Trinta e nove propriedades em 28 municípios do Paraná formam nova atração turística do Estado: a Rota do Queijo. Nelas, o turista vai poder provar queijos coloniais e finos que são comercializados com garantia e certificação porque passaram por algum serviço de inspeção.

A Rota do Queijo foi lançada no final do ano passado pelo do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e, agora, tem um mapa dividido por regiões, com as informações e locais das 39 agroindústrias espalhadas por diversas regiões que integram a Rota do Queijo Paranaense.

A queijaria da família de Talita Feuser, de Paranavaí, Noroeste do Paraná, integra a Rota do Queijo. Para ela, a criação do roteiro é um reconhecimento do trabalho do produtor paranaense. “Agregar o turismo à produção de queijos é uma forma de trazer um atrativo a mais para as pessoas conhecerem o queijo e nossos produtos”, afirmou.

Tradição

A tradição de fazer queijos começou com os avós de Talita e hoje está nas mãos dos seus pais, Deleusa e Genécio Feuser, que vendem a produção na região. Para Talita, o turismo voltado ao conhecimento da produção de queijo se mostrou um caminho natural.

“Nós entregamos o queijo na cidade, porém as pessoas querem comprar na nossa propriedade, para ter contato com os animais e com a natureza. A rota é um incentivo imenso e um jeito de conhecer outros produtores. É maravilhoso para nosso fortalecimento e para conseguirmos mais espaço para comercializar nosso queijo”.

Norberto Ortigara, secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), afirma que a Rota é a “valorização do conhecimento acumulado, de bons produtos, do jeito de fabricar que vem da imigração e que as famílias continuam cultivando geração a geração”.

No que concorda Terezinha Busanello, coordenadora estadual de Turismo Rural do IDR-Paraná e idealizadora da rota, ao destacar que “o Paraná é o segundo maior produtor de leite do país e o queijo tem um grande poder de agregar valor à produção, além de um forte apelo turístico gastronômico”.

Desde 1939

Há três anos a agroindústria de Carolina Baptista, de Palmeira, está no Sistema de Inspeção Municipal (SIM). Da propriedade saem 30 quilos diários de queijo porungo, nozinho, queijos trançados, maturados com ou sem tempero. Mesmo tendo um produto de qualidade, Carolina viu o mercado ficar restrito aos consumidores do município. Daí a importância da Rota do Queijo Paranaense.

“Como nós ainda não temos o selo para vender fora do município, com a Rota vamos poder receber as pessoas na propriedade e aumentar as vendas”, diz a produtora. Carolina sempre conviveu com a produção de queijos, já que a família está na atividade desde 1939. “Entrei por tradição e amor”, disse.

Queijos trufados, da Queijaria Batista.

Por algum tempo, a agroindústria ficou parada porque a família não conseguia a legalização. Depois que Carolina terminou a faculdade de Agronomia, já trabalhando com a produção de leite, tentou retomar a receita da família. “Com a ajuda do IDR-Paraná nós fizemos a queijaria e fomos chegando até ao queijo que produzimos hoje”, afirmou.

Em novembro passado, a Queijos Família Baptista ganhou mais motivos para acreditar que chegou a um produto de qualidade. O queijo produzido por ela foi medalha de prata no Concurso Internacional de Araxá-MG. “Estamos bem otimistas com a Rota do Queijo, esperamos receber pessoas de vários lugares para que elas levem um pouco do que a gente tem no coração, porque esse queijo é feito com muito carinho”, garantiu Carolina.

Angelita Aparecida Freski Surkamp, de Pinhão, já produzia queijos e vendia na vizinhança. Ela aceitou o convite para participar da Rota do Queijo logo no lançamento do projeto. “Achei o trabalho importante porque a qualidade da assistência técnica que eu recebi foi muito boa, atendeu todas as minhas expectativas. Melhorou a divulgação e as vendas. Já estou planejando oferecer um café colonial rural no próximo ano”, disse a produtora. Ela produz queijos coloniais curados, temperados, defumados, ricota cremosa, doce de leite e queijo com casca de vinho tinto.

Claudemir Ross fabrica queijos desde 2015 e viu no roteiro turístico uma forma de melhorar a divulgação dos seus produtos da Queijaria São Bento, que fica em Chopinzinho e produz cerca de 20 tipos diferentes de queijo.

Há três anos Luis Henrique Pedroso, que era dentista em Ribeirão Claro, começou a produzir queijos com a esposa, Sílvia, na queijaria Bela Vista. Logo que a rota foi criada eles se integraram ao circuito. Sílvia acredita que o roteiro turístico ligado ao queijo é importante para a região. “É uma alternativa de renda para o pequeno agricultor, dinamiza a economia, possibilita valorizar os atrativos naturais que a gente tem no sítio ou fazenda. Valoriza até mesmo questões históricas locais que agregam valor ao nosso produto”, disse.

uem está na Rota

Os municípios que fazem parte da Rota do Queijo Paranaense são: Dois Vizinhos, Palmeira, Itapejara do Oeste, Francisco Beltrão, Toledo, Salgado Filho, Santo Antônio do Sudoeste, Guaraniaçu, Mercedes, Sulina, Nova Laranjeiras, Saudades do Iguaçu, Chopinzinho, Cianorte, Paranavaí, Santa Izabel do Oeste, Pinhal de São Bento, Pinhão, Palmas, Apucarana, Cantagalo, Lapa e Piraquara. Conheça aqui as queijarias da Rota do Queijo.

A Rota do Queijo é uma parceria entre o Sebrae, Senar-PR, Paraná Turismo, Universidades, Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, além do próprio IDR-Paraná.

Fonte: Agência Estadual de Notícias e Secretaria da Agricultura do Paraná

Atualizada em 27/dezembro/2022

Comentários

Leave A Comment