As Montanhas Capixabas, conhecidas pela natureza exuberante e um clima ameno sedutor. Na região, a cidade de Venda Nova do Imigrante (Espírito Santo) abriga o Roteiro Agroturismo, um dos contemplados pela parceria entre os ministérios do Turismo, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), que capacita empreendedores para o desenvolvimento do turismo no campo.

A rota no Espírito Santo, repleta de traços da colonização italiana, envolve um conjunto de 35 propriedades agrícolas familiares, hotéis e restaurantes, entre outros, onde o turista pode provar diversas especiarias e, de quebra, conhecer o processo de fabricação. O recheado cardápio inclui delícias como queijos e derivados do leite, embutidos, cafés especiais, cervejas artesanais, cachaças, vinhos, massas, biscoitos, doces e a famosa polenta – ícone do município, feita com milho específico -, todas elas apresentadas por anfitriões durante as visitas.

Carla Caliman, representante do roteiro, ressalta que as qualificações do projeto contribuem para aprimorar a visibilidade e a integração dos empreendimentos. “Pelo projeto trabalhar o roteiro, e não individualmente o empreendedor, a gente vislumbra um novo momento para o roteiro. Queremos oferecer experiências ainda mais memoráveis ao turista e mostrar a nossa essência, o que realmente nós conseguimos oferecer para esse turista”, comenta Carla, também secretária de Turismo, Cultura e Artesanato de Venda Nova do Imigrante.

Festas

Os atrativos da rota incluem outras vivências típicas do campo, a exemplo de um sítio que permite contato próximo com animais envolvidos na elaboração de laticínios e carnes. Também é possível conhecer a produção de socol (embutido de carne suína) e participar da fabricação caseira de massas, bem como praticar “colha e pague” de morango e passear por parreirais destinados à confecção de sucos e vinhos. Há ainda a singular alternativa de acompanhar a colheita de lavanda e de orquídeas, atividades muito procuradas por turistas.

Socol. Divulgação

Celebrações alusivas à colonização italiana figuram entre as opções. Em outubro, ocorre a Festa da Polenta, realizada há 43 anos e que homenageia o alimento-base dos primeiros imigrantes. O ponto alto do evento, organizado por voluntários e com perfil filantrópico, é o “tombo da polenta”, quando 1.2 mil quilos da comida são despejados de uma panela gigante. Já no mês de julho, acontece a Serenata Italiana, quando moradores saem às ruas cantarolando canções típicas, com direito a um “polenta-móvel” e a um fogão à lenha sobre rodas, que servem iguarias típicas regadas a muito vinho.

Histórico

Os primeiros negócios do roteiro no Espírito Santo iniciaram atividades no final da década de 1980, tendo como principais características a ruralidade, as tradições familiares e a gastronomia.

No início dos anos 90, empreendedores conheceram na Itália o modelo de “Agriturismo” e adotaram o formato de Agroturismo no Brasil, conceito este utilizado em destinos capixabas e de outros estados. A iniciativa rendeu a Venda Nova o título de Capital Nacional do Agroturismo, conferido no ano de 2005 pela Associação Brasileira de Turismo Rural (Abratur).

Famíla Busato. Divulgação

Projeto

Além do Roteiro Agroturismo do Espírito Santo, integram o Experiências do Brasil Rural os roteiros “Terra Mãe do Brasil, seus caminhos, segredos e sabores”, da Bahia; a Rota Amazônia Atlântica, do Pará; a Rota do Queijo Terroir Vertentes e a Rota Gourmet das Terras Altas da Mantiqueira, em Minas Gerais; o Caminhos do Campo, em Santa Catarina, e a Ferradura dos Vinhedos e o Roteiro Farroupilha Colonial, no Rio Grande do Sul. Após um diagnóstico inicial, empreendedores participam agora de capacitações sobre as cadeias produtivas de interesse do projeto: queijos, vinhos, cervejas e frutos da Amazônia.

O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, destaca a atenção do governo federal à adequada estruturação do meio rural para o aproveitamento turístico das potencialidades do campo. “Os atrativos rurais do país – referência mundial no setor agrícola – têm um enorme poder de atrair visitantes. O nosso objetivo é ampliar a oferta turística nacional, bem como gerar alternativas de renda a agricultores familiares que também trabalham o turismo, com reflexos extremamente positivos na geração de emprego e renda”, explica.

André Martins, Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo

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