Não é apenas o seu coração que estará a 200 km/hora. Você também estará em queda livre e perderá o fôlego vendo as belezas naturais do Brasil a mais de 3 mil metros do chão. Saltar de paraquedas proporciona um visual e sensações únicos a quem se permite mergulhar nas paisagens brasileiras. Dia 22 de outubro é o Dia do Paraquedista, data dedicada a homenagear os profissionais que guiam os aventureiros neste mergulho inesquecível. São eles que dão aquele apoio moral quando falta coragem na hora de pular e garantem a segurança dos turistas na prática do esporte.

Em Foz do Iguaçu (PR), por exemplo, é possível vivenciar fortes emoções saltando de paraquedas com o visual incrível de uma das 7 Maravilhas do Mundo: as Cataratas do Iguaçu. Junior Aver é paraquedista há 23 anos e trabalha na cidade realizando o sonho das pessoas, possibilitando um gostinho de uma habilidade que o ser humano não é capaz de ter. “O melhor desta profissão é proporcional às pessoas a oportunidade de voar”, comenta.

O profissional já coleciona 5,5 mil saltos e chega a fazer até oito por dia. Se ele tem medo de pular de um avião em movimento? A resposta de Junior é uma só: “O medo nos mantém vivos”, afirma. Mas ele garante que o esporte é superseguro quando adotados todos os procedimentos de segurança. Para ele, a sensação vale a pena. “Quem nunca saltou não saberá como é e quem saltou não sabe explicar o que sentiu”, detalha o paraquedista.

Paraquedismo em Guarapari (ES). Foto: Edu Esteves/Skydive Guarapari

O brasiliense Thales Falek resolveu saltar de paraquedas após o término de um relacionamento o motivar a viver experiências novas. Ele tenta descrever o indescritível: “Foi um momento inesquecível! É um sentimento único: adrenalina com liberdade, frio na barriga, se sentir livre durante a queda e depois a sensação de realização ao ver uma imensidão de cores e formas por perto, que são as construções da cidade, e aquela imensidão azul do céu”, conta.

Thales escolheu a cidade de Boituva, em São Paulo, para saltar em direção à superação. Quando embarcou no avião e se viu a 3 mil metros do solo, ele se deparou com um de seus maiores medos: a altura. “Lá de cima eu vi que era melhor pular do que ficar no avião”, brinca. Após a experiência, Thales conta que conseguiu superar o medo de grandes altitudes. “Depois desse dia, morei no 16º e 19º andar em São Paulo, então agora eu consigo lidar melhor com isso”.

Boituva está localizada a cerca de uma hora da capital paulista e é considerada referência na prática do esporte no país por abrigar o Centro Nacional de Paraquedismo, um dos maiores da América Latina. A cidade atrai milhares de turistas todos os anos em busca de emoção.

Dicas de destinos

Além de Foz do Iguaçu (PR) e Boituva (SP), outras cidades também oferecem este serviço. É o caso do Rio de Janeiro (RJ), onde pular de paraquedas proporciona uma vista nada convencional dos principais pontos turísticos da cidade, como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar. No Estado do Rio de Janeiro, a cidade de Resende também é bastante procurada pelos aventureiros que buscam uma vista de tirar o fôlego. A cidade carioca é uma das portas de entrada para o Parque Nacional do Itatiaia, onde está localizado o Pico das Agulhas Negras, um dos pontos mais altos do país.

Já em Fernando de Noronha, as paisagens já são de tirar o fôlego a partir do solo, imagina do ar. Entre todas as atividades turísticas que o arquipélago oferece, o salto de paraquedas é o mais radical e o mais imperdível para conhecer a ilha de um ângulo diferente.

Thales Falek saltando em Boituva. Arquivo Pessoal

No Norte, a Amazônia se torna ainda mais encantadora quando vista de cima. A capital Manaus, por exemplo, é bastante procurada por praticantes do paraquedismo. Do alto, é possível ter uma vista privilegiada da cidade e do Encontro das Águas entre os rios Negro e Solimões, além da Ponte Rio Negro, um dos principais pontos turísticos do Estado, que possui mais de 3,5 km de comprimento e liga os municípios de Manaus e Iranduba.

O presidente da Associação Brasileira de Paraquedistas (ABPQD), Rômulo Sousa dos Santos, destaca ainda as cidades de Piracicaba (SP), Imbituba (SC), Tijucas (SC) e Paranaguá (PR) como polos do esporte. Rômulo é paraquedista há 32 anos e conta com mais de três mil saltos no portifólio. O profissional reforça a importância de os turistas procurarem locais e instrutores capacitados para realizar o salto com segurança.

“Muitas regras de segurança são obrigatórias para a prática do paraquedismo no mundo inteiro. Para fazer um salto duplo, a lazer e na companhia de um instrutor, em que o passageiro só vai para aproveitar a emoção, o que precisa é que a pessoa tenha composição física e tamanho mínimo para caber no equipamento”, explica.

O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, ressalta que o Brasil é uma das referências mundiais para turismo de natureza e de aventura por sua imensa diversidade natural. Só em 2019, 1,5 milhão de turistas brasileiros viajaram dentro do país motivados por estes tipos de turismo, o que representa 26% das viagens realizadas a lazer. “Nós temos seis biomas e mais de 8 km de costa. Aqui o turista encontra montanha, mar, cachoeira, dunas, planaltos, chapadas, enfim, uma infinidade de cenários perfeitos para a prática de esportes radicais e contemplação da natureza”, afirmou.

Vanessa Castro, Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo

 

 

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