Em maio passado estive no Castello Banfi Wine Resort, em Montalcino, Itália, para um almoço harmonizado no restaurante La Taverna.

Fiquei muito emocionada em visitar esta vinícola novamente porque lembro de momentos muito felizes de 2012, em outro jantar harmonizado no Castello Banfi. Na minha memória ficaram os aromas e sabores do Brunello di Montalcino Poggio alle Mura.

No almoço harmonizado (cardápio abaixo) desta vez serviram, entre outros, o Rosso de Montalcino Poggio alle Mura que, também, é muito gostoso.

Pela sua posição estratégica entre Siena e o Litoral da Maremma Toscana, juntamente com os solos férteis que o cercam, o Castelo de Poggio alle Mura tem sido desejado e disputado ao longo dos séculos.

O complexo se desenvolveu entre os séculos IX e XIII, mas sua origem é certamente anterior. Alguns subterrâneos escavados na rocha calcária e ainda visíveis, além de algumas urnas de pedra e vasos de cerâmica encontrados durante a última restauração, fazem imaginar, de fato, a existência de um assentamento na época etrusca.

A primeira citação oficial do Castelo data de 1318, ano no qual Poggio alle Mura aparece no cadastro descritivo da época, a “Tavola delle Possessioni” (Registro das Propriedades), como inserido administrativamente na Cúria de Camigliano e pertencendo aos herdeiros de Messer Mino de Neri dei Ranuccini. Mais tarde, com a passagem da propriedade da família Ranuccini para a família Colombini, passou assentamento aberto ao de centro corporativo fortificado.

Castelo de Poggio alle Mura.

É a história dos Condes Placidi, no entanto, que é a mais que se liga à do Castelo. Esta família de nobres de Siena com encargos governamentais importantes na cidade, assumiu a propriedade ao longo do século XV como recompensa por se distinguirem durante as guerras da República de Siena contra Florença.

A partir daí, e em duas ocasiões diferentes, a propriedade foi confiscada pela mesma República e confiada ao “Spedale di Santa Maria della Scala”: em 1483, com a expulsão dos Noveschi, o partido apoiado pelos Placidi, e em 1487, quando os Placidi foram declarados rebeldes. Em 1529, os Condes retomaram a posse do Castelo e desde então governaram sem preocupações até 1959, ano no qual Poggio alle Mura foi comprada por Giovanni Mastropaolo, empreendedor italiano que havia feito sua fortuna na América do Sul.

Foi o trabalho de restauração da família Mariani, proprietária da empresa, e iniciado logo após a compra, a devolver a sua antiga glória.

Atualmente, a fortaleza se apresenta como um estabelecimento variado devido às sobreposições histórico-arquitetônicas.

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Branco Banfi Fontanelle Chardonnay 2021

Este vinho é elaborado 100% com uvas Chardonnay. O teor alcoólico é de 14%.

Apresenta cor amarelo palha. O aroma é frutado, floral, intenso e elegante.

Em boca tem notas de pera, damasco, com estrutura equilibrada, e final persistente com notas de baunilha.

Harmoniza com peixes e pratos simples com carnes brancas.

Tinto Rosso di Montalcino Poggio alle Mura 2020

É um vinho elaborado 100% com uvas Sangiovese. O teor alcoólico é de 13,9%.

Apresenta cor vermelho rubi brilhante. O aroma é de frutas pretas maduras como amora, cereja, ameixa e especiarias.

Em boca tem ampla estrutura, harmoniosa, bem equilibrado, excelente persistência no final.

Harmoniza com queijos, carnes de gado, cordeiro, vitela.

Tinto Castello Banfi Brunello di Montalcino 2018

Elaborado 100% com uvas Sangiovese, tem alcoólico de 14%.

A cor é vermelho rubi com reflexos granada.

O aroma é de frutas vermelhas maduras, como framboesas e cerejas, notas de café e tabaco e toques terrosos e de couro.

Em boca é encorpado, com taninos finos e firmes. O final de boca é longo e fresco destacando-se por notas de couro e toques defumados.

Vinho de sobremesa Florus Moscadello di Montalcino 2019

Este é um delicioso vinho de sobremesa elaborado 100% com uvas Moscato Branca. Seu teor alcoólico é de 14%.

Tem cor amarelo ouro. O aroma é intenso de frutas secas como damasco, mel e frutas cítricas.

Em boca tem acidez que equilibra com o dulçor, corpo untuoso e final longo.

Tim tim!!!

Bete Yang, é Engenheira Civil, formada em 1975 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é enófila desde 1996 quando visitou região vinícola de Stellenbosch na África do Sul. Fez cursos de vinhos em Curitiba, no Vale dos Vinhedos (RS), na Associação Brasileira de Sommeliers/RJ, em Rioja (Espanha) e na Ecole du Vin de Saint-Émilion (França). Desde 2017 é membro do Viniep (Confraria de vinho do IEP- Instituto de Engenharia do Paraná). Visitou mais de 196 (cento e noventa e seis) vinícolas na Europa, América do Norte e do Sul, África do Sul e Oceania. bete_yang@yahoo.com

Fotos: Bete Yang

 

 

Comentários

One Comment

  1. Helio Sugai 5 de outubro de 2023 at 15:41 - Reply

    Belas descrições, além de uma bela aula de História!

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