“EL GRAN CAPY”, ORIGINALMENTE, FOI UMA MATÉRIA NA REVISTA PIAUÍ EM 2010. O título era “O motociclista da muralha da morte”, e esse texto tornou a jornalista Patricia Iunovich uma escritora. O texto que narrava a história do seu pai teve grande repercussão e Patricia se viu praticamente na obrigação de contar mais da história.
E Patricia não poupa suas lembranças. Narra, sem medo, todas as facetas de Antônio Francisco Iunovich, um argentino que fugiu do Exército, trocou de nome e se tornou uma lenda em circos e parques de diversões, ao arriscar a vida pilotando uma moto na Muralha da Morte.
A jornalista, nas 176 páginas do livro da Geração Editorial (R$ 36,90), relembra a vida de sua família, que morava num trailer e mudava de cidade em cidade, seguindo as apresentações da Muralha da Morte. Foi assim por toda a sua infância e adolescência, de 1971, quando nasceu, até o início dos anos 1990. Narra as dificuldades para uma menina que não tinha uma escola fixa e era chamada pelos colegas e professores de “a menina do parque”.
Às vezes podia ser bom ter todos os brinquedos de um parque “no quintal de casa”, mas a vida nômade também tinha muitas agruras. Como “El Capy” era uma das principais atrações, o estrelato trazia reflexos para a relação familiar. O sucesso, o dinheiro, as cicatrizes da acrobacia, o assédio das mulheres, as viagens pela América Latina, tudo isso é contado no livro, cheio de fotografias da época. Sem meias palavras. É a história de um personagem que driblava a morte em cada apresentação e que chegou ao fim da vida administrando um lava-jato em Foz do Iguaçu. O livro também está na Amazon.
Publicado na Now Boarding – fevereiro/2018