Saiu o número que mostra o tombo do turismo no Brasil sob a Covid-19: perdeu R$ 290 bilhões e quatrocentos mil postos de trabalhos fechados. A informação é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) que fez o cálculo de 12 meses, de março de 2020 a fevereiro de 2021.

Os Estados de São Paulo (R$ 104,9 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 45,5 bilhões), principais focos da Covid-19 no Brasil, concentram mais da metade (51%) do prejuízo nacional.

Os dados de emprego do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que em 2020 397 mil postos formais de trabalho foram eliminados no setor, o que representa uma queda de 12,8% na força de trabalho dessas atividades. “Na média de todos os setores da economia, a variação relativa ao estoque de pessoas formalmente ocupadas avançou 0,4%, o que reforça o contraste do turismo com os demais segmentos”, ressalta Fabio Bentes, economista da CNC responsável pela análise.

O que esperar de 2021

Com base na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de janeiro de 2021, divulgada hoje (9 de março) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a CNC projeta que o turismo apresente avanço médio de 14,6% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, recuperando apenas parcialmente a perda de 37% ocorrida em 2020. Segundo a PMS, as atividades turísticas cresceram 0,7% em janeiro de 2021, após registrar crescimento nulo em dezembro.

“Especificamente no caso do turismo, configuram-se como obstáculos adicionais as restrições à circulação de turistas, tanto no Brasil quanto no Exterior, prejudicando a construção do cenário anual para o setor”, indica Alexandre Sampaio, diretor da CNC responsável pelo Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da entidade. “O que torna mais necessária a extensão das medidas emergenciais, como a Lei.14.020, que permitiu a suspenção de contratos de trabalho e redução da carga horária com diminuição proporcional do salário, para resguardar empregos no turismo.”

Ainda de acordo com a PMS, o volume de receitas dos serviços cresceu 0,6%, em relação a dezembro de 2020, já descontados os efeitos sazonais. Na comparação com janeiro de 2020, houve variação negativa (-4,7%) pelo décimo primeiro mês consecutivo. Apenas dois dos cinco grupos de atividade apresentaram crescimento, com destaque para os serviços profissionais, administrativos e complementares (+3,4%). Diante dos resultados, a Confederação diminuiu de 3,5% para 3,4% a expectativa de crescimento do volume de receitas dos serviços, em 2021.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destaca que a redução da projeção se deve, entre outros fatores, à lentidão da adoção de medidas de combate ao agravamento da pandemia do novo coronavírus. “A tendência é que o setor de serviços consiga compensar apenas parcialmente a queda recorde de volume de receitas observada em 2020 (-7,6%), considerando um cenário de redução moderada dos atuais níveis de isolamento social até o fim deste ano”, afirma Tadros.

A análise completa da Divisão Econômica da Confederação está neste link.

Fonte: Assessoria de Imprensa

Foto: Luke Dean-Weymark/Unsplash

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