A cidade mais bela da Polônia, também é o mais importante centro cultural das Europa Central e do Leste. E isto não é frase de efeito. É a mais pura verdade. Cracóvia experimenta nos últimos cinco anos um crescimento vertiginoso de turistas do mundo inteiro.

De 500 mil turistas recebidos em 2002, Cracóvia ultrapassou a barreira dos 5 milhões de turistas no ano de 2005.

E este número só vem aumentando, muito em parte devido à entrada do país na União Europeia, em maio de 2004, e da morte do Papa João Paulo II em abril de 2005.

Praticamente invadida nos meses de maio a setembro por uma avalanche de mais de 8 milhões de turistas no último verão europeu.

A maioria deles, entretanto, vindos em excursões de agências de viagem, dentro de pacotes turísticos que incluem Budapeste, Viena e Praga.

Infelizmente, estes turistas perdem o melhor da cidade, pois passam apenas algumas horas em caminhadas pela praça central e castelo real e vão embora desconhecendo os verdadeiros encantos da cidade.

Para vir a Cracóvia é preciso muito mais do que algumas horas, é preciso viver a atmosfera da cidade medieval, da cidade do período romântico, do período das revoltas contra a ocupação austríaca de 123 anos.

Isto é conhecer Cracóvia.

História marcante

Historicamente ela foi responsável pela reunificação do reino polaco, dividido após a morte do rei Boleslau III, em 1138, com Ladislau I que em 1306, a transformou na capital do Reino da Polônia.

Seu apogeu ocorreu no período dourado do Rei Casimiro – O Grande – entre os anos de 1333 a 1370.

De capital da Polônia, ela passou a ser também o maior centro cultural e científico do Renascimento.

No período de Casimiro foi criada a Academia de Cracóvia, precursora da Universidade Iaguielônia, onde concluíram doutorado Nicolau Copérnico e Karol Wojtyla.

Com o reinado da filha de Casimiro, Edwirges (padroeira da União Europeia e santificada por João Paulo II), Cracóvia se tornou também a capital do maior império da Europa daqueles dias.

O casamento da última representante da Dinastia Piat com o Duque da Lituânia, Iaguielo, simbolizou a criação do Grande Reino Unido Polônia Lituânia.

Reino que estendeu seus domínios do mar Báltico no Norte, ao mar Negro no Leste da Europa.

Mas os dias de poderio de Cracóvia acabaram em 1596, quando o rei eleito, Ladislau IV, príncipe sueco da Dinastia Wasa, translada a capital da monarquia Republicana da Polônia para Varsóvia.

Apesar da mudança, a catedral do Castelo Real de Wawel continuou sendo a Cripta Mortuária de todos os reinos polacos.

A cripta ao receber também os restos mortais de heróis da história, transformou-se em panteão da pátria polaca.

Uma cidade que pulsa

Mas não é só essa história latente que a cidade tem para contar e mostrar.

Se no ano 2000 existia na cidade apenas um Albergue da Juventude, denominado “Schronisko”, e os polacos desconheciam a palavra Hostel, desde o primeiro semestre de 2006 surgiram mais de trezentas destas pousadas na cidade, acompanhadas de luxuosos hotéis cinco estrelas.

O número de bares e restaurantes deu um salto vertiginoso.

Para se comer um bom “pierogi”, um “bigos” ou uma sopa de cogumelos silvestres numa tigela de pão, nada como os restaurantes “UBabcia Malina”, “Chlopskie Jadlo” e “Bar Mleczny”.

As mercearias e pequenas lojas que haviam transformado o panorama da
cidade comunista em capitalista foram rapidamente sendo substituídas por lojas de grandes marcas mundiais como Puma, Malboro, Sephora e Zara.

A cidade guarda uma raridade. Se o Louvre de Paris tem a Madona Gioconda, o Czartoryski de Cracóvia tem a Madona Cecília Gallerani e seu Arminho.

Esta madona é um dos ícones gráficos da cidade junto com o dragão.

Depois, ou antes, do museu, é preciso passar algumas horas no Rynek – a Praça do Mercado Central, pois ela certamente é o símbolo da Cidade, colorida e cheia de vida.

Há oito séculos, na Sukiennice (mercado do tecido na praça central), se vende roscas típicas, lembranças, e o melhor do artesanato do país.

Pode-se comprar ali o que se desejar.

Cópias dos quadros “O tributo prussiano” de Jan Matejko, “O panorama do piedoso samaritano” de Rembrandt, a “Madona e o Arminho” de Da Vinci, o “Altar” de Veit Stoss.

Milenarmente Cracóvia é a cidade das artes por excelência.

Por isso Cracóvia tem algo de excepcional. Aqui se pode descansar, aqui se
pode permanecer e beber muita cerveja polaca, além de brindar “zdrowie” com a verdadeira vodca.

Na mesma praça está a basílica Santa Maria, curiosa com suas duas torres diferentes, ambas construídas por dois irmãos.

Ah, sim! Também há o famoso toque do trompete.

Um dos guardiões ao dar o toque de alarma que os tártaros chegavam foi ferido na garganta por uma flecha.

Por isto a melodia executada a cada hora na torre mais alta recorda aquele guardião da muralha.

Visite os arredores

Não bastassem os museus, os teatros, os bares, os pubs têm tudo para a alma e desejos.

É bem provável que nesta cidade tenha vivido um dragão.

Pois a lenda sobre ele parece real, com seus personagens.

O rei Krakus e a filha Wanda são nomes originalmente polacos, assim como é Casimiro, da palavra Kazimierz, de (“kazić=destruir”) e – (“mir=paz”) e que significa “aquele que, quem destrói a paz”.

Kazimierz, também é o bairro mais visitado da cidade.

Simplesmente porque ali viveram durante séculos os judeus.

O bairro do Kazimierz, até bem pouco tempo, local de ruínas e “mulambentos” apartamentos se transformou.

Novos hostels, bares e restaurantes rapidamente coloriram o bairro das tristes lembranças.

Tanto que muitos ousam dizer que o Kazimierz (pronuncia-se cajimiéj) seria o novo “Quartier Latin”, “Soho”, ou “Village”.

Hotéis como Rubinstein, Ariel e Sarah trouxeram de volta os empresários judeus.

A Prefeitura também faz sua parte.

Eventos culturais e artísticos da cidade, como a “Misteria Paschalia”, “Cracow Screen Festival”, “Sacrum Profanum” e Coke Live Music Festival, Festival de Cultura Judaica, são dos mais concorridos no mundo nos últimos três anos.

Tudo isto para oferecer aos turistas um “algo a mais” do que o mais bem preservado conjunto arquitetônico da idade média da Europa.

Mas os dias são curtos e os arredores da cidade guardam outras surpresas, como a mina de sal de Wielicka (patrimônio da humanidade), os campos de concentração e extermínio alemão-nazistas de Auschwitz e Birkenau, a cidade onde nasceu o Papa, Wadowice, a cidade que despertou a vocação
sacerdotal de Karol Wojtyła, Kalwaria, a capital do inverno polaco, Zakopane e os mosteiros de Kamedłów e Tyniecki.

Ulisses Iarochinski, textos e fotos

Publicado no Aeroporto Jornal – março/2009

Cracow, not only for one day

The most beautiful city in Poland, Cracow (in Polish idiom Kraków), is also the most important cultural center from Central and Eastern Europe.

And this is not just an effect sentence.

This is the purest truth.

Cracow experiences in the last five years a growth of tourists from the whole world.

From the 500 thousand people received in 2002, Cracow exceeded the barrier of 5 million tourists in 2005.

And that number is increasing, in part due to the admittance of the country in the European Union (May 2004) and the death of Pope John Paul II (April 2005).

The majority of tourists come in excursions from travel agencies with tour packages including Budapest, Vienna and Prague.

They lose the best of the city, because they spend just a few hours in walks through the central square, the royal castle and go away ignoring the real charm of the city.

To come to Cracow involves much more than a few hours, we must live the atmosphere of the medieval city, the city of the romantic period, as well as the period of revolts against Austrian occupation that lasted 123 years.

The city has a prominent gastronomy and to eat a “good pierogi”, a “bigos” or a soup of wild mushrooms in a bowl of bread, nothing compares as the restaurants “UBabcia Malina”, “Chlopskie Jadlo” and “Bar Mleczny”.

There are famous stores as Puma, Marlboro, Sephora and Zara and the Czartoryski Cracow museum houses a rarity: Madonna Cecilia Gallerani and its Ermine.

Another binding tour is passing some hours in Rynek – the Central Market Square, because it is certainly the symbol of the city, colorful and full of life.

In Sukiennice (fabric market in central square, it is eight centuries old), sells typical bagels, souvenirs and the best craft of the country.

You can buy there anything you want.

Not only the museums, theaters, bars and pubs, the tourist also must visit the districts of the city, as Mr Kazimierz, the “Quartier Latin”, “Soho” of Krakow.

The city has cultural events and artistic as the “Misteria Paschalia”, “Cracow Screen Fest”, “Sacrum Profanum” and Coke Live Music Festival Festival, Jewish Culture, one of the most demanded in the world in recent years.

All this to offer tourists “something more” beyond the most well preserved architectonic aggregate from the Middle Ages in Europe.

But the days are short and surroundings of the city keep other surprises, such as Wielicka salt mine (patrimony of humanity), the German Nazis concentration and extermination camps at Auschwitz and Birkenau, the city where the Pope was born, Wadowice, the city that prompted the priestly vocation of Karol Wojtyła, Kalwaria, winter Polish capital, Zakopane and monasteries of Kamedłów and Tyniecki.

In Cracow it’s possible to know history and rest drinking a lot of Polish beer, in addition to toast “zdrowie” with the real vodka.

Ulisses Iarochinski, texts and photos

Cracovia, no solo por un día

La ciudad más hermosa de Polonia, Cracovia (en idioma polaco Cracovia), es también el centro cultural más importante de Europa Central y Oriental.

Y esta no es solo una oración de efecto.

Ésta es la verdad más pura.

Cracovia ha experimentado en los últimos cinco años un crecimiento de turistas de todo el mundo.

De las 500 mil personas recibidas en 2002, Cracovia superó la barrera de los 5 millones de turistas en 2005.

Y ese número va en aumento, en parte debido a la admisión del país en la Unión Europea (mayo de 2004) y la muerte del Papa Juan Pablo II (abril de 2005).

La mayoría de los turistas vienen en excursiones de agencias de viajes con paquetes turísticos que incluyen Budapest, Viena y Praga.

Pierden lo mejor de la ciudad, porque pasan apenas unas horas en paseos por la plaza central, el castillo real y se van ignorando el verdadero encanto de la ciudad.
Venir a Cracovia implica mucho más que unas pocas horas, hay que vivir el ambiente de la ciudad medieval, la ciudad del período romántico, así como el período de revueltas contra la ocupación austriaca que duró 123 años.

La ciudad tiene una destacada gastronomía y comer un “buen pierogi”, un “bigos” o una sopa de setas en un cuenco de pan, nada se compara con los restaurantes “UBabcia Malina”, “Chlopskie Jadlo” y “Bar Mleczny” .

Hay tiendas famosas como Puma, Marlboro, Sephora y Zara y el museo Czartoryski Cracow alberga una rareza: Madonna Cecilia Gallerani y su Armiño.

Otro recorrido vinculante es pasar algunas horas en Rynek, la Plaza del Mercado Central, porque sin duda es el símbolo de la ciudad, colorido y lleno de vida.

En Sukiennice (mercado de telas en la plaza central, tiene ocho siglos de antigüedad), vende bagels típicos, souvenirs y la mejor artesanía del país.

Puedes comprar allí lo que quieras.

No solo los museos, teatros, bares y pubs, el turista también debe visitar los distritos de la ciudad, como Mr Kazimierz, el “Quartier Latin”, “Soho” de Cracovia.

La ciudad cuenta con eventos culturales y artísticos como la “Misteria Paschalia”, el “Cracow Screen Fest”, el “Sacrum Profanum” y el Festival Coke Live Music Festival, Cultura Judía, uno de los más demandados en el mundo en los últimos años.

Todo ello para ofrecer al turista “algo más” más allá del conjunto arquitectónico de la Edad Media mejor conservado en Europa.

Pero los días son cortos y los alrededores de la ciudad guardan otras sorpresas, como la mina de sal de Wielicka (patrimonio de la humanidad), los campos de concentración y exterminio nazis alemanes en Auschwitz y Birkenau, la ciudad donde nació el Papa, Wadowice, la ciudad que impulsó la vocación sacerdotal de Karol Wojtyła, Kalwaria, capital polaca de invierno, Zakopane y los monasterios de Kamedłów y Tyniecki.

En Cracovia es posible conocer la historia y descansar bebiendo mucha cerveza polaca, además de brindar “zdrowie” con el verdadero vodka.

Ulisses Iarochinski, textos y fotos

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