OUTRO DIA, ESTAVA ATENDENDO UMA CLIENTE NO SHOPPING, QUANDO PASSOU UMA MOÇA QUE CHAMOU A ATENÇÃO DESTA CLIENTE PELA MANEIRA COMO ESTAVA VESTIDA. Ela comentou: “Você deve se incomodar quando se depara com pessoas mal vestidas, bregas”. Muita gente me fala sobre isso.
Bem, primeiro é preciso deixar claro que não é porque sou consultora de imagem que saio por aí analisando todo mundo, 24 horas por dia. Além disso, desde que comecei a estudar os temas que permeiam a imagem pessoal, raras foram as vezes que pensei isso de alguém. Quando olho para o jeito como as pessoas estão se vestindo, tenho um olhar mais empático do que nunca. Penso no que elas estão querendo comunicar com aquelas roupas, penso nas mensagens que estão por trás de suas escolhas. Afinal, vestir-se é uma forma de comunicação não verbal.
Naquela mesma semana, aconteceu a Conferência Nacional dos Profissionais de Imagem, e uma das palestrantes (e minha mentora), Ilana Berelholc, chamou isso de empatia estética: “Praticar um olhar generoso em relação às pessoas que escolhem se vestir/adornar de uma forma que talvez você não ache legal, que não seja do seu gosto, que saia do seu conceito de belo ou certo”.
Empatia é a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa, buscando agir ou pensar da forma como ela pensaria e agiria nas mesmas circunstâncias. A chave para um comportamento empático está em legitimar o outro sem julgamento. Sendo assim, empatia estética é sobre não julgar racionalmente alguém pela aparência, não colocar as pessoas em “caixinhas” de certo e errado. É sobre menos regras e mais respeito pela história do outro.
Vamos praticar?
Karla Giacomet, consultora de Imagem
Publicado na Now Boarding – janeiro/2020
Foto: Candid_Shots/Pixabay