No início do século XX, famílias de pecuaristas e agricultores se estabeleceram na Região dos Campos Gerais, no Paraná. A cultura da pecuária leiteira veio na bagagem e assim se formou a comunidade de Carambeí (foto em destaque), atraindo outros grupos holandeses para a região após a II Guerra Mundial, forxmando as colônias de Castrolanda e Arapoti.

As três colônias holandesas cresceram na produção agropecuária em forma de cooperativas, hoje Frísia, Castrolanda e Capal. 

Atualmente, os lugares que serviram de moradia e trabalho para esses imigrantes são pontos de turismo histórico no Paraná. Para Koob Petter, presidente da Associação Cultural Brasil-Holanda (ACBH), esses pontos turísticos são culturalmente ricos. “Não se apaga a memória, mas é preciso preservá-la para que seja passada de geração para geração. Manter uma estrutura original e promover visitações é uma forma de enaltecer nossa cultura”, comenta. Estes são alguns dos pontos conhecidos na região:

Natureza para respirar um pouco

O Parque Histórico de Carambeí um complexo de caráter sociocultural e educativo que visa resgatar, preservar e difundir a história e memória de Carambeí, as experiências que moldaram a cidade e sua gente. É o maior espaço histórico a céu aberto do Brasil em um terreno de 100 mil m², utilizado como referência em produção cultural. Está a 140 km de Curitiba.

Centro Cultural Castrolanda

Castrolanda - natureza e cultura holandesa no Paraná

Reúne os espaços de cultura e memória da comunidade, como o Memorial da Imigração Holandesa, inaugurado em 2001, e o Museu Histórico de Castrolanda, inaugurado em 2016.

Localizado dentro do Memorial de Imigração Holandesa, o Moinho de Vento “De Immigrant” (ou O Imigrante, em português) é uma réplica em tamanho original do moinho Woldzigt, localizado no norte da Holanda. Tem 37 metros de altura e asas com envergadura de 26 metros – de uma ponta a outra.

Este moinho nos Campos Gerais é considerado um dos maiores do mundo e foi projetado e construído pelo arquiteto holandês Jan Heijdra, especialista em moinhos de vento. Além disso, toda a estrutura de madeira foi feita sem o uso de pregos. 

Já o Museu Histórico de Castrolanda, construído para representar as casas de fazenda típicas do norte holandês, em que a residência é unida ao estábulo, conta com um acervo de móveis e objetos que foram doados pelas famílias dos pioneiros. O espaço do estábulo que originalmente era usado para animais, depósito e maquinários, hoje é utilizado para exposições que contam a história da imigração. A 165 km de Curitiba.

A história revisitada

Localizado em Arapoti, a 250 km de Curitiba, a estrutura onde hoje fica o Museu do Imigrante Holandês foi inaugurada em 1963 pela Cooperativa Central de Laticínios e funcionou como estação de recebimento de leite e produção de manteiga até 1979. Em 2005, a sede foi comprada pela comunidade holandesa e transformada em museu. O ambiente é decorado com móveis como os trazidos pelos holandeses na época, reproduzindo o estilo de vida. Além disso, conta também com maquinário, utensílios e ferramentas agrícolas originais.

Museu do Imigrante Holandês - natureza e cultura holandesa no Paraná

Publicado na Now Boarding – fevereiro/2020

Comentários

Leave A Comment