A Nova Zelândia é constituída de duas ilhas: do Norte e do Sul. As vinícolas neozelandesas ocupam territórios em latitudes apropriadas para o cultivo de suas uvas e vinhos. As usas são expostas a longas horas de sol, noites frescas e brisa marítima. Nenhum vinhedo dista mais de 130 km do mar e isto confere aos vinhos uma mineralidade inconfundível.

A indústria do vinho na Nova Zelândia tem mais de setecentas vinícolas com 76% da produção é dedicada para a variedade Sauvignon Blanc, sendo seguida por Pinot Noir, Chardonnay e Pinot Gris.

As principais regiões produtoras da Nova Zelândia na Ilha Norte são:

Auckland, onde destaco os vinhos das uvas Syrah, Chardonnay e blends com Cabernet Sauvignon

Hawke’s Bay, com Merlot, Cabernet Sauvignon, Syrah e Chardonnay

Gisborne, com Chardonnay e Pinot Gris

Waikato (a região que serviu de cenário para o filme “Senhor dos Anéis”), com Pinot Noir e Sauvignon Blanc

Northland e seus vinhos frutados e alcoólicos

Na Ilha Sul:

Marlborough, é a região que mais produz vinhos na Nova Zelândia. Predomina as casas Sauvignon Blanc, Pinot Noir e Chardonnay.  É, também, a maior produtora de espumantes elaborados a partir da Pinot Noir e Chardonnay

Nelson, com Pinot Noir, Chardonnay e Sauvignon Blanc

Central Otago, onde são elaborados alguns dos melhores Pinot Noir do mundo e vinhos a partir de Chardonnay, Sauvignon Blanc e Riesling e

Canterbury com seus Pinot Noir, Chardonnay e Riesling.

Espero que apreciem esta seleção de vinhos neozelandeses.

Sauvignon Blanc da Villa Maria

Vinícola Villa Maria.

Visitei a vinícola Villa Maria em Auckland onde fiz a degustação deste ótimo Sauvignon Blanc que é produzido na Ilha Sul, na região de Marlborough.

Sauvignon Blanc da Villa Maria.

Este Sauvignon Blanc eu já havia degustado em Dubai, em almoço no restaurante no hotel Burj Al Arab e gostei muito.

Quando tive oportunidade de degustá-lo na própria Villa Maria, não vacilei, nem observei a safra do vinho e adorei a experiência. Ele tem aroma de erva limão, pimenta jalapeña e ervas frescas. No paladar tem sabor de frutas cítricas tropicais e levemente picante. Talvez meu paladar tenha sido afetado pela memória afetiva, mas gosto deste vinho.

Sauvignon Blanc Lord Rutheford 2016 da Brighwater

Sauvignon Blanc da Brighwater.

Este vinho foi degustado despretensiosamente em um bom restaurante, à beira do mar, na cidade de Nelson. É um Sauvignon Blanc fresco e seco, com aroma marcante de maracujá e sabor agradável que harmoniza muito bem com frutos do mar.

Às vezes a gente se surpreende com as felizes coincidências de sabor de vinho e comida que experimentamos em uma viagem.

Pinot Noir da Brancott

É um Pinot Noir com 13% de teor alcoólico, de cor vermelha, límpida, brilhante, com lágrimas finas e corpo médio. O aroma é de frutas vermelhas frescas, café e chocolate. No paladar apresenta acidez acentuada, taninos baixos e levemente frutado.

A visita a vinícola Brancott, em Marlborough, foi muito agradável devido a beleza da região. A degustação harmonizada é realizada numa sala com linda vista para os vinhedos.

Vinícola Brancott.

Sauvignon Blanc da Brancott

Sauvignon Blanc da Brancott.

Este Sauvignon Blanc tem teor alcoólico de 13%. O aroma é de frutas maduras cítricas. Em boca é seco, acidez pronunciada e final harmônico.

Encontro com facilidade este vinho nas lojas em Curitiba e mantenho sempre uma garrafa na minha adega porque gosto do seu sabor.

Pinot Noir da Cloudy Bay

Pinot Noir da Claudy Blay.

O vinho Cloudy Bay Pinot Noir é produzido pela mítica Cloudy Bay, uma referência em vitivinicultura na Nova Zelândia.

Este rótulo traz a expressão da Pinot Noir cultivada no terroir de Marlborough.

O amadurecimento em barricas de carvalho francês, agregou ainda mais complexidade a este tinto.

A cor deste vinho é rubi e tem aroma de ameixa madura, cereja negra, mirtilo, violeta, especiarias e tosta. O teor alcoólico é de 13,5% e em boca é frutado, com boa acidez, médio corpo e taninos macios.

Vinícola Cloudy Bay.

Sauvignon Blanc da Cloudy Bay

Sauvignon Blanc da Cloudy Bay.

Este vinho tem ótimas pontuações desde 1999, acima de 4,2 pontos. Eu degustei na vinícola Cloudy Bay a safra de 2016 e gostei muito.

O teor alcoólico é de 13,2% É bem aromático, especialmente maracujá e limão. A gente toma este vinho mesmo sem harmonizar com comida porque é fresco, delicioso, elegante e com final longo e persistente.

Cabernet Sauvignon e Merlot Pioneer Block da Saint Clair

Cabernet e Merlot da Saint Clair.

Este vinho da vinícola Saint Clair, em Marlboroug, tem teor alcoólico de 13,5%. O aroma é complexo, bem pronunciado, com notas de especiarias.

No paladar é concentrado, com sabor de groselha preta, cedro e especiarias. É um vinho delicioso.

Sauvignon Blanc Pioneer Block da Saint Clair

Sauvignon Blanc da Saint Clair.

O vinho tem uma cor verde pálida e teor alcoólico de 13% O aroma é de groselha branca e maracujá. No paladar o gosto é de frutas tropicais e maçã fresca, com final persistente. É um vinho elegante e muito delicioso.

A degustação na vinícola é prazerosa porque oferece degustação harmonizada com pratos gostosos.

Vinícola Saint Clair.

Sauvignon Blanc 2016 da Allan Scott

Sauvignon Blanc da Allan Scott.

É um Sauvignon Blanc com 12,5%de teor alcoólico. O vinho é aromático, fresco, com predominância de maracujá e casca de limão. No paladar tem boa acidez, corpo médio e final longo.

A vinícola, na região de Marlborough, é bonita, como a maioria das propriedades desta região, e fica nas proximidades de Blenheim.

Vinícola Allan Scott.

Pinot Noir 2015 da Amisfield

A vinícola Amisfield está situada às margens do Lago Hayes, Queenstown. Foi fundada por John Darby em 1988. Hoje a vinícola Amisfield é uma das maiores vinícolas de propriedade única em Central Otago com 92 hectares de vinha.

Pinot Noir da Amisfield.

O Pinot Noir da Amisfield tem teor alcoólico de 14%. É um vinho de atraente cor rubi, aroma doce de cerejas pretas, notas botânicas e toque de canela. O paladar é amplo, complexo e exuberante, com notas de chocolate amargo e taninos envolventes no final.

Sauvignon Blanc da Amisfield

Sauvignon Blanc da Amisfield.

O vinho Sauvignon Blanc da Amisfield é muito aromático, com notas de maracujá, ananás e lima. Apresenta cor brilhante e no paladar é fresco, com acabamento mineral e intenso sabor de frutas tropicais.

Pinot Noir da Vinícola Rippon

Pinot Noir da Rippon.

Já tinha ouvido falar desta vinícola, a Rippon Vineyard and Winery, na região de Central Otago, às margens do Lago Wanaka, no Extremo Sul da Nova Zelândia, nas proximidades de Queenstown, e mesmo assim me surpreendi com a beleza da paisagem dos vinhedos às margens do lago e da qualidade do seu elegante Pinot Noir.

Foi necessário agendar a visita. Fomos muito bem atendidos e ficamos encantados com a alta qualidade dos vinhos.

O Pinot Noir da Rippon tem teor alcoólico de 13,5%, aroma de ameixas e cerejas com complexidade adicionada por sabores de caça e carvalho. É um vinho muito bom, redondo, corpo médio, textura sedosa, com taninos finos e final longo.

Riesling da Rippon

Riesling da Rippon.

Este vinho tem teor alcoólico de 12,3%, corpo médio, sem madeira. Traz toda tipicidade da uva Riesling, com notas cítricas e minerais. Na boca é fresco e suculento, com ótima persistência.

Vinícola Rippon.

Aprecio a degustação nas vinícolas porque posso conhecer todos os produtos. Converso com as pessoas do local para saber a opinião delas, conheço o “terroir” dos vinhedos e aprecio a gastronomia que harmoniza com os vinhos, registrando tudo em fotos para lembrar sempre destas experiências.

Teria muitos outros vinhos para descrever, mas alguns são de vinícolas pequenas cujos produtos não chegam no Brasil. Por isto recomendo quando você encontrar os vinhos da Nova Zelândia não deixar de experimentá-los, principalmente das uvas Sauvignon Blanc e Pinot Noir.

Tim tim!!!

Bete Yang, é Engenheira Civil, formada em 1975 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é enófila desde 1996 quando visitou região vinícola de Stellenbosch na África do Sul. Fez cursos de vinhos em Curitiba, no Vale dos Vinhedos (RS), na Associação Brasileira de Sommeliers/RJ, em Rioja (Espanha) e na Ecole du Vin de Saint-Émilion (França). Desde 2017 atua como coordenadora do Viniep (Confraria de vinho do IEP- Instituto de Engenharia do Paraná). Visitou mais de 160 vinícolas na Europa, América do Norte e do Sul, África do Sul e Oceania. bete_yang@yahoo.com

Fotos: Bete Yang

 

 

Comentários

4 Comments

  1. Sater 5 de fevereiro de 2022 at 11:17 - Reply

    Ótima matéria. Parabéns pelos detalhes dos vinhos permite conhecermos um pouco da Nova Zelândia que confesso desconhecer. Obrigado por compartilhar.

  2. Helio Sugai 5 de fevereiro de 2022 at 11:23 - Reply

    Mais uma bela matéria, aliás, quase um tratado!
    Mais um ótimo motivo para visitar Nova Zelândia.
    Deixou-me empolgado com o Pinot Noir da Cloudy Bay.

  3. Lorena Benathar Ballod Tavares 5 de fevereiro de 2022 at 14:27 - Reply

    Um pequeno país que conta com grandes vinhos. Obrigada por mostrar algo mais da cultura vínica da Nova Zelândia que, para mim, ainda é pouco conhecida. Adorei !

  4. Ricardo Siqueira 17 de fevereiro de 2022 at 20:30 - Reply

    Excelente matéria e a apresentadora curtindo e saboreando elegantemente a apresentação. Parabéns!!

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