O futuro é digital e o último ano veio para escancarar esta realidade. No momento em que a segurança era a prioridade de toda a população, a tecnologia auxiliou na manutenção de negócios e, também, das relações pessoais, encurtando a distância entre entes queridos. Para o turismo, a digitalização agiu como catalisador do desenvolvimento, sendo o segmento o que mais aderiu à transformação digital, segundo levantamento realizado pelo Sebrae.

Os dados apontam que 85% das empresas que atuam no turismo aceleraram o processo de digitalização, utilizando soluções digitais como ferramenta para inovar dentro do mercado. Uma estratégia que, além de auxiliar no enfrentamento à crise, entrega novas experiências aos consumidores.

Porém, em meio a um universo de dados e informações, que podem contribuir para decisões mais assertivas nos negócios, é preciso estar alerta aos desafios que englobam a conformidade dos processos neste ambiente virtual.

Ainda que a coleta e utilização de dados possa ser benéfica para empresas, o cenário virtual abre brechas, apresenta riscos e expõe ameaças, o que demanda atenção redobrada à gestão de riscos e ao compliance. A prática, que busca mitigar riscos por meio da adoção de procedimentos, normas e políticas em concordância com a legislação vigente no país, atua no universo digital a fim de implementar medidas que protejam a rede corporativa de irregularidades.

A segurança da informação é pauta de diversas leis, como a de Crimes Cibernéticos, o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados, que buscam tornar o meio digital mais seguro, tanto para empresas quanto para os consumidores. Portanto, com o fluxo de informações se tornando cada vez mais intenso, se faz necessário aprimorar processos internos, capacitar colaboradores para o recebimento destas informações e desenvolver ações que impeçam erros como vazamento ou perda de dados.

A elaboração estratégica de um plano de compliance se apoia nas boas práticas do negócio, e em alternativas como a autenticação de documentos através de certificados digitais ou controle de acesso ao sistema interno. Por meio da criação de um processo interno focado no acolhimento da segurança e análise dos riscos, empresas reduzem a possibilidade de exposição e ampliam sua competitividade no mercado, transferindo a segurança necessária para os consumidores.

Uma frente de gestão de riscos preparada impacta diretamente na imagem e reputação da organização, já que demonstra a clientes, colaboradores e fornecedores o engajamento, preocupação e posicionamento da organização com a proteção. Afinal, toda mudança requer adequações e, com mecanismos e medidas preventivas, os negócios do turismo tendem a manter seu crescimento e escalabilidade de forma saudável e segura.

Flávio Pinheiro Neto, é advogado empresarial do escritório Flávio Pinheiro Neto Advogados

Foto: Christin Hume/Unsplash

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