Ciudad del Este tem 65 anos de história, que começou em 1957 quando os primeiros habitantes desbravaram o Litoral do Rio Paraná e a Mata Atlântica. Hoje, com cerca de 300 mil habitantes e os recursos da Hidrelétrica de Itaipu, a cidade jovem e cosmopolita que faz fronteira com Foz do Iguaçu, no Paraná, conhecida por seu comércio de produtos de marcas internacionais, também é um destino turístico que pode ser explorado pelos brasileiros.

É verdade que o turismo de compra é que faz de Ciudad del Este um paraíso para os brasileiros que cruzam a Ponte da Amizade em busca de ofertas.

Mas a cidade quer deixar de ser apenas um “paraíso de compras” e mostrar aos turistas que tem muito mais a oferecer do que o corre-corre com sacolas e uma visita de poucas horas.

Uma questão que preocupa quem ultrapassa a fronteira é a segurança, mas a prefeitura de Cuidad del Este criou no início do ano um Conselho de Segurança que tem a função de combater ações criminosas contra turistas. Qualquer anormalidade na visita, o turista pode procurar o Departamento de Segurança Turística.

Um Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo 2022-2026 está em ação para desenvolver o potencial do Turismo Histórico e Cultural da cidade e ampliar a oferta de passeios turísticos para segurar e cativar o turista brasileiro no outro lado da ponte. Nesse sentido, a Diretoria de Turismo e História trabalha para a criação de uma Rota Histórica Urbana que une os principais sítios históricos que contam os primórdios da cidade, como a Rotonda Reloj, a Praça da Paz, a antiga usina, o Museu El Mensú, a Biblioteca Municipal e o Parque Chinês.  A essa rota se soma, devido à sua proximidade, a Catedral, a Mesquita Árabe e o futuro Museu Postal, que será instalado nos Correios.

Museu El Mensú

Da Rota proposta, a maior atração é o Museu de História El Mensú, na Avenida Euzebio Ayala com Pampliega. O acervo preserva a história e cultura de Ciudad Del Este e do departamento do Alto Paraná. São 5 espaços. Na sala de Pioneros estão expostos objetos e fotografias que pertenciam aos primeiros habitantes da cidade, e dos trabalhadores da Ponte da Amizade que são considerados os pioneiros da área, e foram os que vieram e se estabeleceram no meio da Mata Atlântica; a Sala Fundação da Cidade expõe os primeiros documentos da administração, o livro que registra a fundação, antigas máquinas de escrever utilizadas pelo município e fotografias das primeiras obras que foram realizadas; a Sala do Relógio exibe o famoso relógio antigo que nos anos 90 foi instalado no centro da cidade, sendo um importante ponto de referência e símbolo do boom comercial na época.

Museu de História El Mensú. Foto: Municipalidade

Ao conhecer a Sala de Leitura, o visitante pode ler o acervo de livros que do Museu, com destaque para obras do bicentenário e diversos livros de autores paraguaios, e na Sala de El Mensú uma sala com o mesmo nome do ex trabalhadores dos yerbales (plantações de erva-mate), que estava localizado na região e que dá origem ao nome do Museu. No pátio em frente ao Museu é possível ver alguns pedaços da Mata Atlântica e algumas árvores nativas da área que presenciaram o crescimento da cidade.

A casa do fundador da cidade

A atual sede do Museu El Mensú é uma construção de 1958, um ano após a fundação da cidade. Os materiais da casa desembarcaram em Encarnación, 280 km de Ciudad del Este, e foram pelo caudaloso Rio Paraná até chegar ao destino. A casa foi montada sem o uso de pregos porque a madeira do edifício estava pré-fabricada e as vigas se encaixavam perfeitamente. A residência serviu de morada do fundador Edgar Linneo Insfrán.

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Naquela época tudo girava em torno da casa onde funcionou a primeira comissão administrativa (Cabildo) e, posteriormente, a primeira administração municipal. Foi declarada patrimônio histórico-cultural em 1997, e mais transformada em museu dois anos depois.

Por que Mensú?

“El Mensú” é uma palavra Guarani que se refere à frequência de pagamento recebida pelo trabalhador dos yerbales que deu início ao latifúndio no país, e a necessidade de uma força de trabalho nas plantações.

O Museu fica aberto todos os dias das 8h às 16h, no horário paraguaio, e a entrada é gratuita.

Além de visitar o Museu, um passeio próximo é possível o corredor verde formado por diversos espaços como o Lago da República, conhecido como pulmão da cidade, criado artificialmente em 1960. O Parque Linear, Parque Chinês, Parque Verde e Plaza de la Paz também se juntam e formam uma grande área verde. Neste último tem um monumento onde se podem ver 3 blocos unidos que são considerados três irmãos que se sustentam, representando o Brasil, Argentina e Paraguai.

Perto do centro está o Parque Ex-Aeroporto, um espaço recreativo que tem um carácter histórico e patrimonial e a Catedral de San Blas, um dos primeiros edifícios construídos na cidade. A Lleva Viajes & Turismo tem um city tour por Ciudad del Este.

Gastronomia

Atualmente em Ciudad del Este existem poucas ofertas de comida típica local. No entanto, graças à diversidade cultural é fácil saborear os pratos típicos da culinária regional, a mistura de sabores e os ingredientes mais exóticos.

No bairro Boquerón, próximo ao centro da cidade, é possível encontrar vários restaurantes, principalmente na Avenida Rogelio Benítez, e ligada a este bairro está a área 3, onde se destaca a Avenida Campo Vía que também tem diversos estabelecimentos gastronômicos.

Hotelaria

Ciudad del Este conta com grande e variada rede hoteleira, de pequenos hotéis a pousadas turísticas, com mais de 50 opções, sendo a melhor do Departamento do Alto Paraná.

Grand Nobile Hotel.

Entre as redes internacionais estão na cidade a Nobile Hotéis, Bourbon, Howard Johnson by Wyndham e Dazzler by Wyndham. Mas o hotel emblemático da cidade é o Hotel Casino Acaray localizado na costa do Rio Paraná, um dos primeiros hotéis a se localizar na região.

 

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