A arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992) será homenageada com uma nova exposição no Museu Nacional das Artes do Século 21 (Maxxi) de Roma, seis anos após o mesmo local receber uma mostra da modernista.

O evento foi aberto ao público ontem (23) e segue até o dia 17 de janeiro de 2021 e tem curadoria de Luigia Lonardelli.

Chamada de “Lina Bo Bardi – Un meraviglioso groviglio” (“Lina Bo Bardi – Um maravilhoso emaranhado”, em tradução livre), a exposição foi toda criada pelo cineasta inglês Isaac Julien e tem como objetivo dar “a oportunidade de redescobrir essa pioneira da arquitetura italiana sob novos pontos de vista”.

Pesquisa de 6 anos

Segundo Julien, a pesquisa para a elaboração da mostra durou seis anos e traz para o público nove diferentes instalações imersivas e multicanais. As cenas utilizadas foram gravadas em alguns edifícios da cidade de São Paulo e de Salvador e que foram projetados por Bo Bardi entre as décadas de 1960 e 1980. É de Lina Bo Bardi o projeto o Museu de Arte de São Paulo, o Masp.

A exposição ainda contará com as atrizes Fernanda Montenegro e Fernanda Torres interpretando a arquiteta tanto na sua juventude como na sua velhice.

A ideia da interpretação é conectar as histórias e os espaços, transformando a exposição em um grande “diálogo”, já que estarão disponíveis inúmeras experiências de vida de Bo Bardi, desde suas visões sobre política, sociedade e cultura até os reflexos delas em sua arquitetura.

Outro destaque da exposição é eliminar a lógica linear do tempo, unindo passado e futuro e abolindo a ordem cronológica. O objetivo é levar, ao pé da letra, uma das frases mais famosas da arquiteta. “O tempo linear é uma invenção ocidental. O tempo não é linear, é um maravilhoso emaranhado no qual, a cada momento, pode-se escolher pontos e inventar soluções, sem início nem fim”, dizia.

Além disso, o cineasta inglês ainda quis integrar a genialidade da ítalo-brasileira com a arquitetura do Maxxi, projetado por Zaha Haddid. O interesse de Julien pela arquiteta ítalo-brasileira nasceu na década de 1990 quando, durante uma viagem ao Brasil, ele ficou fascinado com algumas das obras criadas por ela.

“Graças à delicada sensibilidade de Isaac Julien, a relação de Lina Bo Bardi com a multifacetada cultura brasileira e a ligação com a Itália, sua terra de origem, emerge com toda a sua complexidade”, pontua em comunicado o Maxxi.

Fonte: Ansa

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