Os elementos arquitetônicos têm um simbolismo único. Cada construção revela aspectos extraordinários que foram construídos para durar pela eternidade. Essa é a atual temática trabalhada na XVI Exposição de Longa Duração do Museu Egípcio e Rosacruz, em Curitiba. Cerca de 150 itens compõem a mostra “Akhet: o horizonte dos deuses”. De acordo com a supervisora cultural da Ordem Rosacruz, Amorc, em Curitiba, Vivian Tedardi, esse tema é atrativo e gera curiosidade nas pessoas. “Montamos essa exposição devido ao interesse do público em relação às construções do Egito Antigo e, principalmente, em relação às pirâmides de Gizé”, conta Vivian destacando que recentemente, na área externa do museu, uma equipe esteve envolvida com o restauro do Portal de Akhenaton (2016) e do Memorial Rosacruz (2018) onde pinturas, escritas e elementos arquitetônicos foram estudados e implementados. Nesse sentido, surgiu a ideia de correlacionar o elemento arquitetônico com a nova exposição.

Preparar uma mostra com essa finalidade exige muito estudo e dedicação. O historiador Ewerson Thiago da Silva Dubiela, responsável pelo Museu Egípcio, explica que após a escolha do tema e das peças para a exposição, foram elaborados textos explicativos em conformidade com o conteúdo representado em cada sala do Museu. “De acordo com o acervo disponível decidiu-se trabalhar com três eixos: Pirâmides, Templos e Tumbas. As peças escolhidas fazem conexão com esses itens, além de contar com a criação de artes gráficas. A elaboração da mostra levou cerca de oito meses para ficar pronta e a montagem dez dias”, explica Ewerson.

Exposição “Akhet: o horizonte dos deuses”.

Depois de trabalhar a literatura egípcia antiga remetendo de maneira especial aos textos referenciais, ou seja, onde as divindades são as personagens principais, nessa nova mostra o foco é demonstrar como a arquitetura aplicava-se ao pensamento mitológico. “Akhet, em egípcio antigo, quer dizer horizonte e este é o mundo dos deuses, onde eles habitavam e para onde as almas deveriam se dirigir a fim de viver eternamente”, ressalta Vivian. Para ela todos os objetos desta exposição estão inseridos em um contexto histórico-arqueológico para a compreensão do discurso que se construiu para a exibição, pois as exposições do Museu Egípcio mudam a cada dois anos para dar novos olhares para os objetos do acervo e, assim, disponibilizar novos conteúdos para os visitantes.

Com um contexto único que tem um acervo rico baseado na cultura egípcia antiga, também acrescenta conteúdo à educação da sociedade, o Museu Egípcio e Rosacruz foi fundado em 1990 para contar, por meio de suas peças, a história dos faraós, do cotidiano e da religião do povo egípcio. A peça de maior destaque é a de uma múmia egípcia original, a Tothmea, que tem cerca de 2,7 mil anos.

Explorando o Museu Egípcio e Rosacruz

Logo na entrada do Museu Egípcio e Rosacruz é possível apreciar uma réplica da Estela de Roseta, documento esse que tornou possível decifrar a escrita hieroglífica.

A seguir há uma descrição do que o visitante encontrará em cada sala do Museu.

Sala 1: (Pirâmides e Mastabas) – destacam-se aqui ferramentas que eram usadas por trabalhadores nas construções, imagens de Imhotep – um arquiteto real que projetou a primeira pirâmide egípcia (Djoser) e que mais tarde foi adorado como divindade pelos egípcios – além de fragmentos de relevos das mastabas (forma de tumba anterior às pirâmides) que pertenciam aos nobres.

Sala 2: observa-se objetos do cotidiano dos templos que eram usados pelos sacerdotes ou pelos reis nos momentos de culto. Também é possível apreciar alguns elementos arquitetônicos, como a estátua colossal de Amenhotep IV – Akhenaton e a esfinge da rainha-faraó Hatshepsut.

Sala 3 do Museu Egípcio e Rosacruz.

Sala 3: conta com diversos objetos que eram colocados nas tumbas como as estatuetas shabits, pequenos servidores que tomavam vida no outro mundo e serviam ao defunto. Também existe a estátua do deus Sokar, uma divindade diretamente relacionada com um dos espaços arquitetônicos funerários desde o tempo da construção das pirâmides – trata-se do deus do inframundo que é representado pelo poço ou “sala do poço” na tumba. Pode-se ver pinturas da tumba do arquiteto Sennedjem, além da porta de sua tumba. E claro, a maior representação de arquitetura funerária continua sendo a tumba da múmia egípcia Tothmea.

O Museu Egípcio e Rosa Cruz abre de terça a sexta, das 10h às 16h30, com permanência até às 17h30; sábados, domingos e feriados (exceto segundas-feiras) das 10h às 16h, com permanência até às 17h.

Emanuelle Spack, jornalista

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