Sem dúvida, avião é o transporte mais rápido para ligar dois destinos. Mas tem muita gente que prefere fazer suas viagens de carro, moto, motorhome e bicicleta. Programar pegar a estrada na Argentina é ter certeza de passeios e paisagens deslumbrantes e dos mais variados tipos. Com a vantagem de ser no seu ritmo. Quase um terço dos brasileiros que vão à Argentina, visitam o país por via terrestre. Veja o que é preciso para conhecer de quatro, duas ou mais rodas.

Primeiro, um pouco de planejamento. As atrações são muitas, mas quem não dispõe de um ano sabático inteiro precisará escolher. As viagens mais populares são focadas em uma região específica: o Norte Argentino, a Patagônia, ou Buenos Aires. Os motoqueiros brasileiros, por exemplo, são frequentadores assíduos da região Norte, já que todo ano milhares deles viajam até lá para assistir o MotoGP, em Termas de Rio Hondo. Para muitos, é uma oportunidade para conhecer as paisagens ao redor.

O caminho mais popular por automóvel começa com a Rota 14, a rodovia que corta as províncias mais próximas do Sul do Brasil – Misiones, Entre Ríos e Corrientes. Uma das mais movimentadas do país, ela é o caminho para quem deseja ir a Buenos Aires a partir do Paraná, Santa Catarina ou Rio Grande do Sul. Também é chave para chegar a uma série de destinos deslumbrantes.

Camino de Los Siete Lagos, Ruta 40, em San Martin de los Andes. Foto: Gustavo Zambelli/Unsplash

Misiones, por exemplo, tem o lado argentino das Cataratas del Iguazú, incluindo a Garganta del Diablo, rodeado por uma exuberante floresta. E, a apenas 250 km de Foz do Iguaçu, na Tríplice Fronteira, tem as impressionantes ruínas jesuítas de San Ignácio Mini. Corrientes inclui o parque dos Esteros del Iberá, uma das maiores áreas protegidas do país, com uma paisagem que mistura pântanos, lagos e cursos de água, e foi listada pelo New York Times como um dos 52 lugares a se visitar depois da pandemia.

TURISMO: As vinícolas de Salta

Para quem deseja conhecer as belezas do norte e do sul, o caminho é a Ruta 40 com cerca de 5,2 mil km, considerada uma das rodovias mais cênicas do mundo.

Cortando a Argentina inteira, vai da Patagônia – à beira do Estreito de Magalhães – até o extremo norte, próximo a Bolívia, correndo paralela à Cordilheira dos Andes. Ao longo dessa rota há 20 Parques Nacionais e Monumentos Naturais, com paisagens que vão do nível do mar, no Farol do Cabo Vírgenes, até o trecho rodoviário mais alto do continente americano, em Abra del Acay, ao Norte. Para encanto dos olhos e das câmeras, ela conduz até quatro das Maravilhas Naturais da Argentina: o deserto de Salinas Grandes; o Parque Nacional de Talampaya, com suas formações geológicas incríveis; as paisagens nevadas do Parque Nacional de Nahuel Huapi, em torno do lago que banha Bariloche; e, finalmente, deixa o viajante próximo do Glaciar Perito Moreno, no Extremo Sul.

Para encantar os paladares, essa rota cruza Mendoza e Salta, os dois maiores centros vinícolas do país, o primeiro especializado em vinhos tintos com a uva Malbec, o segundo famoso por seus vinhos brancos feitos com a uva Torrontés. Nesse ponto vale observar que, ao viajar pela estrada, é proibido andar com bebidas alcoólicas abertas dentro da cabine.

A Argentina tem hotéis e pousadas para todos os gostos em todas as regiões, dos bed & breakfast aos resorts e lodges, mas uma grande parte dos viajantes rodoviários prefere a rede de campings, já que o número e a variedade de opções são maiores que no Brasil.

Existem campings oficiais, mantidos pelas prefeituras da maioria dos municípios, e os privados, assim como os glampings (mistura de glamour + camping), que possuem infraestrutura de luxo e já são mais de 70 espalhados pelo país. Há diversos apps e sites que ajudam a encontrar os mais próximos ao longo de cada rota.

Para viajar de carro, além da carteira de motorista e dos documentos do veículo, é preciso de um seguro Carta Verde (obrigatório na viagem para qualquer país do Mercosul), um cambão (para reboque em caso de emergência) e dois triângulos.

Com apoio Opus 1060

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