De tempos em tempos somos surpreendidos positivamente quando nos deparamos com um veículo totalmente novo, ou quase. Do Versa que conhecíamos sobrou somente o nome, a motorização e o câmbio. Feito no México, testamos o novo Nissan Versa Exclusive 2021, topo de linha, na cor azul Cobalto, de R$ 100.040.

Foi expressivo o salto em design, qualidade de construção, conforto, segurança e equipamentos. Resumindo, ele agora é praticamente um Kicks Sedan, indo para o sentido inverso do que as montadoras fazem, pois o normal é aproveitarem um hatch ou sedan para transformarem em SUV. Neste caso, você economizaria em torno de R$ 20 mil, comparando as versões top.

Sua frente é seu ponto alto, trazendo suavemente os vincos da lateral e do capô para formarem o V junto a grade e ao conjunto ótico. A traseira também traz novas lanternas, mas nada de led, e suas linhas divisórias pretas lembram o que a Volks fez no Up. O porta-malas de 482l tem ótimo tamanho, as alças pescoço de ganso não tem revestimento, e mesmo bem junto às laterais roubam espaço e podem amassar sua bagagem. As rodas são diamantadas, de 17 polegadas, calçadas com pneus Continental Conti Premium Contact 2 215 50 e os freios traseiros continuam a tambor.

Interior

Seus faróis de led apresentam uma inconsistência, não são DRL, somente tem assinatura em led quando as lanternas são acesas, e os piscas são incandescentes. Também não adianta terem acendimento automático, pois de dia, na estrada, você vai ter que ligar os faróis manualmente para não ser multado.

Por outro lado, o Nissan Versa Exclusive 2021 vem com importantes itens de segurança adicionais como o detector de pontos cegos tanto visual quanto auditivo nos espelhos retrovisores externos que também são aquecidos; o alerta de colisão frontal com assistente de frenagem ativo; câmeras com visão 360° inteligentes; alerta de tráfego cruzado e o exclusivo alerta de objetos no banco traseiro.

O interior todo novo traz um painel multifuncional em HD com doze funções e um velocímetro analógico, além de um novo, completo e funcional multimídia A-IVI de 7 polegadas com GPS nativo e ar-condicionado digital de uma zona sem saídas traseiras. Há duas portas USB rápidas no console central. O para-brisa dianteiro está mais espesso, assim como as forrações no capô, nos para-lamas e carpetes, gerando um rodar bem mais silencioso. Os bancos são forrados em couro bi-tone e possuem tecnologia Zero Gravity dando um conforto inigualável na categoria. Não há, infelizmente, espelho retrovisor fotocrômico. No banco traseiro os encostos de cabeça são fixos e há um descansa braços central com porta-copos além de serem rebatíveis em 1/3 e 2/3.

Consumo

Na parte mecânica permanece o ainda atual 1.6 16V aspirado com 114 cv e 15,4 kgfm de torque e o câmbio CVT Xtronic com simulação virtual de trocas e modos Low e Sport. Adequado ao carro é ajudado pelo peso do conjunto, 1.137 kg. Na cidade sua condução é agradável, a direção elétrica é muito leve, o volante é revestido em couro com ótima empunhadura. Na estrada mantém fácil a velocidade, quase não há ruído do vento e só se torna ruidoso acima dos 4 mil rpm. Lamento o piloto automático não ter ACC, o controle adaptativo de velocidade, item que as montadoras estão demorando muito a incorporar.

No total rodamos 369 km, a pandemia praticamente impede viagens, e fizemos as médias de 7,9 km/l na cidade e de 13,9 km/l na estrada. Seu tanque é de somente 41 litros e limita a autonomia, ainda mais quando abastecido com etanol. O veículo foi cedido pela fábrica.

Carlos Fernando Schrappe Borges, texto e fotos

Comentários

4 Comments

  1. João Carlos Farinhaki 29 de dezembro de 2021 at 12:01 - Reply

    No manual completo do proprietário, página 2.35, consta que ao ligar o motor e desativar o freio de mão, o DRL acende automaticamente, sem acender as lanternas traseiras. Isso não acontece, e o DRL somente acenderá se acionado o interruptor das luzes. Deixei o veículo na concessionária para solução do defeito, e o mesmo me foi devolvido sem a esperada correção, sem qualquer explicação ou justificativa.

    • Jean Luiz Féder 1 de janeiro de 2022 at 09:02 - Reply

      João Carlos,
      Durante o teste realizado, o carro testado não apresentou este problema.

  2. Marcus Azevedo 18 de fevereiro de 2022 at 18:57 - Reply

    Inexplicável esta falha da Nissan quanto ao DRL.
    De fato consta no manual, mas não funciona. Coisa de brasil (com letra minúscula mesmo). No Japão não fariam isso.

    • Jean Luiz Féder 21 de fevereiro de 2022 at 10:06 - Reply

      Marcus,
      Coisas do Brasil mesmo, o que era para ser obrigatório por lei este ano, foi postergado para 2024, e as fábricas aproveitam.
      E alguns modelos da Nissan têm faróis com assinatura em led todavia sem serem DRL. Uma bagunça.
      Carlos Fernando Schrappe Borges

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