Em setembro, o empresário curitibano Marco Brotto realizou sua 10ª expedição ao Ártico. Estava novamente caçando a aurora boreal, ou as luzes do norte, também conhecidas como auroras boreais.
Ele foi o coach de uma expedição na Noruega e Finlândia para buscar o fenômeno natural que deixa o céu colorido e é causado pela interação de partículas carregadas de energia provenientes de uma erupção solar com a camada magnética da terra.
O destino não é dos mais comuns e a aurora boreal é desconhecida por muitas pessoas. Então, como surgiu essa ideia que encanta o empresário? “Eu sempre fui aventureiro e quando estava em uma viagem com amigos ao Death Valley surgiu um comentário sobre as luzes do norte e eu resolvi pesquisar”, explica.
Não se aventure sozinho
E foi da dificuldade em presenciar as luzes que acabou se tornando coach do espetáculo natural. As pessoas acham que é só chegar a determinado país e olhar para cima, mas não é bem assim. É preciso perseguir o melhor lugar, saber onde o céu estará limpo e muitos outros detalhes analisados por meio de 11 gráficos. Também é preciso muita paciência e determinação: “Há poucos dias iniciamos a caçada e acabamos percorrendo 170 km para conseguir ver o que vimos. Por isso é importante estar com o respaldo de quem conhece na teoria e na prática e, se for com o suporte de uma agência de viagens, melhor ainda”, explica.
“Realmente eu não recomendo essa aventura sozinho, já senti na pele durante minha primeira expedição a decepção de atravessar o mundo e não visualizar a aurora boreal”, lembra Brotto.
Durante sua primeira expedição ao Alasca, Marco não conseguiu ver a Dama do Norte. Já na sua segunda viagem, mesmo com as noites fechadas, várias tentativas frustradas, nevascas e deslocamentos enormes, no último instante, sozinho no meio dos Fjords Noruegueses, ele conseguiu visualizá-la.
-15ºC
“Quando consegui ver aquela maravilha toda, sozinho no meio do Ártico, não sabia se eu corria ou se eu gritava. A temperatura era de -15ºC e eu fiquei com o corpo todo arrepiado de emoção. São espetáculos como este que mostram o quanto somos frágeis e, ao mesmo tempo, abençoados. Foi quando tive a certeza de que aquele momento deveria ser compartilhado com o máximo de pessoas”, complementa.
Além de caçar o fenômeno, é claro que dá tempo de curtir um pouco do turismo e gastronomia locais. “Estudei design e história da arte e por isso gosto de conhecer a fundo os países que tenho a oportunidade de visitar, a parte rústica, a raiz de cada povo. Dessa vez fui a um acampamento Lapão e eles estavam se preparando para o inverno, estocando carne de rena. É uma delícia sentir o cheiro da população local, vivenciar novas experiências”, disse. Quanto à gastronomia da Noruega, durante a expedição eles procuravam comer o que os moradores estavam acostumados: “Na lista dos mais pedidos, os famosos sanduiches dos postos de gasolina, de rena e salmão defumado – uma perdição”, destacou.
Longas distâncias
Entre os pontos turísticos visitados, o museu Polaria, em Tromsø, que encanta já do lado de fora: a arquitetura do prédio é única e representa blocos de gelo prensados à terra pelo movimento das águas agitadas do Ártico num efeito dominó. Dentro dele, é possível visitar o oceanário cuja principal atração são as focas barbadas, espécie típica do Ártico, que são apreciadas pela sua inteligência e sociabilidade. Outra dica é o passeio panorâmico pelos principais pontos de Tromsø, subindo de teleférico até o topo do pico Storsteinen, que oferece uma visão fantástica de toda a cidade. A subida demora 4 minutos e leva a 420 metros acima do nível do mar.
E, fora as longas distâncias, o clima também não colabora muito para quem não está acostumado. Este ano, além da chuva todos os dias, o inverno chegou antecipadamente, trazendo a primeira neve já em setembro. Na última expedição realizada por Brotto, mesmo com a chuva foi possível ver a aurora em variados formados e cores. No primeiro dia, a aurora foi forte, mas escondida atrás de nuvens. No segundo já foram intensas, dançando no céu. E no terceiro dia, o céu ficou coberto pela cor verde, em todos os cantos, refletindo até no chão. E foi possível inclusive admirar as luzes do centro da cidade, perto do hotel, um momento indescritível. A sensação de ver pela primeira vez é incrível: “Alguns choram, outros pulam. É uma alegria que limpa a alma”.
E foi no meio de uma visão dessas que Brotto pediu a namorada, Laurize Ruzza, em noivado. “No fim de 2012, fomos para a Noruega. Ficamos dez dias procurando o fenômeno. Na primeira vez que ela viu a aurora boreal, fiz o pedido”, conta.
O aventureiro pretende lançar em breve um livro com as fotos feitas durante as caçadas. E enquanto está em Curitiba, não descansa, manda informações para outros viajantes, pela internet, para ajudá-los a encontrar o fenômeno.
Marco Brotto que já viu a aurora boreal nos Estados Unidos, Finlândia, Islândia, Noruega, região de Svalbard (Polo Norte) e Suécia, agora, em novembro, estará no Canadá onde pretende fotografar uma cena rara: um urso polar com a aurora boreal de fundo.
Sobre a aurora boreal
O sol está sempre em atividade: explosões solares e filamentos são eventos normais e ocorrem sem nenhum aviso. Quando ocorre a liberação de massa coronal, se ela estiver voltada para a terra, possivelmente haverá aurora boreal. “Além da ejeção de massa coronal temos que ter mais dezenas de fatores para que possamos ver a aurora boreal, é realmente uma caça. Em 2013, na Noruega, junto com outro caçador brasileiro, Arthur Klas, dirigimos 1.400 km para chegar a uma região que estaria com céu limpo, foi cansativo, porém gratificante”.
Publicado no Aeroporto Jornal – novembro/2014
Hunting aurora borealis
In September, entrepreneur Marco Brotto from Curitiba made his 10th Arctic expedition on the hunt for the northern lights, less commonly known as aurora borealis.
As the coach of an expedition in Norway and Finland, he sought this natural phenomenon that paints the night sky through an interaction between charged particles from solar flare activity with the Earth’s magnetic field.
The destination is not common and the aurora borealis is still unseen by most people. So, how did this idea first enchanted this man? “I’ve always been adventurous and while on a trip with friends to Death Valley, a comment about the northern lights emerged and I decided to research it”, he explains.
The difficulty in witnessing the lights made him become a coach of this natural spectacle. People think one needs only to come to a country and look up to the sky, but it’s not quite like that. First, you must pursue a location known for its clean skies along with many other details analyzed across 11 charts. You also need a lot of determination and, most of all, patience: “A few days ago we started the hunt and travelled about 170 km to finally get to see what we saw. Therefore, it is important to be backed up by those who are well learned in both theory and in practice; if supported by a travel agency, even better”, he explains.
“I really don’t recommend this adventure alone; in my first expedition, I found only disappointment after crossing the world and not being able to see the aurora borealis”.
During his first expedition to Alaska, Marco did not see the Northern Lady. Although, on his second voyage, despite the cloudy nights, many failed attempts, blizzards and considerable distances, at last, there, alone in the middle of the Norwegian Fjords, he saw her at last.
“When I saw that wonder, all alone in the middle of the Arctic, I did not know whether to scream or run. The temperature was negative 15 degrees Celsius and I got goose bumps all over my body with emotion. A spectacle like this shows us how fragile we are, although blessed all the while. That’s when I became aware that this moment needed to be shared with many people”, he adds.
Besides hunting this phenomenon, of course, there was time to enjoy a bit of tourism and local cuisine, he tells us. “I studied design and art history, so I like to explore the countries that I have the opportunity to visit more in depth; the rural parts, the roots of the people. This time, I went to a Sami camp where they prepared food supplies for winter by stocking reindeer meat. It’s delicious to take in the fragrance of the locals, to live new experiences”. As for the cuisine of Norway, during the expedition they sought to eat what the locals were accustomed to: “The most requested food were these famous gas station sandwiches, reindeer and smoked salmon—amazing”, he recalls.
Among the most visited sights is the museum Polaria in Tromsø, just the exterior is enough to enchant travelers, the architecture of the building is unique and mimics ice packs pressed to the ground by the movement of the choppy waters of the Arctic in a domino effect. Inside, you can visit the oceanarium where its main attraction is the bearded seal, native to the Arctic, is appreciated for its intelligence and sociability. Another option is a scenic drive through Tromsø; you can stop and scale to the top of Storsteinen’s peak via cable car, and overlook the entire city from a new and breathtaking point of view. The climb takes 4 minutes and takes you 420 meters above sea level.
Just as with the long distances, weather is also harsh for those unaccustomed to it. This year, in addition to daily rain, winter came early, bringing the first snow in September. In Brotto’s last expedition, even with the rain, it was possible to see the aurora in its varied forms and colors. On the first day, the aurora was resonant, but hidden behind clouds. The second day, she took her spotlight and danced in the sky; and on the third day, the sky was overtaken by the green hues, its brightness so intense that it reflected on the floor and it was even seen from downtown, near the hotel. The sensation of seeing it for the first time is amazing, “Some cry, others jump. It is a joy that cleanses the soul”.
It was in the middle of a vision like this, that Brotto asked his girlfriend, Laurize Ruzza to marry him. “At the end of 2012, we went to Norway. We spent ten days looking for the phenomenon. The first time she saw the aurora borealis, I made the proposal”, he reveals.
The adventurer plans to release a book with photos taken during the hunts. While in Curitiba, he continues to share information to other travelers via Internet, to assist in finding this phenomenon.
In November, Marco Brotto, who has seen the aurora borealis in the United States, Finland, Iceland, Norway, Svalbard (North Pole) and Sweden, will be in Canada with the intention to photograph a rare sight of a polar bear with the aurora borealis as a backdrop.
About aurora borealis
The sun is perpetually active: solar flares and filaments are normal events and they occur without warning. An aurora borealis might happen when a release of coronal mass occurs facing the earth. “However, besides the coronal mass ejection there also must be a dozen of other factors. As we can see, the aurora borealis is truly a hunt. In 2013, in Norway, along with another Brazilian hunter, Arthur Klas, I drove up to 1400 kilometers to reach an area with a clear sky. It was tiring, but rewarding”.
Cazando la aurora boreal
En septiembre, el empresario Marco Brotto, con sede en Curitiba, emprendió su décima expedición al Ártico en busca de las auroras boreales, también conocidas como auroras boreales.
Entrenó a una expedición en Noruega y Finlandia para buscar el fenómeno natural que hace que el cielo sea colorido y es causado por la interacción de partículas cargadas de energía de una llamarada solar con la capa magnética de la tierra.
El destino no es el más común y muchas personas desconocen la aurora boreal. Entonces, ¿cómo surgió esta idea que encanta al emprendedor? “Siempre fui aventurero y cuando estaba de viaje con amigos al Valle de la Muerte, surgió un comentario sobre la aurora boreal y decidí investigar un poco”, explica.
Y fue la dificultad de presenciar las luces lo que acabó convirtiéndose en un entrenador del espectáculo natural. La gente piensa que es llegar a un país determinado y mirar hacia arriba, pero no es así. Es necesario buscar el mejor lugar, saber dónde estará despejado el cielo y muchos otros detalles analizados mediante 11 gráficos. También se necesita mucha paciencia y determinación: “Hace unos días comenzamos la caza y terminamos recorriendo 170 km para llegar a ver lo que vimos. Por eso es importante contar con el apoyo de quienes conocen la teoría y la práctica y, si cuenta con el apoyo de una agencia de viajes, mejor aún ”, explica.
“Realmente no recomiendo esta aventura solo, ya sentí en mi piel durante mi primera expedición la decepción de cruzar el mundo y no ver la aurora boreal”, recuerda Brotto.
Durante su primera expedición a Alaska, Marco no pudo ver a la Dama del Norte. En su segundo viaje, aún con las noches cerradas, varios intentos fallidos, ventiscas y grandes desplazamientos, en el último momento, solo en medio de los Fiordos noruegos, logró visualizarlo.
“Cuando pude ver toda esa maravilla, solo en medio del Ártico, no sabía si estaba corriendo o gritando. La temperatura era de -15ºC y mi cuerpo estaba emocionado. Estos son programas como este que muestran lo frágiles y bendecidos que somos al mismo tiempo. Fue entonces cuando tuve la certeza de que ese momento debía ser compartido con la mayor cantidad de gente posible ”, agrega.
Además de cazar el fenómeno, está claro que hay tiempo para disfrutar un poco del turismo y la gastronomía local. “Estudié diseño e historia del arte y por eso me gusta conocer en profundidad los países que tengo la oportunidad de visitar, la parte rústica, las raíces de cada pueblo. Esta vez fui a un campamento de Lapão y se estaban preparando para el invierno, abasteciendo carne de reno. Es un placer sentir el olor de la población local, vivir nuevas experiencias ”, dijo. En cuanto a la gastronomía noruega, durante la expedición intentaron comer lo que los locales estaban acostumbrados: “En la lista de los más pedidos, los famosos bocadillos de las gasolineras, reno y salmón ahumado, una perdición”, dijo.
Entre los lugares visitados, el museo Polaria en Tromsø, que ya encanta desde el exterior: la arquitectura del edificio es única y representa bloques de hielo presionados contra el suelo por el movimiento de las agitadas aguas del Ártico en efecto dominó. En su interior es posible visitar el oceanario cuyo principal atractivo son las focas barbudas, especie típica del Ártico, las cuales son apreciadas por su inteligencia y sociabilidad. Otro consejo es el recorrido panorámico por los principales puntos de Tromsø, tomando el teleférico hasta la cima del pico Storsteinen, que ofrece una vista fantástica de toda la ciudad. El ascenso dura 4 minutos y 420 metros sobre el nivel del mar.
Y, aparte de las largas distancias, el clima tampoco ayuda mucho a quienes no están acostumbrados. Este año, además de la lluvia de todos los días, el invierno llegó temprano, trayendo las primeras nevadas en septiembre. En la última expedición realizada por Brotto, incluso con la lluvia se pudo ver el amanecer en diferentes formas y colores. El primer día, el amanecer fue fuerte, pero escondido detrás de las nubes. En el segundo ya eran intensos, bailando en el cielo. Al tercer día, el cielo se cubrió de verde en todos los rincones, incluso reflejándose en el suelo. E incluso fue posible admirar las luces del centro de la ciudad, cerca del hotel, un momento indescriptible. La sensación de ver por primera vez es increíble: “Algunos lloran, otros brincan. Es una alegría que limpia el alma ”.
Y fue en medio de tal visión que Brotto le pidió a su novia, Laurize Ruzza, un compromiso. “A finales de 2012, fuimos a Noruega. Pasamos diez días buscando el fenómeno. La primera vez que vio la aurora boreal, la ordené ”, dice.
El aventurero planea lanzar un libro pronto con las fotos tomadas durante las cacerías. Y mientras está en Curitiba no descansa, envía información a otros viajeros, por internet, para ayudarlos a encontrar el fenómeno.
Marco Brotto, que ha visto la aurora boreal en Estados Unidos, Finlandia, Islandia, Noruega, la región de Svalbard (Polo Norte) y Suecia, ahora, en noviembre, estará en Canadá donde tiene la intención de fotografiar una escena rara: un oso polar. con el fondo de la aurora boreal.
Sobre Aurora Boreal
El sol siempre está activo: las erupciones solares y los filamentos son eventos normales y ocurren sin previo aviso. Cuando se produce la liberación de masa coronal, si está de cara a la tierra, posiblemente habrá una aurora boreal. “Además de la eyección de masa coronal, tenemos que tener docenas de factores más para que podamos ver la aurora boreal, es realmente una cacería. En 2013, en Noruega, junto con otro cazador brasileño, Arthur Klas, recorrimos 1.400 km para llegar a una región que tendría un cielo despejado, fue agotador, pero gratificante ”.