Ribeirão Preto, no Interior de São Paulo, conhecida pela Choperia Pinguim, agora quer atrair seus visitantes com um passeio enogastronômico. 20 km do centro da cidade, na Fazenda Cravinhos, a Vinícola Biagi oferece essa opção de turismo.
Luiz Biagi, empresário e proprietário da Fazenda, descobriu que sua propriedade, 800 metros acima do nível do mar, era propícia para a produção de uvas viníferas devido a grande amplitude térmica, com dias mais quentes e noites frias. E ele confessa que sua inspiração veio com o amigo Paulo Brito, da Vinícola Guaspari, que fica na região de Espírito Santo do Pinhal, também em São Paulo. “Fiquei encantado com o projeto, mas ao mesmo tempo com a sensação de ser inatingível na nossa região da Guaspari, conta Paulo, e dois anos depois visitei a Vinícola Marquese di Ivrea, do também amigo Beto Lorenzato, que me incentivou a investir nessa atividade, mostrando a sua viabilidade ao me oferecer as mudas das uvas, orientação técnica, acompanhamento e mostrar a vantagem da amplitude térmica da região”.
Inicialmente foram plantados 12 hectares das uvas Moscato Giallo, Nebbiolo e Sangiovese, cuja primeira safra foi em meados de 2022. São uvas consagradas há centenas de anos na Itália, das quais são feitos os famosos vinhos Brunello, Chianti e Barolo. Quando o projeto estiver 100% concluído, a expectativa é chegar a 20 hectares, o que resultará na produção de aproximadamente 100 mil garrafas e vinho por ano.
Neste início a vinícola está trabalhando com um rótulo, de vinho tinto seco, o Pietro (homenagem ao avô Pedro), cuja produção é comandada pela enóloga Isabela Peregrino e o envasamento está sendo terceirizado para a Vitacea, em Caldas, Minas Gerais, até que a fábrica da Fazenda Cravinhos, que está em início de construção, seja concluída.
O primeiro lote comercial, com 1,3 mil garrafas foi lançado em março e, por enquanto, o produto será vendido somente na Vinícola. Outro rótulo que já foi testado de forma experimental é o Carina Biagi (homenagem à esposa de Luiz), um branco seco feito à base da Moscato Giallo, que ainda não tem previsão de comercialização.
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Visitas e Osteria
Depois da implantação dos vinhedos, veio a ideia de investir em uma Osteria para possibilitar uma experiência completa aos enoturistas. O local foi projetado pela arquiteta Sissi Verri e a cozinha está a cargo da chef Beatriz Nomelini, gastrônoma, com pós-graduação em docência do ensino superior, MBA em Marketing com ênfase em negócios gastronômicos e especialização Master Chef pelo Culinary Institute of America da Califórnia e adepta aos conceitos de “comida de verdade” e incentivadora do ” Farm to table”.
A Osteria tem uma “Cozinha de Inspiração Italiana com Alma Brasileira”, como define Beatriz. O cardápio quinzenal é elaborado com produtos sempre frescos e selecionados pela chef com o conceito de Farm to table – usar tudo que pode ser produzido na própria fazenda, respeitando sazonalidade e tipo.
Além de servir os almoços nas visitas, o espaço será aberto para eventos fechados, tanto corporativos como sociais, e para cursos de gastronomia e enologia. A Osteria conta com consultoria do enólogo Pedro de Guide, na parte de harmonização de vinhos.
Experiências junto à natureza
Além da visita aos vinhedos, o passeio pela fazenda inclui experiências em meio à natureza nos vários caminhos que foram detalhadamente pensados para que os visitantes possam contemplar, vivenciar, tirar fotos e interagir com a paisagem local.
O Caminho das Flores, no alto de um vale e entre vinhas das variedades Sangiovese e Moscato Gialo, é ideal para uma curta caminhada contemplativa e que possibilita a parada para belas fotografias. As flores nele cultivadas são perenes, na sua maioria comestíveis e usadas na culinária da Osteria. São espécies que atraem borboletas boas para o vinhedo e geram aromas florais agradáveis ao ambiente e em uma pequena proporção, acabam por influenciar no Terroir dos vinhos. Uma das variedades de flores cultivadas é a Cravina, essa flor em particular, tem uma grande importância histórica, pois ela deu origem ao nome da cidade de Cravinhos e da própria Fazenda Cravinhos. Seu plantio é também um meio de fazer esse resgate histórico.
O Caminho das Ervas proporciona a interação com diversas variedades de plantas, possibilitando o conhecimento de suas origens e funções, bem como a oportunidade de sentir seus agradáveis perfumes deixados no ar ao seu redor. São ervas utilizadas na gastronomia da Osteria.
O Caminho das Águas possibilita o contato com um bem preciosíssimo, talvez um dos mais importantes para a vida na terra. Nele, é possível contemplar a água que brota do solo nas nascentes, que são protegidas, com uso consciente das águas para a sua preservação. Toda a água utilizada na Fazenda Cravinhos é proveniente de nascentes e distribuída pela propriedade pela força da gravidade, sem o uso de bombas elétricas. Como este espaço está muito próximo das nascentes, não era possível o bombeamento da água por gravidade. A roda d’agua, que também faz parte desse caminho, foi a opção ecologicamente sustentável e adequada para resolver essa questão. A roda d’agua gera um som agradável, perfeito para quem deseja sentar-se um pouco, ouvir e contemplar a natureza.
História
A Fazenda Cravinhos fundada em 1820 pelo Capitão Mateus José dos Reis e adquirida em 1876 pela família Pereira Barreto, foi o berço do café Bourbon em São Paulo, tendo fornecido sementes inclusive para o governo do Estado. Distante 2,5 km da cidade, na década de 50, foi potência na cafeicultura e na criação de gado da raça Gir, além do cultivo de arroz, tomate, milho e feijão. Em 1983, Luiz Biagi adquiriu aproximadamente 700 hectares da propriedade.
O passeio enogastronômico é feito aos domingos, das 9h30 às 15h, mediante agendamento neste e-mail.
É possível escolher entre 4 tipos de passeios: só almoço (sem degustação, harmonização e passeio); almoço com degustação de vinhos (sem passeio). tour guiado com harmonização de vinhos (sem almoço) e completo (almoço com degustação de vinhos, tour pelos vinhedos e caminhos).
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