que a “Prefeitura tenha a sensibilidade de dar um prazo maior para o pagamento do IPTU. Não queremos isenção, apenas a postergação do prazo para dar fôlego aos empresários”.

A situação é similar nas agências de viagens. Roberto Bacovis, vice-presidente da Abav-PR estima que “entre 30 e 35% das agências não voltaram a abrir” e explica que agência de viagem quando não tem destino para vender a seus clientes “fica parada, fatura zero”. Ele acredita que pode ter algum alento com o setor corporativo mas, acredita, que “isso vai acontecer muito devagar”.

Eventos foram cancelados

O setor de eventos, importante para Curitiba, diz Iglesias, tinha 138 eventos técnico-científicos agendados para a cidade. “Destes, somente 45 estão marcados mas acredito que devem ser adiados”. A expectativa era de que os eventos trariam a Curitiba mais de trinta mil turistas que poderia deixar na cidade mais de R$ 13 milhões. “O setor – diz o presidente do CCVB – não tem mais fôlego. Precisamos que o governo ajude esse segmento que é formado, em sua maioria, por micro e pequenas empresas que estão sem nenhuma perspectiva de renda”.

Presidente da Abeoc-PR, Fabio Skraba, reclama da falta de crédito. “Não adianta as empresas irem aos bancos e eles pedirem nosso faturamento dos últimos três meses. No setor de turismo ninguém está faturando desde março”, ressalta. Essa é a principal reclamação, não só da Abeoc como de outros segmentos do turismo: a facilidade para a tomada de crédito.

Covid-19

Representante da Fecomércio no evento, Giovanni Bagatini, destacou que o Paraná é o terceiro maior destino doméstico do Brasil e o quatro maior receptivo de turistas estrangeiros e que um estudo da Universidade de São Paulo aponta que a cadeia de turismo movimento 571 atividades econômicas.

Beatriz Battistela Nadas é superintendente executiva da Secretaria de Saúde de Curitiba e foi convidada para dar um panorama sobre o setor no enfrentamento a Covid-19. E ela foi enfática dizendo que o “H1N1 foi um refresco se comparado ao Covid e que nós temos muitas dúvidas ainda”. Ressaltou o que todos têm certeza de que a “vacina será a única resposta efetiva e até lá viveremos períodos de agudização e teremos que aprender a viver com o vírus até a chegada dessa vacina” e que hoje “estamos no momento mais crítico da pandemia em Curitiba; estamos indo em direção ao pico”.

Beatriz disse setembro é um “prazo factível” para a retomada do turismo mas que para isso “será necessário muita disciplina de todas as pessoas” e que a Secretaria está à disposição do segmento para a criação de um protocolo “viável, possível de fazer com a participação das pessoas e ampla divulgação desse protocolo para ele ser executado”. E reafirmou: “Temos que usar máscaras até chegar a vacina”.

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