As Câmaras de Comércio Italianas com sede no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraná me convidaram para participar do Masterclass Degustação de Vinhos Italianos do projeto True Italian Taste. O evento virtual ocorreu na quinta, 16 de setembro.

O True Italian Taste é um projeto mundial promovido e financiado pelo Ministero degli Affari Esteri e della Cooperazione Internazionale di Italia e realizado pela Assocamerestero (Associação das Câmaras de Comércio Italianas no Exterior). Desde 2016 é desenvolvido na América do Norte, se expandiu para a Europa, Oceania e Ásia e, recentemente, chegou ao Brasil.

O projeto visa a promover e salvaguardar o valor da autenticidade do produto italiano no mundo, ressaltando sua história, seu território de origem, sua rastreabilidade, mas também seus segredos e o cuidado meticuloso em sua produção, que resulta em sabores inegavelmente singulares.

Fiquei muito contente com o evento e também por participar como colunista e influencer juntamente a um seleto número de brasileiros convidados pela Câmara de Comércio Italiana.

Recebi previamente em Curitiba, no Centro Europeu, as garrafinhas de 150 ml cada com os três vinhos a serem degustados bem como as fichas com as descrições dos mesmos.

A degustação foi ministrada por três sommeliers, um de cada Estado-sede da Câmara Italiana: Rio, Rio Grande do Sul e Paraná.

Foram degustados três vinhos fracionados para acompanhar a degustação True Italian Taste.

Il Casato Pinot Grigio Valdadige 2019 – Região: Veneto – Branco (sommelier pela CCI Rio Grande do Sul, Jylson Carvalho Boccati), 

Masso Antico Primitivo Rosé 2020 – Região: Puglia – Rosé (sommelier pela CCI Rio de Janeiro, Marco Cestone- EnoEventos) e

Donatella Cinelli Colombini Chianti Superiore 2018 – Região: Toscana – Tinto (sommelier pela CCI Paraná, Andre Porto- Centro Europeu

Fui levada para uma viagem enogastronômica e conheci as características de cada região e de cada vinho.

Convidei meus amigos da VINIEP-Confraria de Vinhos do IEP (Instituto de Engenharia do Paraná) e outras pessoas do meu círculo de amizades pois havia a possibilidade de adquirir as cestas de ingredientes necessários que seriam enviadas pelo Rio de Janeiro – Loja da EnoEventos.

Vinho Il Casato Pinot Grigio Valdadige 2019

Pinot Grigio é um vinho branco seco e naturalmente com baixa acidez. O vinho Il Casato Pinot Grigio Valdadige 2019 tem aroma frutado e floral intenso e persistente, com notas de maçã e lichia.

Em boca é seco, elegante com equilíbrio entre corpo e acidez. Ideal para aperitivos e para acompanhar pratos leves como fiambres, queijos, risotos e peixes de carne branca. Gostei deste vinho por ser fresco e delicioso.

Os vinhos da uva apresentam sabores e aromas de frutas de caroço, frutas cítricas, madressilva, pera e amêndoa.

Pinot Grigio é normalmente leve e encantador. Obteve 96 pontos Luca Maroni.

Pinot Gris ou Pinot Grigio é uma mutação da Pinot Noir. A uva tem duas versões de seu nome bem como dois estilos geralmente distintos. Na Itália, Pinot Grigio alcança maior sucesso nas regiões montanhosas de Trentino, Alto Adige e Friuli.

Este vinho é produzido na região do Vêneto e tem denominação DOC Pinot Grigio dela Valdadige.

Vinho Masso Antico Primitivo Rosé 2020

Primitivo é uma variedade de casca escura, originária da Puglia com reputação por produzir vinhos com elevados teores alcoólicos e de muita concentração.
Este Masso Antico Primitivo Rosé 2020 é um vinho elaborado com 100% da casta Primitivo, gerando um rosé surpreendente e poderoso.

Com elegante cor rosa chá bem claro, é um vinho de aromas explosivos, com notas florais, herbáceas, com morango, melancia e laranja.

Na boca é cremoso, encorpado, com acidez equilibrada. De longa permanência, traz um final bastante limpo. Luca Maroni: 97 pontos.

Gostei deste vinho e observei que os aromas são recuperados em boca.

 

Vinho Donatella Cinelle Colombini Chianti Superiore 2018

Donatella Cinelli Colombini é proprietária de duas vinícolas, sendo uma em Montalcino e outra no Chianti e na DOC Orcia.

Em suas vinícolas todos os empregados são mulheres, o que é uma condição única na Itália e representa um diferencial para as mulheres no negócio de vinhos em geral.

Figura importante, Donatella foi contratada pela União Europeia para pesquisar as leveduras nativas de Montalcino. Como resultado, estas variedades são usadas em todo processo de vinificação de Donatella.

Desde 2014, Donatella está cultivando suas uvas com métodos orgânicos e está incrementando melhorias na vinícolas incluindo o uso de tanques de cimento para fermentação. Ao invés de uso de barricas na adega, Donatella tem preferido estagiar seus Brunellos em toneis de 500 litros por pelo menos dois anos e, após, decantar o vinho em barris de 15 hectolitros para prosseguir com o amadurecimento.

Os vinhos de Donatella têm sido muito elogiados pela imprensa especializada.

A característica primordial de seus vinhos é a elegância.

Em 2016 foi escolhida como um dos quatro Brunellos para estar presente na exclusiva New York Wine Experience da Wine Spectator.

Este Chianti Superiore 2018 é um vinho de cor vermelho rubi claro e transparente. Apresenta aromas finos e ricos, com notas de frutas vermelhas maduras e violetas, incrementadas com aromas de cerejas e pimentas.

Na boca é harmônico com equilíbrio entre taninos e as frutas. É um vinho redondo, quente, aveludado, com elegância e longa persistência. Bom para acompanhar queijos maduros. Harmoniza bem com a bisteca fiorentina.

Fiquei feliz em ver na live os amigos Dario Galloni da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria do Paraná e o sommelier Andre Porto com ótimas informações sobre o vinho e até a história do galo da Toscana.

A experiência obtida com este tipo de evento foi muito interessante pela degustação dos vinhos italianos, as detalhadas informações dos três sommeliers e os questionamentos dos participantes no final da live.

Uma participante perguntou qual seria uma tendência de preferência dos vinhos. O sommelier Andre Porto, do Paraná, respondeu que o público jovem tem demonstrado preferência por vinhos de corpo médio menos estruturados. Isto foi endossado pelo sommelier gaúcho Jylson Boccati.

Bete Yang, é Engenheira Civil, formada em 1975 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é enófila desde 1996 quando visitou região vinícola de Stellenbosch na África do Sul. Fez cursos de vinhos em Curitiba, no Vale dos Vinhedos (RS), na Associação Brasileira de Sommeliers/RJ, em Rioja (Espanha) e na Ecole du Vin de Saint-Émilion (França). Desde 2017 atua como coordenadora do Viniep (Confraria de vinho do IEP- Instituto de Engenharia do Paraná). Visitou mais de 140 vinícolas na Europa, América do Norte e do Sul, África do Sul e Oceania. bete_yang@yahoo.com

 

 

Comentários

2 Comments

  1. Ricardo Vidinich 18 de setembro de 2021 at 09:54 - Reply

    Bacana Bete. Parabéns pelo texto conciso e estimulante.

  2. Helio Sugai 18 de setembro de 2021 at 17:34 - Reply

    Bela matéria!
    Grato por compartilhar todas essas informações!

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