Na edição de estreia da Now Boarding, conversamos com Mel Fronckowiak, apresentadora do programa Destino Certo da Globosat. Gaúcha de Pelotas, ela ganhou destaque na televisão em 2011 com a participação na novela Rebelde, na Record. Aos 19 anos, passou a trabalhar como modelo e até trancou o curso de Jornalismo para desfilar no circuito Nova Iorque-Madri-Paris-Milão.

Ser modelo exigiu, nas palavras dela, “muita disciplina e uma estrutura emocional fortalecida” e também abriu portas para conhecer o mundo por meio do trabalho – mesmo que passando pouco tempo em cada lugar.

Mel tem trabalhos como apresentadora no programa A Liga, da Band, como atriz na série El Hipnotizador, da HBO, e como escritora do livro “Inclassificável: Memórias da Estrada”, de 2013. Falamos sobre as viagens de Mel pelo Brasil e o mundo. Confira a entrevista:

NB: Você viajou bastante quando se dedicava à carreira de modelo. Os bastidores do mundo da moda são de trabalho intenso.  O Destino Certo permite explorar os lugares com outro olhar?

Mel: Sem dúvida, ser viajante é diferente de estar viajando. Hoje em dia, em minhas viagens, tenho o olhar apurado de quem quer aprofundar naquela cultura através das experiências. A ideia não é levar pra casa um pouco de cada lugar, mas sim deixar um pouco de mim pelos lugares por onde eu me aventuro. Hoje, mergulhos verticais é o que me interessa.

NB:  O Jornalismo é apaixonante. Podemos dizer que a faísca do seu curso de Jornalismo se manteve acesa e foi potencializada na jornada de apresentadora?

Mel: Nunca esteve nos meus planos abandonar o jornalismo. Quando comecei a faculdade, queria me dedicar ao jornalismo escrito. As entrelinhas sempre me fascinaram, a investigação, a narrativa. Essa faísca alimenta as minhas andanças e é esse mesmo olhar que eu tento retomar quando estou na estrada.

NB: Como surgiu o Destino Certo?

Mel: Eu tinha um projeto de viagem num formato um pouco diferente do Destino Certo. Apresentei ao canal e eles tinham outro projeto emplacando no mesmo momento. Então, nos encontramos no meio do caminho, achamos um ponto em comum e reunimos as nossas vontades de trabalhar.

NB: Quantos países você já visitou? Qual deles te chamou mais atenção?

Mel: Sabe que eu nunca parei pra contar exatamente? Mas foram muitos, uns 25 ou 30. Acredito que todos me chamaram atenção, cada um à sua maneira. Mais do que os países, os lugares me atraem. A Noruega foi uma grande surpresa, Cusco, Fernando de Noronha, Capri… No final das contas o que me encanta é descobrir que, mesmo com culturas distintas, a matéria humana é muito semelhante. Isso pra mim é o que mais enriquece uma viagem, os encontros, as trocas de olhares e conhecimentos.

NB: O Destino Certo faz viagens temáticas. Como você e sua equipe definem esses destinos?

Mel: A atual temporada, que gravei recentemente em Portugal, teve 3 destinos para cada tema. Percebemos a necessidade de aprofundar mais os lugares e as vivências e não somente passar por eles. A gente faz uma pesquisa extensa, discute, debate e elege elementos que são fundamentais para que os destinos estejam no ranking e vamos eliminando os outros. Mas é um processo um pouco dolorido, a vontade que tenho é de conhecer todos eles e aí sim enumerá-los. Mas precisaríamos de um ano inteiro viajando…

NB: Você entra de cabeça nas suas matérias. Não só apresenta como interage com os locais que visita. Como é se permitir viver as experiências do seu trabalho e emocionar-se com elas?

Mel: Quando a gente viaja, a gente se transforma. Tem uma condição desacomodada que o verbo viajar proporciona. Entramos num outro universo, com outra língua, outra culinária, pessoas diferentes, e isso faz com que a gente saia do automático, que costumamos viver na nossa rotina e exercitar uma outra forma de vivenciar as experiências. É isso que eu tento passar no Destino Certo e não há esforço para isso, eu estou ali de fato, vivenciando, sendo apenas uma ponte entre realidade e expectador.

NB: Muita gente tem receio de viajar por dificuldades com a língua estrangeira. Você acha que mesmo assim é possível se arriscar?

Mel: Acredito que dá pra se comunicar em qualquer língua em qualquer lugar, ainda mais com a tecnologia aí pra ajudar. Língua estrangeira não é mais um bicho de sete cabeças, o câmera que grava o Destino Certo comigo é a maior prova disso. Ele faz todo mundo rir em qualquer lugar, faz amigos, se vira pra fazer tudo e a linguagem universal dele é o sorriso, porque ele só domina mesmo o português. Com um pouco de boa vontade e com a mente aberta, não há limite algum.

Publicado na Now Boarding – agosto/2017

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