A escravidão no Brasil, acredite, durou quase quatrocentos anos. Os primeiros negros escravizados chegaram por aqui por volta de 1550, ou seja, apenas cinquenta anos após o descobrimento. A escravidão acabou com uma lei que tinha apenas dois artigos: ““Art. 1º É declarada extinta, desde a data desta Lei, a escravidão no Brasil. Art. 2º Revogam-se as disposições em contrário”. É a lei que ficou conhecida como Lei Áurea, assinada a 13 de maio de 1888, pela Princesa Isabel.

Em todo o período de escravidão – e o Brasil foi um dos países que mais escravos teve – calcula-se que perto de quatro milhões de negros (homens, mulheres e crianças) chegaram ao país.

E os quilombos espalhados pelo país são história de luta e resistência.

Muitos escravos fugiam de seus senhores e ao abandonaram a senzala, do trabalho escravo e dos castigos, embrenharam-se mato adentro. Quando não era recapturados, criaram o que passou a se chamar de quilombos, “nome dado aos espaços e as comunidades formadas por populações que se formaram a partir de situações de resistência territorial, social e cultural no Brasil”, segundo escreve a Wikipédia. Para o Dicionário Online de Português é a: “localidade fortificada povoada por pessoas escravizadas que haviam fugido do cativeiro, sendo dividida e organizada internamente; geralmente, também acolhia índios ou brancos”.

E um dos locais mais significativos nessa história, está nas Alagoas, na Serra da Barriga, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1986, em União dos Palmares, um marco na luta dos escravos no Brasil e um lugar carregado de emoções, o Quilombo dos Palmares

O Parque Memorial Quilombo dos Palmares, antes abrigo do casal Zumbi e Dandara, preserva a história, através de construções, objetos religiosos e expressões culturais.

Foto: Floyd Webb

Os primeiros registros histórico deste Quilombo, são por volta do final do século XVI formado por escravos fugidos de engenhos a região de Pernambuco. No seu auge chegou a ter cerca de vinte mil habitantes. Ali reinaram dois líderes, Ganga Zumba e Zumbi. O primeiro entre 1645 a 1678 e, com a morte de Ganga Zumba, especula-se que envenenado, Zumbi assume até 1695 quando foi emboscado e morto por portugueses em 20 de novembro que, hoje, é data quando se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra.

Vale a pena visitar a região para subir a Serra e aproveitar para experimentar pratos da cozinha afro-quilombola no restaurante da Mãe Neide Oyá D’oxum, Baobá. Expoente da herança quilombola no país e um patrimônio da cultura afro-brasileira, a chef de cozinha e yalorixá Mãe Neide é Patrimônio Vivo de Alagoas e sua cozinha encanta o paladar dos visitantes com pratos típicos feitos em panelas de barro, a exemplo do amalá, malungo, acarajé e galinhada.

Quilombo dos Palmares. Foto: Setur AL

Em 2017, o Quilombo dos Palmares foi reconhecido como Patrimônio Cultural do Mercosul. Para chegar ao Quilombo são cerca de 80 km a partir de Maceió.

Localizada na Zona da Mata, região dos Quilombos acolhe algumas cidades importantes, como Viçosa, Quebrangulo e União dos Palmares, ricas em cultura e história.

A região é ainda sinônimo de mata e aventuras. A cachoeira do Anel, no município de Viçosa, é um dos atrativos imperdíveis da região, assim como as cachoeiras da Tiririca e Dias D´ávila, em Murici, cidade com a maior reserva de Mata Atlântica proporcional do Nordeste.

No artesanato, o destaque fica com o povoado quilombola de Muquém, terra da mestra artesã e patrimônio Vivo de Alagoas, Dona Irinéia, cuja produção de peças em cerâmica já ganharam o mundo.

 

Fonte: Secretaria Turismo de Alagoas

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