11,4% é o percentual do novo reajuste no preço do querosene de aviação (QAV), em relação a maio, anunciado pela Petrobras. Dados informados pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) mostram que de 1º de janeiro a 1º de junho, o combustível dos aviões acumula alta de 64,3%. Historicamente, o QAV é o item de maior peso para a aviação, pois responde por mais de um terço dos custos totais das companhias, e isto pode impactar as passagens aéreas.

Eduardo Sanovicz, presidente da entidade que reúne a Latam Gol, Abaeté, Boeing, Latam Cargo, VoePass e Rima, afirma que “esses dados comprovam a pressão diária que as empresas enfrentam com a alta dos custos estruturais, especialmente o preço do QAV, que tem sido impactado pela alta da cotação do barril de petróleo no mercado internacional, por causa da guerra na Ucrânia. A valorização do dólar em relação ao real também é um desafio cotidiano, já que metade dos custos do setor são dolarizados”.

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A Abear destaca que o preço de uma passagem aérea tem relação direta com os custos das companhias. No Brasil, o preço do QAV chega a ser 40% superior em comparação com a média global. Contribui para essa distorção a precificação do combustível, que cobra em dólares um insumo cujo nível de produção nacional é superior a 90%.

Em 2021, o país produziu 93% (ou 4,1 bilhões do consumo total de 4,4 bilhões de metros cúbicos) do QAV consumido e importou apenas 7%, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP). Portanto, não faz sentido a parcela produzida no Brasil ser precificada pelos mesmos critérios do insumo importado, diz a entidade.

Esta nova alta no valor o querosene de aviação pode afetar a composição da passagem aérea e, provável, signifique novos reajustes nos bilhetes aéreos.

Em 7 de junho, a Anac (Agência Nacional de Aviação) divulgou que o preço do querosene de aviação registrou alta de 82,7% no primeiro trimestre de 2022, diante de igual período de 2019, antes da pandemia do novo coronavírus. A cotação do dólar em relação ao real, por sua vez, teve aumento de 38,7% na mesma base de comparação. Apesar desse cenário de alta dos custos, a tarifa aérea doméstica teve elevação inferior ao do QAV e do dólar, com variação de 21% no mesmo período.

Fonte: Abear

Atualizada em 07/junho/2022

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