Mar, doce lar. Uma atleta que brilha lindamente no surfe e uma família unida pelo mar. Além da carreira em ascensão, Thiara Mandelli compartilha o talento nas ondas com o marido e filhos.
Entramos na onda da surfista Thiara Mandelli. Ela trocou Curitiba para morar no litoral paranaense com o marido e as duas filhas e – pasmem – são todos surfistas. Entre as marolas e as morras (grandes ondas), batemos um papo sobre a carreira e a paixão pelo mar. Equilibrando-se sobre o Longboard, ela coleciona prêmios e campeonatos no Brasil e no mundo e nos contagia com uma energia inspiradora.
NOW BOARDING: Como o surfe entrou na sua vida?
THIARA MANDELLI: Eu morava em Curitiba, cursava Direito e sempre admirei o surfe, mas jamais me imaginei surfando. Foi quando conheci o Luciano, hoje meu marido. Ele descia todos os finais de semana à praia e me incentivou a surfar minha primeira onda. Na primeira vez em que fiquei em pé, sabia que era isso que eu queria.
NB: Como foi a virada para fazer do surfe uma profissão?
Thiara: Costumo dizer que o surfe me escolheu. Porque foi tudo tão rápido e quando percebi, já estávamos morando na praia, surfando diariamente, evoluindo muito, ao ponto de começar a competir e já fechar patrocínios. Foi a amor à primeira vista. O surfe virou meu esporte, paixão e profissão. Comecei participando de eventos locais, depois fora do Estado. Após dois anos, estava competindo no profissional brasileiro e durante alguns anos fui top quatro do circuito.
NB: Por que o Longboard e não a pranchinha de surfe?
Thiara: Quando comecei, meu sonho era surfar de pranchinha. Luciano sempre me falava: “vamos aprender no Longboard e depois você vai para a pranchinha”. A paixão falou mais alto e o Longboard me conquistou pela plasticidade, estilo, equilibro na prancha e a leveza que ele transmite.
NB: O que conquistou até agora?
Thiara: Sou hexa campeã paranaense, tetra campeã catarinense. Durante 4 anos, fui top 4 no circuito Profissional Brasileiro. Fui vice-campeã Sul Americana em 2014 e fiquei em 17° lugar no Mundial na China, quando decidi o título mundial com as melhores profissionais do mundo.
NB: Pensa em retomar uma carreira internacional?
Thiara: O vice-campeonato Sul Americano foi um dos meus melhores momentos. Conquistei a vaga para o Mundial na China, mas acabei parando na 17ª colocação. Era um sonho pessoal chegar ao Mundial, mas hoje meu coração busca outros rumos. Tenho corrido em eventos no Brasil e as viagens internacionais estão sendo feitas para produzir imagens e pelo prazer de surfar ondas diferentes, o chamado soul surfer. Posso sim, voltar um dia, mas por enquanto não é o momento.
NB: No meio do caminho, apareceu a Luara e depois a Laura.
Thiara: Desde os 35 dias de vida, as duas me acompanham entre um voo e outro, entre cidades, estados e países diferentes. Não mudamos nossa rotina de maneira alguma, elas sempre nos acompanharam e desde pequenas vivenciam o surfe.
NB: As duas são apaixonadas pelo mar?
Thiara: Luara tem 9 anos e já surfa há mais de 1 ano. É apontada como grande promessa do surfe, uma das mais novas surfistas do Brasil e já coleciona troféus e um estilo muito bonito de surfe. Laura, acho que vem ainda mais apaixonada (risos). Tem apenas 2 anos e 10 meses e já pede para surfar. Não pode ver uma prancha. Sabe todos os nomes das manobras de surfe. Logo a família vai estar completa no mar.
NB: Como é a sua relação com o mar?
Thiara: O surfe traz um prazer inexplicável. O caminhar sobre a prancha, sobre a onda, é algo mágico, uma sensação que ninguém pode vivenciar por você. Ao mar, todo meu respeito, amor e dedicação sempre!
Publicado na Now Boarding – novembro/2017