Viver experiências com povos originários aprofundando-se em suas culturas em vivências sustentáveis. O Etnoturismo é opção turismo sustentável e de impacto, não só para quem o realiza, mas também para os moradores da região que recebem os grupos e obtêm uma fonte de renda extremamente significativa. A expedição também desperta a preocupação socioambiental, preservando a biodiversidade local, o modo de vida e saberes ancestrais.

As aldeias indígenas que atuam com este tipo de prática oferecem serviços de estadia, alimentação, diversas oficinas e vivências, que aproximam os visitantes de seu modo de vida, realizando um intercâmbio entre pessoas que muitas vezes têm rotinas radicalmente diferentes do apresentado, o que potencializa as trocas realizadas. A venda de artesanato movimenta a economia local e traz inúmeros benefícios para as famílias.

Teka Shanenawa é cacique do povo Shanenawa, no Acre, e afirma que “o turismo sustentável na aldeia Shanenawa tem trazido muito aprendizado, conhecimento e ajuda financeira para dar oportunidade de pessoas realizarem cursos, graduações e capacitações fora da aldeia e, posteriormente, para que sejam aplicados dentro dela. É uma experiência de grande importância e que vem trazendo uma contribuição no fortalecimento sustentável. O turismo vem ajudando nas dificuldades que temos, inclusive está contribuindo com a faculdade das minhas duas filhas. Isso tem sido uma porta aberta para vender nossos artesanatos, mostrar nossa cultura e provar que não somos menos do que qualquer outra cultura ou povo brasileiro. Nunca na nossa história havíamos tido essa oportunidade”.

A Vivalá é uma agência de turismo sustentável que oferece três expedições em parceria com povos indígenas nas terras Katukina Kaxinawá, no Acre, Kariri Xocó, em Alagoas, e Tenondé Porã, em São Paulo, nos biomas da Amazônia e Mata Atlântica.

Terra Indígena Katukina Kaxinawá, Acre

No coração da maior floresta do mundo, a Amazônia, e dentro de um dos Estados com a maior diversidade de povos indígenas do Brasil, se encontra a Aldeia Shanenawa, do povo Shanenawa, conhecido como povo do pássaro azul.

Neste lugar repleto de fauna e flora, com tradições muito preservadas e grande acolhimento de seus moradores, a vivência atrai viajantes do mundo inteiro, que buscam uma profunda conexão com a natureza e consigo mesmo, além de aprendizados e novas formas de ver o mundo.

Aldeia Shanenawa.

As expedições partem de Rio Branco, capital do Acre, e tem valores de investimento a partir de R$ 5,7 mil para 8 dias de vivência, incluindo as hospedagens, transportes, alimentação, oficinas, vivências como banhos ritualísticos de ervas e de argila, pintura corporal, consagração de medicinas da floresta (ayahuasca, chamado de Uni pelos Shanenawa; rapé, sananga, kambo), visita à agrofloresta, plantio de árvores, muita música e danças tradicionais, seguro, guias e facilitadores.

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Terra Indígena Kariri-Xocó, Alagoas

Outra forma de adentrar territórios indígenas de maneira consciente, autorizada e profunda é no encontro da Caatinga com a Mata Atlântica, às margens do Rio São Francisco e na divisa de Alagoas com Sergipe, onde habita o povo Kariri-Xocó.

A expedição é repleta de muita natureza e saberes ancestrais. Grande parte das vivências acontecem no espaço cultural criado pela comunidade, inclusive o ritual do Toré, – uma consagração de medicinas tradicionais da floresta, como a Jurema e o rapé -, banhos ritualísticos, oficina de ervas, danças, músicas e navegação com mergulho no Velho Chico.

Com saídas da capital do Sergipe, Aracaju, são cinco dias a R$ 2,9 mil, com cerimônias e oficinas sempre acompanhadas da música tradicional – o Toré -, comida e banho no Velho Chico para limpeza do corpo, mente e espírito.

Terra Indígena Tenondé-Porã, São Paulo

Para quem busca uma vivência mais perto e curta, mas também muito significativa, tem roteiro próximo a São Paulo. A expedição para a terra indígena Tenondé-Porã é perfeita para conhecer os hábitos, a luta por autonomia e a resistência do povo Guarani.

A terra indígena Tenondé Porã tem uma extensão aproximada de 16 mil hectares, abrangendo cerca de 10% da totalidade da cidade de São Paulo e de outros três municípios. É possível caminhar pelas exuberantes trilhas do território e vivenciar o nhanderekó (modo de ser) do povo originário que vive e resiste nas fronteiras da maior metrópole do Brasil. A experiência pode ser realizada em um único dia e é excelente para quem está na capital paulista e quer ter uma vivência junto à natureza, mergulhando nos seus saberes ancestrais.

Os roteiros acontecem todos os primeiros e terceiros sábados de cada mês tendo opções de Turismo de Base Comunitária (TBC) com foco na cultura local ou de aventura, em uma trilha de 8,5 km entre as aldeias Kalipety e Yrechakã.

Localizada a 55 km do centro de São Paulo, as vivências de cerca de 12 horas contam com transporte saindo da capital, com valores a partir de R$ 285 por pessoa.

Com apoio DePropósito Comunicação de Causas

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