Um dos componentes que têm mais impacto na formação do valor de uma passagem aérea é o querosene de aviação. No Brasil, as empresas do setor sempre alertaram que o querosene de aviação, o QAV, é um dos mais caros do mundo. Pois bem, dia 1º de maio, a Petrobras divulgou um novo reajuste no preço do QAV: 6,7% em relação ao valor de abril. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), com base em dados da Petrobras, informa que só neste ano o querosene de aviação aumentou 48,7%. Ano passado a alta foi de 92%.
Esse novo aumento pode significar um movimento para que as companhias áreas brasileiras tenham que reajustar suas tarifas impactando o preço da passagem aérea para o consumidor.
Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, sobre este aumento diz que “mais uma vez o reajuste anunciado pela Petrobras comprova como as companhias aéreas enfrentam diariamente a alta dos custos estruturais, sobretudo com o atual cenário de guerra na Ucrânia que traz muita pressão para o preço do barril de petróleo e para a cotação do dólar. O setor permanece sendo resiliente, mas a atual conjuntura traz muita dificuldade para podermos obter uma recuperação vigorosa diante da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus”.
Em nota, a Associação, relata que “historicamente o QAV é o item de maior ineficiência econômica para as companhias aéreas brasileiras e responde por mais de um terço dos custos do setor, que por sua vez têm uma parcela de mais de 50% indexada ao dólar. A cotação da moeda norte-americana está atualmente em torno de R$ 5,1, sendo que o câmbio fechou o ano de 2017 em torno em R$ 3,19. O Brasil é o único país do mundo que tem um tributo regional sobre o QAV, o ICMS. Já as empresas estrangeiras não pagam esse imposto para abastecer em território nacional. É por isso que uma viagem internacional muitas vezes é mais barata do que um voo doméstico, considerando-se distâncias similares”.