Destinos fora do comum, nada de aglomeração, experiências marcantes e isoladas, reconexão com a natureza e autoconhecimento. Estas são algumas das características que os viajantes buscam, hoje, para suas viagens e experiências. Para quem não quer praia, Macapá, capital do Amapá, é uma das cidades que se oferece como opção para redescobrir o Brasil.
Conhecida como a “Capital do Meio do Mundo” – por ser a única cidade brasileira cortada pela linha do Equador – Macapá não tem conexão por rodovia com nenhuma outra capital, sendo o acesso direto somente possível por via aérea ou marítima.
Ali pode-se observar o equinócio da primavera (março) e do outono (setembro), quando os dias e as noites têm a mesma duração.
Favorecida pela localização estratégica, com sua costa banhada pelo rio Amazonas, boa parte do turismo macapaense é dedicado à rica história e cultura, desde a formação e desenvolvimento do município aos costumes e tradições de seus habitantes. Outra parte está focada em seus amplos recursos naturais, em seu conhecimento e na luta pela sua manutenção.
“A Amazônia sempre foi muito procurada por turistas brasileiros e estrangeiros e o interessante do Amapá é que o Estado oferece algumas experiências que só tempos por aqui. Como, por exemplo, o tour pelo Rio Amazonas, pois Macapá é única capital banhada por ele, e visitas às comunidades ribeirinhas e igarapés a 10 minutos do centro. Além disso, temos o Marco Zero do Equador e seus mitos, que atraem muitos curiosos”, afirma Rômulo Brasão, Gestor de Turismo, Sebrae-AP.
O clima na cidade é quente e úmido. As máximas temperaturas estão entre 31°C e 33°C, mas a temperatura máxima durante um dia pode chegar a 40°C. Entre agosto e outubro acontecem as mais altas temperaturas do ano. Por isso é bom planejar em qual temporada vale a visita neste novo normal.
São muitos os atrativos culturais e naturais que a capital do Amapá oferece e, por isso, vale a pena contratar os serviços de uma operadora local para personalizar os roteiros e atrativos que conectam o visitante à natureza.
A seguir, sete atrativos para conhecer um pouco da realidade da oferta turística amapaense, além de dicas de hospedagem e gastronomia.
Museu Sacaca
Com uma área de 20 mil m², espaço verde e ambientações voltadas à cultura do povo amapaense, o Museu Sacaca do Desenvolvimento Sustentável oferece ao visitante a oportunidade de conhecer o jeito de viver dos povos da Amazônia. Reproduz o dia a dia dos indígenas, ribeirinhos e castanheiros.
Fundado em 1970, a instituição foi criada com o objetivo de “divulgar as riquezas do solo do Amapá, as espécies de fauna e flora do território, as amostras de minérios e madeiras do território aos visitantes, pessoas de outras cidades e estudantes da rede pública”. As exposições permanentes são de arqueologia, biotecnologia, botânica, Centro de Estudos Aquáticos, Centro de Ordenamento Territorial, fitoterapia em plantas medicinais, geologia e hidro meteorologia. Por lá é possível curtir o ‘Fim de Tarde no Museu’, programação que oferece música, poesia e gastronomia às quintas-feiras.
Quem faz o passeio é a Cunani Turismo
População tradicional do Rio Curiaú
Localizada a 18 km do centro de Macapá, a APA do Rio Curiaú é um atrativo que permite ao turista compreender melhor o turismo de base comunitária, ou seja, uma oferta de experiências que estão no cotidiano dos moradores, mas que é algo novo para quem a visita pela primeira vez. A comunidade é acessada por estradas e por via fluvial. A área tem paisagens marcantes e é muito procurada pelas águas e a flora do rio Curiaú.
O sistema de drenagem é interligado, com lagos temporários e permanentes, influenciados por regimes pluviais e de marés. Na estiagem, as áreas inundadas se contraem. No período chuvoso, elas se ampliam e formam um belo cenário natural ideal para passeio de canoa, visualizar pássaros e uma vegetação aquática de rara beleza cênica, além de conhecer o estilo de vida da população tradicional, o movimento da extração de madeira, do açaí e de látex da seringueira.
Pela Cupuaçu Turismo
Passeio de barco pelo Rio Amazonas
Correndo o risco de ser confundido com o mar, o rio Amazonas é bastante impressionante na região. Passando pela capital ou dando voltas pelas ilhas próximas, os tours pelo rio são muito populares. Seja para apreciar o mar e a orla recheada de árvores, para conhecer a flora e fauna, terrestre e marinha, ou para curtir o passeio ou nadar com os botos, é algo que ficará na memória.
Um dos passeios mais procurados é a observação de botos, especialmente os vermelhos ou botos cor de rosa, muito conhecido no folclore brasileiro. Esses parentes próximos dos golfinhos nadam exclusivamente em água doce, ao contrário de seus primos de água salgada. Esses simpáticos mamíferos aquáticos são interessantes e muito divertidos de ver bem de perto, além de serem protegidos e muitos estudados pela comunidade científica. Nada melhor que ser somente um apreciador e incentivar sua preservação.
Quem faz: Amapá Ecocamping
Caminhada pela Trilha das Samaúmas na Ilha de Santana
Outro passeio interessante é a Trilha da Samaúma (maior árvore amazônica), dentro da Ilha de Santana, próxima de Macapá.
Cercada pelo Rio Amazonas, reúne uma floresta conservada por uma fauna e flora milenar (com árvores de grande porte, açaizais e plantas raras e coloridas), muitos riachos e igarapés como o famoso igarapé da Várzea. Percorrer a trilha é conectar-se com a Amazônia intocada. São muitas Samaúmas centenárias, algumas com mais de quatrocentos anos. No trajeto é possível tomar banho de rio e, se tiver sorte, apreciar uma revoada de pássaros.
A gastronomia local – influenciada pelos povos paraenses e os antigos moradores do povoado santanense (mestiços portugueses e índios da nação Tucuju) – traz um aroma delicioso carregado de muitas histórias e curiosidades sobre a ilha de Santana. Por isso, deliciar-se com um almoço bem tucuju (nome de quem nasce na região) com direito a peixe assado na hora – várias espécies –, açaí com farinha e sucos com frutas da região (como de taperebá, de Cupuaçu) é outra experiência única por lá. De quebra, as sobremesas caseiras com o creme de cupuaçu completam a viagem.
Visita guiada pela Fortaleza de São José
Erguida entre 1764 e 1782, a Fortaleza São José de Macapá foi estrategicamente construída por mão de obra escrava de negros e índios na foz do Rio Amazonas.
Levantada durante a colonização portuguesa para proteger a região da invasão de estrangeiros, hoje o monumento histórico é tombado pelo Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e oferece uma experiência inesquecível. No passeio é possível ver a estrutura de quatro baluartes, canhões da época, os antigos armazéns, capela, casa de oficiais e do comandante, casamatas, paiol e hospital. Além dos elementos externos como revelim, redente, fosso seco e baterias baixas.
Próximo da fortaleza alguns outros locais completam a visita por lá, como a Casa do Artesão, o Trapiche Eliezer Levy e o Parque do Forte.
Reformado recentemente, o Parque do Forte foi construído anexado à Fortaleza de São José. Acessível por estar em uma região central, possui uma boa infraestrutura, amigável e bem completa, excelente para crianças. Há estacionamento, banheiros públicos, brinquedos e equipamentos para exercícios físicos, além de uma bela vista do Rio Amazonas.
Monumento Marco Zero do Equador
O Monumento Marco Zero do Equador é considerado um dos mais importantes atrativos de Macapá.
Construído sobre a linha imaginária do Equador – que divide a Terra em dois hemisférios -, o empreendimento conta com um obelisco de aproximadamente 30 metros de altura com uma abertura circular no centro. Ali o sol incide na época do equinócio – fenômeno que acontece somente nos meses de março e setembro. O complexo contempla ainda um terraço, espaço para shows, além de salão para exposições, restaurante e loja de produtos artesanais.
Muitos turistas e moradores que visitam o Marco Zero se surpreendem com um fenômeno inusitado. Quando um ovo é colocado exatamente sobre a linha do Equador, ele fica parado em pé, sem cair. Algo que não tem explicação física, mas que atrai curiosos que chegam para produzir vídeos e fotos e garantir que conseguiram fazer a mágica.
Próximo dali, outro ponto turístico, o Estádio Zerão, também atrai curiosos. No monumento esportivo, a linha do meio de campo coincide com a linha do Equador, e faz com que cada time jogue em hemisférios diferentes.
Experiência amazônica no Bioparque
Outro local com visitação quase que obrigatória para o visitante que desembarca em Macapá é o Bioparque. Uma área de 107 hectares de floresta, no meio da cidade, com uma rica diversidade de plantas e animais – sessenta animais entre aves, onças, antas e tartarugas.
Por lá encontram-se parede de escalada, trilha aérea, arvorismo, tirolesa e o passeio caboclo, que é um passeio de canoa, uma opção saudável e segura para as famílias. O visitante pode comprar o combo para todo o circuito ou pode comprar separado cada atividade. Para participar tem que ter mais de 5 anos, peso limite de 110 quilos, não ter problemas cardíacos, pressão alta, é proibido para grávidas. O atrativo já está adequado aos novos protocolos sanitários com limite de visitantes, túnel de higienização, aferição de temperatura, uso obrigatório de máscaras, agendamento das visitas e horário reduzido.
Onde ficar
Hotel Atalanta: Av. Coaracy Nunes, 1,148, centro
Hotel do Forte: Rua Beira Rio, 248, Santa Inês
Onde comer
Restaurante Estaleiro, dos chefs Antonio Edmilson e Jairo Santos, na Av. Primeiro de Maio 163 Trem
Restaurante Amazon Beach, do chef Cássio Balieiro, na R. D Vinte e Oito, 421 – Vila Amazonas, Santana
Como chegar
Avião/aeroporto: o Aeroporto de Macapá recebe diariamente voos nacionais das principais capitais brasileiras. O aeroporto internacional mais próximo de Macapá é o de Belém (PA), que recebe voos dos Estados Unidos, Guiana Francesa, Portugal e Suriname.
Embarcação/Balsa: o acesso fluvial é utilizado pela população dos municípios próximos, inclusive do Pará. Barcos e navios regionais partem diariamente de outras cidades em direção ao Porto de Santana, distante apenas 15 km de Macapá. O melhor caminho é por Belém.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Foto que abre a matéria: Trilha pela Ilha de Santana, de Giordano Santana