APÓS UM JEJUM DE MAIS DE UM ANO SEM CARROS DA RENAULT PARA AVALIAR, RECEBEMOS O NOVO SANDERO NA VERSÃO 1.6 INTENSE CVT X-TRONIC NA COR AZUL IRON, de R$ 67.890. O facelift funcionou. Com uma frente mais robusta, trazendo belos faróis com DRL em formato de C, para-choque com spoiler integrado e luzes de neblina e a grade alinhada com o símbolo da marca, mostram uma atualização profunda e necessária.

Na traseira, as mudanças são mais aparentes. Novas lanternas com assinatura em LED invadem o porta-malas e são totalmente funcionais. O para-choque ficou mais envolvente, a câmera de ré está agora junto a placa em um nicho de plástico preto com um ótimo acabamento. O botão de abertura do porta malas está agora no meio do símbolo da Renault, e quem não sabe fica procurando no vão para abertura e acaba colocando as compras no banco traseiro.

A linha 2020 recebeu 14 kg de reforços estruturais na carroceria e esta versão ainda teve a suspensão elevada em 45 mm e ganhou rodas diamantadas aro 16 com pneus 205/55. Tudo isso para proteger o câmbio CVT de eventuais pedras no caminho.

O acabamento melhorou no interior. A forração do teto agora é preta, os bancos são revestidos com couro sintético, tecido e uma espécie de Neoprene com textura confortável ao toque. Os encostos de cabeça estão mais macios e têm até uma válvula para saída de ar, há  quatro air bags, cintos de segurança de três pontos para todos os passageiros e isofix. O volante têm novo desenho, ótima pegada, é revestido em couro e traz os comandos do piloto automático, mas continua sem iluminação.

A novidade do painel é a nova central de mídia Evolution, que perdeu o GPS nativo mas ganhou o pareamento do Android Auto e do Apple Car Play, além de ter  respostas ao toque mais rápidas. A única entrada USB fica no aparelho o que traz o incômodo do fio esticado na sua frente e impede o uso de um pen drive e um celular ao mesmo tempo. O ar-condicionado automático funciona bem, mas ao contrário dos outros, a luz fica acesa quando ele está desligado e para ligar não adianta apertar o mesmo botão, deve-se apertar o Auto.

Na cidade

O conjunto motor 1.6 SCe e câmbio CVT é o mesmo do Captur, um carro maior e mais pesado. No Sandero o comportamento ficou muito diferente. O curso do acelerador é longo e requer alguma adaptação nos primeiros dias de uso, mas após isso, a condução é extremamente agradável. Ficaria ainda melhor se a direção fosse elétrica e não eletro-hidráulica. A suspenção absorve bem as irregularidades da pista. A assistência de partida em rampa HSA é ruidosa, bem como o pedal do freio, que estála ao soltá-lo, indicando ausência de um batente.

Na estrada

Seus 118 cv e 16 kgmf de torque estão na medida, e o câmbio CVT fica sempre na rotação ideal para manter a velocidade e reponde bem quando exigido mais a fundo. Aliado ao controle de estabilidade e tração transmite boa sensação de segurança. O isolamento acústico é adequado, filtrando bem o motor e os ruídos dos pneus, todavia, apesar da boas borrachas de vedação, havia ruído de vento, vindo da porta,  na altura da cabeça do motorista.

Rodamos 462,1 km e estas foram as médias de consumo rodando com gasolina: cidade 8,95 km/l e estrada 12,3 km/l.

O veículo foi cedido pela Renault.

Carlos Fernando Schrappe Borges, texto e fotos

Publicado na Now Boarding – novembro/2019

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