O ministro do Turismo, Gilson Machado, afirmou ontem (5 de agosto) que o setor já está dando sinais de retomada depois do impacto causado pela pandemia do coronavírus, mas apontou entraves como os preços das passagens aéreas no mercado interno e a qualificação de mão de obra, principalmente para atender, em inglês, os turistas internacionais.

Em audiência pública na Comissão de Turismo da Câmara, Gilson Machado citou alguns números da recuperação do turismo, como o aumento nas reservas dos hotéis no mês de julho e uma ocupação de 75% nos voos. A retomada, segundo ele, se deve ao turismo interno. “O brasileiro, hoje, está viajando aqui dentro do Brasil. Nós temos que fidelizar esses onze milhões de brasileiros que viajam aqui dentro. A retomada do turismo internacional será, eu acredito, para o final de 2022, com a vacinação, com uma segurança sanitária da ciência, com um aprendizado científico maior e devagarzinho a gente vai conseguir”, afirmou.

Machado reclamou, entretanto, do preço do combustível no país, o maior custo da aviação, que afasta investimentos internacionais. E sugeriu até uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as causas dos altos valores das tarifas.

Ele também anunciou ações para reduzir a burocracia no setor. “A gente tem, sim, que lutar pela diminuição dos custos, pela flexibilização de muita coisa que atrapalha o turismo, a quantidade de licenças exorbitantes que você precisa para montar um empreendimento turístico, é licença em nível estadual, federal, municipal, você podendo unificar tudo. Nós estamos trabalhando no que é possível, fazendo a revogação de mais de quatrocentas medidas que diminuem a burocracia”, disse.

Orçamento

Parlamentares reivindicaram mais recursos orçamentários para o turismo e sugeriram gestões junto ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Eles lamentaram que o país esteja na 60ª posição no ranking de atração de turistas estrangeiros, com seis milhões de visitantes por ano.

O deputado Otavio Leite (PSDB-RJ) pediu que a Embratur tenha um orçamento permanente. “Nós, da comissão, precisamos fazer uma manifestação coletiva em prol de que se liberem mais verbas para o Ministério do Turismo fazer promoção interna dos múltiplos e milhares de atrativos e potenciais turísticos que o Brasil possui”, destacou.

O deputado Marcelo Álvaro Antonio (PSL-MG), ex-ministro da pasta, exemplificou como os investimentos em turismo se refletem na cadeia produtiva. “Quando você promove um destino, você estrutura turisticamente, o restaurante contrata, o hotel contrata, compra televisão, compra interfone e roupa de cama, garçom trabalha, a cozinheira, o táxi gira, o Uber, movimenta a economia de uma cidade de forma muito rápida”, disse.

Sobre o Orçamento, o ministro Gilson Machado pediu a ajuda do Congresso e declarou que o Ministério do Turismo está “fazendo mágica com pouco dinheiro”.

Turismo rural

Presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, a deputada Aline Sleutjes (PSL-PR), sugeriu mais investimentos no turismo rural. “O produtor rural pode, além de produzir o nosso alimento, gerar emprego e renda agregando os recursos do turismo rural para beneficiar essas famílias, manter essas famílias na roça e dar mais possibilidade de novos recursos a esses municípios”, defendeu.

O presidente da Comissão de Turismo, deputado Bacelar (Pode-BA), pediu ao ministro Gilson Machado apoio para projetos que promovem mudanças no Fungetur, linha de crédito de apoio ao turismo, e para propostas que apoiam o Carnaval, as festas juninas e mantêm incentivos fiscais ao turismo.

Cláudio Ferreira e Geórgia Moraes, da Agência Câmara de Notícias

Foto: Roberto Castro/Mtur

Comentários

Leave A Comment