O Sítio Roberto Burle Marx (SRBM) foi reconhecido na categoria de Paisagem Cultural como Patrimônio Mundial esta semana numa decisão do Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em reunião realizada em Fuzhou, na China. Agora o Brasil tem 23 bens inscritos na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco, registro dos bens considerados como portadores de valor universal excepcional para a cultura da humanidade.

Localizado na Barra de Guaratiba, a 53 km do Rio de Janeiro, o Sítio tem 405 mil m² de área e abriga uma coleção botânica com mais de 3,5 mil espécies de plantas tropicais e subtropicais, cultivada em viveiros e jardins. O SRBM é uma unidade especial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo.

Foto: Marlon da Costa Souza

Claudia Storino, diretora do local, diz que “o Sítio Roberto Burle Marx é certamente uma obra de arte, onde as paisagens são o elemento de maior destaque, ligando todo o conjunto com poderosa personalidade. Os espaços ajardinados do Sítio materializam tanto os princípios paisagísticos da obra de Burle Marx quanto os processos de análise, cultivo e experimentação que impulsionaram a criação do paisagismo tropical moderno. A vegetação organizada em diálogos de forma, cor e volume que permeiam todos os ambientes, mas também se articulam e interagem com a mata nativa, com a topografia e os acidentes naturais do terreno e com elementos artísticos e arquitetônicos de diferentes épocas e culturas, resultando numa paisagem notável e singular”.

Plantas do mundo

Jardins, viveiros de plantas, sete edificações e seis lagos integram este espaço. A propriedade também guarda um acervo museológico de mais de três mil itens, que inclui um grande repertório da produção artística de Burle Marx, suas coleções de arte moderna, cuzquenha, pré-colombiana, sacra e popular brasileira, de cristais e de conchas, além do mobiliário e dos objetos de uso cotidiano da casa.

Maior e mais importante registro da obra de Burle Marx, o SRBM recebe cerca de trinta mil visitantes por ano. Conhecido internacionalmente como um dos mais relevantes paisagistas do século XX, Roberto adquiriu o Sítio em 1949 e ali viveu entre 1973 e 1994. Ao longo de 45 anos, reuniu na propriedade plantas de diversas partes do mundo e dos diversos biomas brasileiros, algumas atualmente em risco de extinção.

Além de paisagista, Burle Marx foi também artista plástico, pintor, escultor, designer de joias, figurinista, cenógrafo, ceramista e tapeceiro. Todas as facetas da sua obra podem ser apreciadas no SRBM, um grande laboratório de experimentações botânicas e artísticas.

Foto: Oscar Liberal/Iphan

Na propriedade também se encontram exemplares das 34 espécies que possuem relação direta com Burle Marx: duas delas descritas diretamente pelo paisagista, dezesseis nomeadas em homenagem a ele e outras dezesseis cujas descrições utilizaram materiais coletados nas expedições promovidas por Roberto.

Parte do acervo museológico do Sítio está disponibilizada em um banco de dados específico para registro, gestão, pesquisa e acesso público. Consulte aqui e para mais detalhes conheça também o folheto do SRBM e veja o vídeo da candidatura.

As visitas podem ser agendadas no e-mail visitas.srbm@iphan.gov.br

Fonte: Iphan

A foto que abre a matéria é de Oscar Liberal/Iphan

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