A região do Alto Vale do Itajaí, em Santa Catarina, é marcada por traços da imigração alemã e italiana e abriga mais um dos oito roteiros contemplados no Projeto Experiências do Brasil Rural.

Criada em 2018 pela Assessoria de Turismo e Cultura da Associação de Municípios do Alto Vale (Amavi), a rota Caminhos do Campo envolve 28 propriedades rurais – sendo oito da agricultura familiar -, que garantem experiências únicas ao visitante. Uma delas, o Rancho Sabores da Roça, em Presidente Getúlio, permite ao turista, rodeado por natureza, saborear um delicioso café colonial recheado de produtos elaborados no próprio local, como tortas doces e salgadas, pães, biscoitos, bolos, queijos, geleias e embutidos, entre outros.

Outra opção é percorrer os belos campos de pêssego da Chácara Esmeralda, em Petrolândia, na qual, guiados por anfitriões, turistas podem, inclusive, passear de trator durante a florada. Quando os frutos amadurecem, há a alternativa do “colha e pague”, acompanhada de explicações sobre o processo de cultivo. A modalidade “colha e pague” se repete na cidade de Vitor Meireles, onde são produzidos vinhos, sucos e geleias. Destaque, ainda, para a Cervejaria Herdt, em Ituporanga, onde o turista tem a chance de conhecer o local e ouvir esclarecimentos a respeito da elaboração da bebida – com direito a degustação.

Caminhos do Campo. Divulgação

Segundo a turismóloga Fabiana Dickmann, assessora de Turismo e Cultura da Amavi, as qualificações do Experiências do Brasil Rural já provocam a oferta de novos produtos no roteiro. “Os agricultores têm percebido, com as capacitações, que ainda podem muito mais, que seus produtos podem ser mais bem harmonizados e que eles podem criar experiências, além das já oferecidas. Então, estão surgindo novos produtos, a exemplo de piqueniques harmonizados com produtos locais”, conta.

Já no município de Chapadão do Lageado, a pedida são os vinhos orgânicos do Sítio Grah, que proporciona passeios, conduzidos pelos proprietários, em meio à fabricação artesanal.

Em Ibirama, por sua vez, a atração fica por conta da Atafona Carlos Hajek. Na estrutura, um engenho de moer grãos movido a partir de uma roda d’água datada de 1945, o turista vivencia a experiência de acompanhar descascadores de arroz e milho na pedra. O sistema movimenta ainda uma marcenaria, onde peças de madeira são fabricadas e reformadas.

Caminhos do Campo. Divulgação

Experiências

O roteiro inclui atividades singulares. O que dizer de verificar a arquitetura de uma colmeia de abelhas sem ferrão? É o que oferece o Recanto das Abelhas, em Presidente Getúlio, onde também se pode experimentar um mel com sabor único, além de aprender sobre a importância dos insetos à natureza e assistir o trabalho de preservação das espécies.

No Sítio Rouwstik, em Petrolândia, há a chance de pastorear ovelhas, pegá-las no colo e amamentá-las, bem como provar queijos produzidos a partir do leite dos animais.

A turismóloga Fabiana Dickmann avalia que as capacitações do projeto terão forte impacto na atração de visitantes, principalmente no pós-pandemia. “O mês de julho marcou a retomada do Caminhos do Campo, e os agricultores retornaram aplicando parte do conhecimento obtido, potencializado com o que estão aprendendo nas capacitações. Temos certeza de que a procura pelo roteiro vai ser ainda maior com o posicionamento de marketing trabalhado nas capacitações e que os agricultores têm começado a pôr em prática”, aposta.

Caminhos do Campo. Divulgação

Sustentabilidade

O roteiro catarinense tem como premissas a sustentabilidade rural, o respeito ao meio ambiente, a valorização da história e da cultura locais e a criação de alternativas de renda a famílias do campo, incentivando a permanência na área. As propriedades utilizam produtos nativos e regionais, e os guias pertencem à comunidade, o que fomenta os negócios mutuamente e beneficia as economias municipais. O objetivo é favorecer a interação positiva entre a indústria do turismo, os moradores e os visitantes.

Projeto

Além do Caminhos do Campo, integram o Experiências do Brasil Rural os roteiros “Terra Mãe do Brasil, seus caminhos, segredos e sabores”, da Bahia; a Rota Amazônia Atlântica, do Pará; o Agroturismo, do Espírito Santo; a Rota do Queijo Terroir Vertentes e a Rota Gourmet, das Terras Altas da Mantiqueira, em Minas Gerais e a Ferradura dos Vinhedos e o Roteiro Farroupilha Colonial, ambos no Rio Grande do Sul. Após um diagnóstico inicial, empreendedores participam agora de capacitações sobre as cadeias produtivas de interesse do projeto: queijos, vinhos, cervejas e frutos da Amazônia.

André Martins, Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo

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