Há 85 anos a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, tem mantido uma pesquisa que procura a resposta para saber o que realmente nos faz felizes. O Estudo começou em 1938, analisando 700 rapazes – entre estudantes das melhores universidades e moradores de bairros pobres de Boston.
A pesquisa acompanhou esses jovens durante toda a vida, monitorando seu estado psicológico, físico e emocional. E hoje conta com milhares de pessoas pesquisadas.
Segundo Robert Waldinger que é o atual diretor do estudo, uma pergunta relevante a se fazer quando avaliamos a felicidade é: “Estou fazendo as coisas que têm significado para mim?”.
Segundo o psicólogo Romanni Souza, não se trata de ser feliz o tempo todo, mas de, em uma visão maior, enxergar significado e ter uma boa qualidade de relacionamentos com as pessoas com quem se conecta, seja viajando, ou ficando em casa. “E para muitos, as viagens podem contribuir para trazer significado e até estar aberto a se conectar com pessoas, que consequentemente são os principais fatores relacionados a uma vida mais feliz”, disse.
Ainda conforme Romanni, mais do que o ato de viajar em si, o que realmente importa é o significado construído em relação ao que estamos fazendo.
Por exemplo, para alguém que gosta de viajar, ou planeja uma viagem, o significado da viagem tende a ter um peso muito maior nos níveis de felicidade do que para alguém que se incomoda em viajar, sendo importante lembrar que por mais que muita gente ame viajar, também existem pessoas que não gostam. E mais do que o ato de viajar em si, o mais importante é o significado: “por exemplo, em certa época da minha vida eu ministrava treinamentos por todo o Brasil, ficando quase que mais tempo viajando a trabalho do que em casa, e em uma situação assim é possível também perceber o significado de passar um tempo em casa. Mas viajar com certeza abre muito a visão e a percepção sobre o mundo e as diferentes culturas, contribuindo inclusive na promoção de maiores níveis de empatia em relação a opiniões e crenças diferentes, por ter a chance de vivenciar melhor as diferentes culturas”, relata.
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Viajar e comprar: o que deixa as pessoas mais felizes?
O psicólogo também contou que comprar coisas no geral proporciona níveis de dopamina mais instantâneos, não sendo por acaso algumas pessoas chegarem a criar até dependência e vícios relacionados ao ato da compra.
“É importante lembrar – conta – que comprar coisas, não necessariamente é algo nocivo, mas buscar suprir necessidades emocionais em coisas, pode ser. E quase tudo que pode ser bom em quantidades moderadas, em excesso pode se tornar prejudicial. Um bom exemplo é pensar: se você é casado, e ama os seus pais, dormir na casa deles com sua esposa ou marido durante um final de semana pode ser divertido, mas fazer o mesmo por seis meses para maioria dos casais geraria um incômodo”.
Uma vantagem das viagens em relação a coisas, segundo o profissional de saúde, é que viagens de forma mais fácil proporcionam experiências mais difíceis de serem comparadas. Proporcionando experiências mais subjetivas e memórias da viagem, ao invés de somente a produção de dopamina imediata do ato da compra.
“Um exemplo: quando compramos um carro novo, podemos ficar satisfeitos, mas o nível de satisfação pode não ser o mesmo para muitos depois de ver o vizinho com um carro melhor e mais novo. Mas se tratando de uma viagem, a experiência é muito mais subjetiva, contribuindo para evitar um erro comum cometido por muitos que é o de comparar o palco dos outros, com nossos próprios bastidores”, finaliza.
Com apoio da MF Press Global