No Alto Uruguaio do Rio Grande do Sul, em meio às coxilhas, fica um destino repleto de histórias, personagens e empreendedorismo que permite visitação de locais que são patrimônio histórico, paisagens e localidades que transpiram relatos e vivências. Com guias especializados, a Rota Judaica, inédita no Brasil, representa uma parte do que foi a diáspora judaica com a saída do Oriente Médio de então, e busca de locais para viver nos mais diferentes países do mundo.
A região da Rota Judaica é da antiga Fazenda de Quatro Irmãos, que com os anos viraram os municípios de Quatro Irmãos, Jacutinga e Erebango, entre outros, ao lado de Erechim que tem toda a estrutura hoteleira, e ao lado da cidade de Passo Fundo, com aeroporto que recebe voos de São Paulo com duração de cerca de 1h30.
A imigração judaica retratada pelo Polo de Turismo Histórico Judaico deriva-se da saída dos judeus do Leste Europeu, especialmente do então Império Russo dos tempos do czarismo, durante o século XIX até metade do século XX, em busca de local para viver com cidadania completa, liberdade de empreender, e principalmente, garantias de prosseguir sendo judeu.
TURISMO: Conheça a Rota Romântica no Rio Grande do Sul
Compra de áreas
Naquela fase histórica, os judeus não podiam estudar em escolas públicas no Império Russo, não podiam ser donos de terras, não podiam viver nas cidades, não podiam serem servidores públicos, eram recrutados para serviço militar por 12 anos e, seguidamente, sofriam invasões, roubos e assassinatos em seus vilarejos, permitidos pelo Czar.
Um casal de filantropos judeus, que vivia na França, Barão e Baronesa Hirsch, estruturaram um programa em grande escala de retirada dos judeus do Leste Europeu, através da aquisição de áreas para colônias nos Estados Unidos, Canadá, Argentina, Austrália, na antiga Palestina, e por fim no Brasil, no Rio Grande do Sul.
Até cerca de 1960 existiu no Alto Uruguai gaúcho, onde hoje é o Polo de Turismo, uma sociedade judaica composta por cerca de cinco mil pessoas, que tinha viação férrea própria e que teve pioneirismos diversos para o Brasil da época, como criar o primeiro hospital rural de referência no país, o Leonardo Cohen, gerido por médicos judeus europeus de alta capacidade e grande experiência, inclusive tendo atuado na 1ª Grande Guerra, mas fugidos do nazismo. Fundaram a primeira cooperativa de força e luz privada do Brasil de âmbito rural, proporcionando desenvolvimento dos negócios, de serrarias, moinhos, comércio e hotelaria, entre outros. Foi uma fase de expansão, progresso das famílias ali sediadas.
Além destes pontos de visitação, do antigo Hospital atualmente transformado em Memorial com expositivos diversos, e das ruínas da antiga Companhia Força e Luz, é possível visitar o cemitério judaico tombado, a Micvê rústica (local de banhos rituais), o antigo do lote do último judeu que era um eco ativista de modos singulares, uma das últimas estações férreas de madeira do país, o cemitério do combate (local de um grande confronto da guerra federalista entre chimangos e maragatos), almoçar e jantar com pratos judaicos e do Leste Europeu e música judaica em um café na roça.
A visita ao Polo de Turismo tem programas de um dia e meio e dois dias e meio com transfer, apoio logístico e de guias.
A Rota Judaica no Rio Grande do Sul é uma imersão na cultura, valores judaicos, e na sua contribuição ao desenvolvimento da região e do país, com famílias conhecidas hoje presentes em diversos Estados e capitais. E o programa de turismo pode ser integrado, sob demanda, para outras rotas complementares locais, como dos Caminhos Poloneses e Rota das Flores.
Com apoio 18 Comunica