A calota polar do Ártico registrou em 2020 seu segundo menor nível em mais de 40 anos, com um tamanho de 3,74 milhões de quilômetros quadrados, informou na noite de segunda-feira (22) o Centro Nacional de Neve e Gelo (NSIDC), instituto oficial norte-americano ligado à Universidade do Colorado.
A entidade iniciou as medições com precisão em 1979 e o pior número registrado até hoje desde então foi em 2012, quando a área atingiu 3,14 milhões de km2. Já em 2020, o nível mínimo foi calculado em 15 de setembro.
“Foi um ano louco, com o gelo marinho quase no nível mais baixo da história, ondas de calor na Sibéria e grandes incêndios florestais. Estamos caminhando para um Ártico sem gelo sazonal”, pontuou o diretor do NSIDC, Mark Serreze.
A calota polar ártica é o manto de gelo que se forma no mar em altas latitudes e, todos os anos, uma parte dela derrete no verão (do hemisfério norte) e se forma novamente no inverno.
Porém, o que os cientistas destacam é que, ano após ano, a quantidade de gelo que derrete é maior do que a reconstruída.
“O rápido desaparecimento do gelo marinho é um claro sinal de quanto o nosso planeta está em perigo. Com o derretimento do Ártico, o oceano absorve mais calor e todos nós ficamos mais expostos aos efeitos devastantes da emergência climática”, afirmou uma das representantes da ONG Greenpeace, Laura Meller, que está em expedição pelo Ártico.
Ainda conforme o relatório, a extensão mínima anual da calota polar ártica passou dos 7,7 milhões de km² em 1980 para 3,7 milhões de km² em 2020.
A primeira grande redução da calota foi registrada 10 anos depois da segunda medição, em 1990, quando ela media 6,1 milhões de km²; no ano 2000, o número estava em 4,9 milhões de quilômetros quadrados e, em 2012, foi batido o recorde negativo.
Porém, durante toda a década, os valores oscilaram entre 4,3 e 4,8 milhões de km² até a nova drástica redução registrada agora em setembro de 2020.
Fonte: Ansa