O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou ontem (9/9) que os principais gases do efeito estufa, que provocam a mudança climática, atingem novo recorde de concentração em 2020, já que a desaceleração econômica em meio à pandemia de Covid-19 teve pouco efeito.

“As economias desaceleraram devido ao coronavírus, mas o aquecimento do nosso planeta não diminuiu”, afirmou o português em coletiva de imprensa, ressaltando que “as concentrações de gases de efeito estufa atingiram novos recordes” neste ano.

A declaração foi dada durante a divulgação do novo relatório da Organização Meteorológica Mundial sobre o impacto das mudanças climáticas. “Como aponta este dossiê, bloqueios de curto prazo não substituem a ação climática de que precisamos para atingir os objetivos do acordo de Paris”, acrescentou.

Segundo Guterres, a última vez que a concentração dos gases causadores do efeito estufa atingiram o nível atual foi entre 2,6 e 5,3 milhões de anos atrás. Na ocasião, o nível dos oceanos era 20 metros mais alto e árvores ainda estavam crescendo no Polo Sul.

Conforme os dados, as emissões diárias caíram 17% em abril em relação ao ano anterior, mas conseguiram se manter no mesmo nível de 2006.

O secretário da ONU também ressalta que, em apenas um ano, o planeta atingirá seu período mais quente já registrado, em decorrência do efeito estufa. As temperaturas globais médias devem chegar a 1,1 grau acima dos níveis pré-industriais.

Por fim, Guterres lembrou que para reverter a situação é necessário que os principais poluidores – China, União Europeia, Índia, Japão, Rússia e Estados Unidos – se comprometam a reduzir as emissões até 2030 e a neutralizá-las até 2050. 

Fonte: Ansa

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