HÁ QUEM DIGA QUE “AUTENTICIDADE ESTÁ NA MODA”. Bem, se levarmos em conta que a moda é resultado de uma análise social, do momento em que vivemos, que traduz os desejos, sonhos e necessidades das pessoas, então podemos entender que estamos precisando de mais autenticidade em nossas vidas e relações.

A autenticidade está em alta. Fato. Porém, o uso desenfreado da palavra, em diversos contextos, muitas vezes prejudica o seu entendimento real e a valiosa lição que há por trás dela. Além disso, o que temos visto por aí é muita comunicação violenta sendo usada como uma justificativa para autenticidade: “Eu sou assim mesmo, falo o que eu penso. Sou uma pessoa autêntica”.

Comunicação autêntica não tem nada a ver com comunicação violenta, que não é somente aquela que se manifesta por um tom de voz alterado, gestos grosseiros e palavrões.  Essa é a forma mais explícita, mas ela pode se manifestar de forma bem mais sutil e mascarada, o que pode tonar difícil a identificação de um problema que pode ser desastroso para as relações. Pessoas que impõem suas vontades, que gostam das coisas sempre do seu jeito, que se consideram extremamente sinceras, tendem a ser comunicadores agressivos.

Contextualizando

Estamos aprendendo a conviver com a era do compartilhamento. Nunca foi tão possível e rápido compartilhar espaços, opiniões, conteúdos. Essa realidade é nova e complexa e, para nos adaptarmos, vamos precisar escutar mais para compreender, e não só para responder. Em nosso convívio profissional e pessoal, precisamos pensar (muito) antes de falar. Precisamos de “filtros” para evitar sermos desagradáveis com as pessoas, principalmente no ambiente de trabalho, onde, além da boa convivência, nossa imagem e nossa reputação podem estar em jogo.

Diferencie:

Ser autêntico não significa querer se tornar o foco da atenção do seu público com colocações inflexíveis, rígidas, como se fosse o dono da verdade.

Ser autêntico não significa provocar discussões sobre temas polêmicos para gerar audiência.

E, definitivamente, ser autêntico não significa desrespeitar o outro, seja em função de crenças, culturas ou opiniões diversas.

O grande pilar da autenticidade é a coerência. Quando se é autêntico, existe uma absoluta coerência entre seu comportamento e suas formas de comunicação: oral, escrita, corporal e até na sua maneira de se vestir.

Enfim, pessoas autênticas são fiéis a sua essência e agem de acordo com seus valores pessoais. Ao mesmo tempo em que são empáticas e respeitosas com os valores alheios.

Karla Giacomet, consultora de Imagem Pessoal

Publicado na Now Boarding – agosto/2019

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