Sempre que se fala em compra no Paraguai – e aqui, especificamente em Ciudad del Este, na Tríplice Fronteira, divisa com Foz do Iguaçu, no Paraná, e Puerto Iguazú, Argentina – a preocupação é não ser ludibriado ao entrar numa loja, ou mesmo no comércio de rua, e receber “gato por lebre”. Tudo o que o consumidor não quer é entrar em lojas que lesam os turistas em Ciudad del Este.

Quando se conversa com moradores de Foz, eles alertam sobre o cuidado na compra de bebidas (principalmente uísque) e perfumes, além de alguns produtos eletrônicos, como celulares.

Mas o Paraguai e Ciudad del Este, em particular, trabalham para mudar este estigma. Desde 1998, o país vizinho tem a sua Ley de Defensa del Consumidor y del Usuario e no mesmo ano foi criado o Departamento de Segurança Turística.

O site H2Foz, que faz cobertura completa da região, já noticiou, algumas vezes, consumidores lesados por lojistas de Ciudad del Este.

Em novembro do ano passado, o jornalista Cláudio Dalla Benetta, informava sobre a terceira loja fechado pelo Departamento de Segurança Turística, a Music Mundo de las Compras, no Shopping Alfonso, que enganou o turista mato-grossense Manoel Evangelista. Ele foi à loja e solicitou uma marca de tv. Manoel percebeu que o vendedor estava era “empurrando”, como citou a matéria, outra marca de tv e celular por preço abusivo. No mesmo dia o Departamento foi ao local, fechou a loja e devolveu R$ 4,3 mil ao turista brasileiro. A matéria informa que: “A Prefeitura de Ciudad del Leste tem adotado tolerância zero com lojistas que lesam consumidores, na tentativa de melhorar a imagem da cidade, já prejudicada por ‘pirañitas’ (falsos guias de turismo), flanelinhas e, principalmente, por alguns lojistas mal-intencionados”.

Richard González

Antes desta, o Departamento de Segurança Turística já havia fechado a loja Xiaomi Samsung e a Polishop, no Shopping Jubai Center. E em fevereiro, nova matéria do H2Foz, relata que por comprarem e não entregarem a mercadoria para um paulista e um carioca, a LE Eletrónicos, no Shopping Mina India, também foi “clausurada”.

Richard González, diretor de Defensa do Consumidor de Ciudad del Este, diz que “atuamos em coordenação com a Secretaria Nacional de Turismo (Senatur) e com a Polícia de Turismo com o objetivo de promover a atenção organizada e de qualidade aos turistas, por meio de palestras e conferências motivacionais com as empresas da cidade, especialmente as localizadas no micro centro”.

Em Ciudad del Este são 27 pessoas trabalhando em diferentes escritórios e centros de atendimento ao consumidor que estão à disposição dos turistas para, no caso de “danos causados aos compradores, tomarmos as medidas de providências imediata e diretamente”.

Além do escritório do Departamento, na Prefeitura, os centros de atendimento do consumidor estão na rotatória Monalisa (serviço turístico exclusivo); terminal de ônibus central (atendimento aos idosos) e terminal rodoviário no km 9 (atenção aos idosos).

No atendimento próximo à loja Monalisa, explica Richard que ali “estão disponíveis conselheiros e promotores treinados e autorizados que orientam e realizam um acompanhamento integrado visando o fornecimento de soluções imediatas para qualquer tipo de dano que os compradores possam sofrer. Também temos uma linha direta permanente +595973592792 (chamadas e mensagens de WhatsApp) e no Facebook neste link.

A recomendação do diretor de Defensa do Consumidor de Ciudad del Este para os turistas que vão à cidade é que “se informem previamente sobre os produtos que estão interessados em comprar, suas características, preços, termos de garantia e origem, bem como as instalações comerciais onde pretendem fazer suas compras, a fim de evitar confusão que leve a fraudes aos compradores”.

Foto Ciudad del Este: O.Mustafin/Wikipédia

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