Aos poucos, o turismo começa a se recuperar de todo o processo economicamente prejudicial que vivenciou em 2020. Após medidas de isolamento, que culminaram no fechamento de estabelecimentos comerciais em períodos diferentes no país, é hora de realinhar a estratégia; procurar parcerias estratégicas.

Para este novo momento, em que o viajante volta a consumir produtos do setor, desde que oferecidos com cautela e segurança, surgem também movimentos de colaboração para fortalecer o turismo nacional. Um exemplo muito positivo é o Movimento Supera Turismo Brasil, que reúne entidades, empresas privadas, mídia e influenciadores com o objetivo de fortalecer a retomada. No projeto, há a divulgação de boas práticas, protocolos de segurança, iniciativas que podem inspirar quem ainda está se adequando. E ainda há materiais publicitários para que o empresário reforce em seu estabelecimento o apoio ao movimento. Para o viajante, dicas de como se portar e aproveitar o turismo com segurança também são divulgadas.

Este é apenas um exemplo de como a colaboração é um fator determinante neste momento. A estratégia para o retorno não pode se basear apenas no cumprimento dos protocolos estabelecidos pelo município ou Estado, mas focar também na experiência do cliente. Na estratégia as questões legais devem estar alinhadas também com a necessidade de se entregar propostas que causarão uma experiência única para o consumidor.

Em uma nação de dimensões continentais como o Brasil, estabelecer critérios de padrão de atuação, seja para a retomada ou para os cuidados com segurança, não é tarefa fácil. Até porque, a realidade muda de região para região. Por isso, neste período ainda incerto e de muita cautela, é importante que cada negócio leve em consideração regras locais de circulação e funcionamento. Entidades que prestam serviços de turismo, como agências de viagem, por exemplo, devem estar atentas às mudanças de protocolo e de situação nas regiões em que atuam. Ter respaldo legal para oferecer um serviço de qualidade é tão importante quanto estar pronto para realinhar novas estratégias de negócios.

Além da união entre empresas do segmento, o apoio de entidades representativas e do próprio governo federal é necessário. Na última semana, por exemplo, o Palácio do Planalto divulgou o pacote de medidas Retomada do Turismo que engloba um conjunto de ações organizadas em quatro eixos: preservação de empresas e empregos no setor de turismo; melhoria da estrutura e da qualificação de destinos; implantação dos protocolos de biossegurança e promoção e incentivo às viagens. O detalhamento das iniciativas, que será divulgado em breve e deve incluir, por exemplo, concessão de crédito, precisa estar no planejamento estratégico dos negócios.

Por fim, há ainda outro fator positivo: com fronteiras fechadas ou quarentena como requisito para entrada no Exterior, o turismo nacional deve ser a escolha da maioria dos brasileiros. Ganha neste quesito o segmento, desde que saiba se reorganizar, ganha também a economia regional e o turista, que com a devida orientação e cuidado poderá desfrutar das atrações que todas as regiões do país oferecem.

Flávio Pinheiro Neto, é advogado empresarial do escritório Flávio Pinheiro Neto Advogados

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