A pandemia atingiu em cheio o setor do turismo. Informação da Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) registra que entre março e agosto, em seis meses portanto, 49,9 mil estabelecimentos com vínculos empregatícios foram “perdidos”. Neste período foram eliminados 481,3 mil postos formais de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O turismo perde R$ 207 bi em sete meses.

O surto de Covid-19 afetou estabelecimentos de todos os portes, mas os que mais sofreram perdas foram os micro (-29,2 mil) e pequenos (-19,1 mil) negócios. Regionalmente, todos os Estados registraram redução do número de unidades ofertantes de serviços turísticos, com maior incidência em São Paulo (-15,2 mil), Minas Gerais (-5,4 mil), Rio de Janeiro (-4,5 mil) e Paraná (-3,8 mil).

A crise afetou todos os segmentos turísticos que registraram saldos negativos nos último seis meses, com destaque para alimentação fora do domicílio, como bares e restaurantes (-39,5 mil) e os de hospedagem em hotéis, pousadas e similares (-5,4 mil) e de transporte rodoviário (-1,7 mil).

Sem recuperação até final do ano

Sobre empregos, os índices foram: agências de viagens (-26,1% ou -18,5 mil) e de hotéis, pousadas e similares (-23,4% ou -79,9 mil) registraram os cortes mais intensos.

Fabio Bentes, economista da CNC responsável pela pesquisa, diz que a CNC calcula que de março a setembro o turismo no Brasil perdeu R$ 207,85 bilhões. “Mesmo com as perdas ligeiramente menos intensas nos últimos meses, o setor explorou apenas 26% do seu potencial de geração de receitas durante o período”.

De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a maior parte das atividades que compõem o turismo brasileiro segue ainda sem perspectiva de recuperação significativa nos próximos meses, principalmente em virtude do caráter não essencial do consumo destes serviços. “A aversão de consumidores e empresas à demanda, somada ao rígido protocolo que envolve a prestação de serviços desta natureza, tende a retardar a retomada do setor”, ressalta Tadros.

Até o fim de 2020, a Confederação projeta um saldo negativo de 42,7 mil estabelecimentos.

“Os números poderiam ter sido ainda maiores não fossem as iniciativas do poder público. O turismo foi um dos primeiros ramos a sentir os efeitos da recessão e será um dos últimos a se recuperar”, afirma o diretor da CNC responsável pelo Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur), Alexandre Sampaio.

Fonte: CNC

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