ESSES DIAS RECEBI UM VÍDEO EM QUE A ESPECIALISTA EM COMUNICAÇÃO E GERENCIMENTO DE CRISES CORPORATIVAS, ANA FLAVIA BELLO RODRIGUES, FALAVA SOBRE AS MUDANÇAS NA RELAÇÃO DOS CONSUMIDORES COM AS EMPRESAS.

As pessoas já não estão mais atentas somente à qualidade dos produtos ou serviços, mas também à posição da marca em relação ao tratamento dos funcionários, aos cuidados com o meio ambiente e com a sociedade em geral. 

Uma recente pesquisa da empresa de relações públicas Edelman, mostrou que 57% dos consumidores compram ou boicotam marcas devido às posições que elas adotam, chegando a 62% no caso dos milennials.

Ao mesmo tempo em que isso significa um avanço nas relações consumidor-empresa, certamente deixa as empresas mais vulneráveis a crises, o que coloca em risco a sua reputação.

Percebe-se claramente que, em momentos de crises, marcas corporativas com uma boa reputação recuperam a credibilidade de forma mais rápida. E o mesmo acontece com as marcas pessoais!

Assim como nas empresas, cada um de nós tem uma reputação a zelar. Não é uma construção que acontece da noite para o dia, mas ao longo dos anos. Ela resulta das escolhas, atitudes e comportamentos que adotamos em nossa trajetória.

Nossa reputação – seja ela boa ou ruim – sempre vai existir. Se por um lado não temos qualquer controle sobre as percepções que outros têm a nosso respeito, por outro, podemos, sim, fazer a gestão das impressões que causamos e, consequentemente, da nossa reputação.

Os cuidados com a marca pessoal são imprescindíveis para o destaque no mercado de trabalho atual para que, ao longo da nossa trajetória, saibamos nos posicionar, comunicar nossas forças e provocar sensações positivas nos diferentes círculos de relacionamento.

Quer um exemplo prático? Ao longo dos 15 anos em que atuei como executiva na área comercial, pude comprovar aquela máxima de que os “clientes compram primeiro o vendedor”. Logo após a minha transição de carreira para a consultoria de imagem, encontrei um antigo cliente e ouvi dele algo que me deixou muito feliz: “Eu não sei direito o que você está fazendo, mas tenho certeza de que está fazendo bem!” Depois disso, ele me indicou para um cliente. Isso é reputação.

Especialistas no assunto apontam que a “receita” para uma boa reputação está baseada em:

Tempo de carreira: seus anos de experiência, sua bagagem profissional. Como eu disse, reputação não se constrói de um dia para o outro.

Resultados conquistados: funcionam como legitimadores da sua eficácia. Está relacionado ao seu valor, às suas entregas.

Investimento em você: o quanto você investe (tempo e dinheiro) na sua diferenciação, para estar atualizado, para ser um especialista na sua área.

Imagem pessoal: sua aparência, seu comportamento, o trato, a comunicação interpessoal, seu gestual. Todo esse conjunto precisa estar coerente e alinhado, caso contrário, sua comunicação vai gerar ruídos que podem interferir na sua reputação.

Mesmo que você seja um profissional experiente, tenha um histórico de bons resultados e invista em você, a falta de atenção com a sua imagem pessoal provavelmente em algum momento afetará a sua reputação.

Alguns exemplos: você tem uma vasta experiência na sua área de atuação, mas tem uma aparência muito jovem, o que pode gerar dúvidas no seu público; você se diz especialista em etiqueta e chega atrasado a uma reunião… e por aí vai.

Atendendo a todos esses requisitos, aumentam as chances de você fazer com que as pessoas o associem a uma entrega confiável, de qualidade, crescendo também as chances de manter uma reputação em alta.

Assim, quando erros forem cometidos (quem nunca?), certamente você conseguirá reestabelecer a confiabilidade mais rapidamente, tal como o exemplo das marcas corporativas citadas no início dessa coluna. Isso é fazer a gestão das impressões que causamos, da nossa marca pessoal, da nossa reputação.

E aqui vale uma última e igualmente importante observação: você precisa ser autêntico, verdadeiro. Busque ser lembrado como alguém que gera sensações positivas e lembre que gerir sua marca com muita atenção e consistência precisa ser um movimento contínuo e incessante, independente do lugar e das pessoas que estão ao seu redor.

Karla Giacomet, consultora de Imagem

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