O ano está terminando e estamos todos envolvidos em atividades inerentes ao período. Ainda mais neste ano, onde festas tradicionais de encerramento foram substituídas por encontros online e viagens trocadas por momentos em casa, o planejamento tomou uma proporção ainda mais importante, tanto para pessoas, quanto para as empresas. No mundo corporativo, as empresas tentam fazer os últimos movimentos para atingir as metas e, ao mesmo tempo, traçar novos desafios para o ano que se aproxima. É tempo de planejar.

Apesar de ser um conceito simples, o planejamento nem sempre tem o protagonismo que deveria ter para a realização de sonhos. Postergar o processo de mapear a vida pode levar a uma sensação eterna de estagnação. Profissionalmente, evitar discutir melhorias, organização e focar em ações bem desenvolvidas dentro da necessidade do negócio significa adiar o crescimento e colocar em risco a atuação eficiente dos profissionais.

Quando tudo parece estar perdido e olhamos para o horizonte sem ver saída, a primeira coisa que pensamos é: o que eu fiz da minha vida?! Como se a vida nos fosse algo imposto. Algo enorme, sem controle. No entanto, a vida nada mais é que um dia após o outro.  A vida, essa palavra cheia de peso e significados, é uma sequência de experiências cotidianas.

Portanto, a pergunta que deveríamos nos fazer nesses momentos é: que sequências de pequenas tarefas eu realizei para chegar aonde cheguei? Que grandes metas eu não tracei? Que passo a passo eu deixei de seguir no dia a dia?

Somente quem define o destino pode escolher o caminho. Planejamento é essencial para o alcance de objetivos e concretização de sonhos. Tanto faz a escala das metas. Pode ser um sonho grande como comprar uma casa ou um objetivo afetivo simples como brincar com os filhos. Todos os planos precisam de iniciativa e alguns sonhos precisam de uma longa caminhada. Sem estratégia não saímos do mundo de Platão.

Em 2021, o planejamento será ainda mais importante, por que a resiliência que nos levou a concluir 2020 deve permanecer. Sem ideais bem projetados, corremos o risco de finalizar o próximo ano com a sensação de que apenas sobrevivemos a ele, sem conquistas, sem crescimento pessoal e sem melhorias no campo profissional.

Uma das iniciativas mais assertivas para se motivar a planejar e cumprir as próprias metas é escrever sobre os ideais que lhe movem. Defina os sonhos pessoais, as metas da empresa, os objetivos em família. Coloque no papel tudo aquilo que você tem vontade de fazer. Parece clichê, mas é libertador.

Quando expressamos em palavras o que guardamos nas entranhas da mente, o discurso ganha força e nos inspira a agir. Escreva metas específicas e alcançáveis. “Obter sucesso profissional”, por exemplo, não vale. É muito vago. Visualize algo objetivo como “subir de cargo”, “conquistar mais três clientes”, “fazer um curso de oratória”, “contratar um mentor”.

Definido o objetivo, o caminho se desenha quase que automaticamente. E quando, aos poucos, conseguimos realizar cada tarefa tramada, a sensação de avanço é tão estimulante que nos motiva a seguir para o próximo desafio. Simples assim.

E depois que todos os seus planos estiverem desenhados com clareza e você estiver cheio de motivação para 2021, lembre-se de acrescentar um bocado de flexibilidade entre um afazer e outro. A vida, essa sequência de experiências cotidianas, tem também seus planos para conosco. E 2020 nos provou isso mais do que qualquer outro período que vivenciamos até então. Quando as circunstâncias repentinamente mudam a proa do barco, precisamos ser maleáveis.

Com uma boa dose de flexibilidade, estaremos preparados quando os planos forem totalmente alterados pelas surpresas do caminho. Ser maleável é uma dádiva. Não somos senhores do universo. Somos seres interdependentes. O inesperado vai derrubar nossas listas muitas e muitas vezes. Recalcular o trajeto faz parte do percurso. Nada é permanente, nem a euforia, nem a depressão. Portanto, esteja pronto para as mudanças e permita-se mudar de ideias e redefinir prioridades.

Entre o balanço anual do Natal e o renascimento do Ano Novo, lembre-se de que planejar não é se projetar num futuro ilusório. Faça planos, sim, mas viva o agora. Viva intensamente cada sorriso dos seus filhos, cada troca de afeto genuína, cada amigo do caminho, cada alegria cotidiana.  Afinal, comemorar as pequenas conquistas, as metas realizadas e, principalmente, a vida, ganhou um sentido ainda mais importante depois deste ano.

Flávio Pinheiro Neto, é advogado empresarial do escritório Flávio Pinheiro Neto Advogados

Foto: Pexels/Pixabay

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