A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) apresentou ontem (21 de maio) detalhes da sua abordagem de biossegurança em camadas e temporária para a retomada dos voos de passageiros em meio à crise da Covid-19; o “novo normal” da sua viagem aérea.

A Iata publicou o documento Biosecurity for Air Transport: A Roadmap for Restarting Aviation (Biossegurança para o Transporte Aéreo: Roteiro para Retomada da Aviação), que descreve a proposta da Associação de medidas de biossegurança temporárias em camadas. O roteiro tem como objetivo trazer confiança aos governos para que promovam a reabertura de fronteiras para viagens de passageiros e confiança aos viajantes para que voltem a voar.

“Não existe uma medida única para reduzir o risco e permitir a retomada segura dos voos. Mas medidas em camadas implementadas globalmente e mutuamente reconhecidas pelos governos podem alcançar o resultado necessário. Esta é a maior crise que a aviação já enfrentou. Uma abordagem em camadas já tratou questões de segurança. É o caminho para a biossegurança também”, disse Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da Iata.

Os destaques do roteiro incluem:

Antes do voo: A Iata prevê que os governos devem coletar dados dos passageiros antes da viagem, incluindo informações de saúde, usando canais já testados, como aqueles utilizados nos programas de autorização eletrônica de viagem ou eVisa.

No aeroporto de embarque: A Iata prevê várias camadas de medidas de proteção:

• O acesso ao terminal de embarque deve ser restrito aos trabalhadores do aeroporto e de companhias aéreas e aos viajantes (com exceções para os acompanhantes de passageiros com deficiência ou menores que viajam sozinhos).

• Medição de temperatura feita por pessoal treinado do governo nos pontos de entrada do terminal.

• Distanciamento físico em toda a jornada do passageiro, incluindo gerenciamento de filas.

• Uso de cobertura facial para passageiros e máscaras para funcionários, de acordo com os regulamentos locais.

• Opções de autoatendimento para check-in usadas pelos passageiros o máximo possível para reduzir os pontos de contato e as filas. Isso inclui check-in remoto (cartão de embarque eletrônico ou impresso em casa), despacho automático de bagagens (com etiquetas de malas impressas em casa) e embarque automático.

• O embarque deve ser o mais eficiente possível, com áreas de portões reformuladas, prioridades de embarque para reduzir aglomerações e limitações de bagagem de mão.

• Limpeza e higienização de áreas de contato frequente, de acordo com as regulamentações locais. Isso inclui ampla disponibilidade de higienizadores para as mãos.

Durante o voo, várias camadas de medidas de proteção:

• Cobertura facial para todos os passageiros e máscaras não cirúrgicas para a tripulação.

• Serviço de cabine simplificado e refeições pré-embaladas para reduzir as interações entre os passageiros e a tripulação.

• Redução de aglomerações de passageiros na cabine, por exemplo, proibindo filas no banheiro.

• Limpeza profunda aprimorada e mais frequente da cabine.

No aeroporto de destino, várias camadas de medidas de proteção:

• Medição de temperatura feita por pessoal treinado do governo, se exigido pelas autoridades.

• Procedimentos automatizados de controle alfandegário e de fronteiras, incluindo o uso de aplicativos móveis e tecnologias biométricas (que já foram testadas por alguns governos).

• Processo acelerado de recuperação da bagagem para permitir o distanciamento social, reduzindo aglomerações e filas.

• Declarações de saúde e rastreamento robusto de contato devem ser realizados pelos governos para reduzir o risco de transmissão importada.

A Iata enfatizou que essas medidas devem ser temporárias, revisadas regularmente, substituídas quando houver opções mais eficientes, ou revogadas, caso se tornem desnecessárias. Especificamente, destacou dois itens que podem promover mudanças radicais e garantir viagens eficientes até que a vacina da Covid-19 esteja disponível:

Teste da Covid-19: apoia os testes quando estiverem disponíveis em grande escala, forem precisos e rápidos. O teste realizado no início da jornada do viajante criaria um ambiente de viagem “estéril”, tranquilizando os viajantes e governos.

Passaportes de imunidade: A Iata apoiaria o desenvolvimento de passaportes de imunidade para segregar viajantes sem risco, quando esses passaportes tiverem respaldo científico e reconhecimento dos governos.

A Associação reiterou sua oposição ao distanciamento social a bordo de aeronaves e medidas de quarentena no desembarque:

• As medidas de quarentena podem ser evitadas com a combinação de verificação de temperatura e rastreamento de contato. A medição de temperatura impede que passageiros sintomáticos viajem e as declarações de saúde e o rastreamento de contato após a chegada reduzem o risco de casos importados nas cadeias de transmissão locais.

• O distanciamento social a bordo (assento do meio desocupado) pode ser evitado com o uso de coberturas faciais por todos a bordo e adoção de medidas que reduzem a transmissão na cabine (por ex., ocupantes virados para frente, fluxo de ar do teto para o chão, assentos que agem como uma barreira à transmissão para frente/trás e sistemas de filtro de ar que seguem os padrões da sala de operação de hospitais).

O reconhecimento mútuo das medidas acordadas globalmente é fundamental para a retomada das viagens internacionais. A Iata está apresentando aos governos este Roteiro. Essa iniciativa está vinculada à Força-Tarefa de Recuperação da Aviação Pós-Crise da Covid-19 da Organização de Aviação Civil Internacional (Oaci), encarregada de desenvolver os padrões globais necessários para a retomada segura da aviação.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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